segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Ato contra o aumento da tarifa em SP: Mesmo sendo reprimidos novamente, seguimos em luta!

por Guilherme Kranz, estudante de Letras da USP

"Não, não tem arrego! Contra a tarifa eu vou pra rua o ano inteiro!"
Esse é o clima que dá o tom para esse início de ano!


O aumento das tarifas de ônibus e metrô na cidade de São Paulo e nos municípios ao redor tem desencadeado uma série de protestos. No dia 16 de janeiro milhares de jovens e trabalhadores foram ao centro da cidade de São Paulo protagonizar o segundo grande ato contra o aumento da tarifa. Uma vez mais a população se rebela contra esse ataque desferido pelo governo de Geraldo Alckmin e pelo prefeito Haddad para demonstrar toda a indignação daqueles que sofrem no transporte público todos os dias. Janeiro de 2015 já está sendo um mês de luta e a resposta dos governos têm sido a mesma de sempre a todos que se levantam contra o atual estado de coisas: repressão brutal.
Ocupando o coração da cidade, caminhando da Av Consolação até a prefeitura da cidade, os milhares de manifestantes foram reprimidos constantemente pela Polícia Militar. Como se não bastasse o policiamento ostensivo antes do ato começar, com revistas a inúmeras pessoas que caminhavam pelas proximidades, a polícia reprimiu gratuitamente os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo, efeito moral e balas de borracha. Diversos ativistas foram feridos em frente a prefeitura e pelo menos 13 foram detidos, já liberados.
A polícia que reprime as manifestações é a mesma polícia que reprimiu violentamente a greve dos metroviários no ano passado que lutavam por seus direitos e pela redução da tarifa (e que hoje mais de 40 seguem demitidos pelo governo Alckmin). É a mesma polícia que mata cotidianamente nas periferias o povo pobre e negro. A polícia do Estado de SP é uma das polícias que mais mata no mundo. Sabemos que enquanto levamos balas de borracha no centro da cidade, na periferia a polícia mata desenfreadamente. Por isso devemos lutar contra a repressão, não apenas nos atos e nas greves como também nos morros. É tarefa nossa lutar pela readmissão imediata dos metroviários demitidos por lutar. Trata-se de uma perseguição política inadmissível que indigna a todos.

Mas nem a chuva nem a repressão vão conseguir frear nossa vontade de mudar. Mesmo debaixo de um calor desigual, a população de SP mostrou que está com disposição para lutar. Os manifestantes atravessavam o centro da cidade entoando "Não, não tem arrego! Contra a tarifa eu vou pra rua o ano inteiro!". Esse é o clima que dá o tom para esse começo de ano. Sabemos também que a redução da tarifa não é suficiente para resolver os problemas do transporte público hoje. Apenas com a aliança entre os trabalhadores dos transportes e a população usuária é possível retirar das mãos dos grandes empresários, verdadeiros mafiosos, e estatizar todo o sistema de transporte colocando-o sob controle operário. Apenas com essa aliança conseguiremos efetivamente dobrar os governos do PSDB e do PT e acabar com o privilégio daqueles que lucram em cima da população esmagada como sardinhas no transporte público todos os dias. Na terça feira, dia 20 de Janeiro, às 17h na Praça Silvio Romero, próximo à estação Tatuapé, haverá o terceiro grande ato contra o aumento da tarifa. Chamamos toda a juventude e os trabalhadores para participarem deste ato e aumentar o caldo desta luta que está apenas começando. Amanhã vai ser maior!

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