Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

sábado, 18 de janeiro de 2014

Vamo de rolezinho?!

Logo no início do ano da pretendida Copa do Mundo no Brasil, um novo fenômeno da juventude tem apavorado os governos, os empresários e a grande mídia em nosso país. Depois das mobilizações de junho de 2013 e dos mais diversos processos de luta de jovens e trabalhadores, os 'rolezinhos' antecipam e escancaram as contradições sociais do país da Copa. Enquanto milhões de reais são repassados para uso da FIFA e das grandes construtoras para realizar o grande evento dos empresários brancos, a juventude pobre e negra é removida de suas casas e afastada cada vez mais para a periferia das cidades. Com os megaeventos, a conclusão de doze anos de governo do PT não poderia ser mais simbólica: para os ricos – a Copa, a ostentação, o lazer, o lucro e o direito à cidade –; para os pobres e negros – a violência policial, a falta de saúde e educação, o transporte caro, a prostituição e o trabalho precário.

Os milhares de jovens, que hoje exigimos nosso direito de fazer um 'rolê' nos shoppings (centro de consumo e lazer da classe média), exigimos na verdade o nosso direito à cidade. Queremos poder comer, nos divertir, paquerar e consumir como qualquer outro jovem de classe média. Somos os mesmos jovens que ano passado barramos o aumento da tarifa e que queremos um transporte público, gratuito e de qualidade para podermos nos locomover das periferias aos centros das cidades. Que queremos o direito de frequentar praças, teatros, cinemas, parques e baladas sem sermos humilhados, reprimidos ou assassinados pela polícia por sermos negros, pobres ou homossexuais (QUEM MATOU KAIQUE?) e “não pertencermos a esses espaços”.

O povo negro e a juventude que está nos trabalhos precarizados não queremos entrar nas Universidades Públicas ou nos estádios e clubes somente pelos andaimes ou pelos banheiros, mas exigimos nosso direito à educação, cultura e lazer. São essas contradições que os 'rolezinhos' expressam, e a preocupação dos governos e empresários é porque sabem que a Copa do Mundo irá aprofundá-las ainda mais. É por isso que Haddad, pela via do Netinho de Paula, demagogicamente diz querer dialogar com os jovens e pretende “institucionalizar” os ‘rolezinhos’ limitando-os aos estacionamentos dos shoppings, aceitando e reforçando descaradamente a segregação social e racial evidenciada.

Hoje as demandas de junho voltam como espectro nos 'rolezinhos' da juventude da periferia. A possibilidade de solidariedade e unificação de um importante setor da juventude de classe média, principalmente a juventude universitária, com esse fenômeno pode ser o embrião da fusão dos diversos extratos sociais de juventude que coloque em xeque toda a estrutura capitalista do Brasil do apartheid.


* Basta de apartheid! Exigimos nosso direito de desfrutar livremente todos os espaços!!!

* Pelo direito à cidade: estatização dos transportes públicos sob controle de trabalhadores e usuários!

* Pela construção de áreas e espaços públicos (praças e clubes) de lazer, cultura e prazer para a juventude!

* Basta de genocídio ao povo negro! Fim da polícia!

NÃO ESQUECEREMOS, QUEREMOS SABER: CADÊ O AMARILDO? QUEM MATOU KAIQUE?



Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
E me diz desconfiado, tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?


“Cidadão” – Lúcio Barbosa”


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

QUEM MATOU KAIQUE? BASTA DE VIOLÊNCIA AOS HOMOSSEXUAIS E TRAVESTIS!



No sábado 11/01, Kaique Augusto, 16, jovem negro e homossexual, foi visto pela ultima vez por seus amigos após sair de uma balada gay no centro de São Paulo. Foi somente dia 14/01, após incessantes buscas e idas infrutíferas ao IML, que a família conseguiu encontrar o corpo de Kaique, que steve todo esse tempo no próprio IML. Kaique havia sido brutalmente espancado, possuía hematomas e marcas de violência no rosto e no corpo, seus dentes haviam sido arrancados e uma barra de ferro havia sido encravada no meio de suas pernas. Nesta mesma semana, dia 15/01, em Uberaba, a travesti Toni Gretchen, de 50 anos, foi assassinada com vários tiros após ameaças de morte e cobranças do pagamento do “pedágio” no ponto de prostituição.
Essas mortes, motivadas claramente por homofobia e transfobia, são parte do aumento da violência contra homossexuais e travestis, que tem ocorrido no país nos últimos anos (durante o governo petista aumentou em 117%, de 2003 a 2010). Nos primeiros 16 dias deste ano, 18 casos de assassinatos de homossexuais foram noticiados pela mídia. Esse aumento da violência contra xs homo e transexuais tem ligação direta com o avanço ideológico reacionário levado à frente pela bancada parlamentar fundamentalista, que se baseia nos laços profundos do Estado com a Igreja e se legitima com a defesa cristã da “moral e dos bons costumes”. Isso ficou claro tanto na posse de Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, com o aval do governo federal e da maioria absoluta dos deputados durante 2013, quanto com a vinda do Papa para o Brasil em meio às mobilizações nacionais da juventude. Todas as medidas dos governos com relação à diversidade sexual, longe de significarem um fim aos casos de violência contra xs homo e transexuais e um progresso no sentido de uma sociedade mais igualitária e sexualmente livre, tem polarizado a sociedade cada vez mais, e nessa polarização, o lado que o Estado e as suas instituições tomam é sempre oposto ao lado dxs homo e transexuais.

Contra a impunidade dos assassinatos de homo e transexuais no Brasil!
Nenhuma confiança no Estado e nas suas instituições!

Com relação ao Kaique, a Polícia Militar abriu B.O. na 2º DP (Bom Retiro), dizendo ter encontrado o corpo sob uma ponte e alegando suicídio, o Delegado da Polícia Civil registrou assim o caso dizendo “não ter detectado nenhum indício que pudesse contrariar essa informação”. Os médicos peritos do IML, ligados à Polícia Civil, somente confirmaram que o corpo de Kaique estava lá após três tentativas frustradas da família em procurá-lo no próprio IML, e justificam os hematomas no corpo alegando deterioração pelo tempo que lá teria permanecido fora da geladeira (o motivo alegado é superlotação), justificam a desfiguração no rosto com a suposta queda da ponte e dizem desconhecer a existência da barra de ferro transfixada ao corpo (sic!). No caso de Toni, todos sabemos que a grande maioria das mulheres e travestis em situação de prostituição são coagidas a pagar ‘tributo’ a policiais militares que rondam as ruas (pontos) para não serem reprimidas, o que eleva essa podre instituição e seus membros também ao título de cafetões e aliciadores.
A serviço dos interesses de quem está tanta enrolação e informações incoerentes sobre a morte de Kaique? O que e quem se quer encobrir? Não podemos ter nenhuma ilusão nas instituições deste Estado, menos ainda na Polícia, seja ela civil ou militar. Seu racismo é evidenciado cotidianamente nas favelas e periferias, contra a juventude pobre e negra, e agora é deixado ainda mais explícito na repressão feroz aos “rolezinhos”. Seu machismo é compreendido por todas as mulheres que por algum motivo tenham precisado ir às Delegacias da Mulher. E sua homofobia se escancara em cada violência ou assassinato de umx homossexual ou travesti, seja pela participação direta, seja pelo constrangimento, humilhação, omissão e descaso ao tratar de vítimas de homofobia.
Há anos está em tramitação o PLC 122/06 que criminalizaria a homofobia. Muitos homossexuais têm se agarrado a essa luta com a esperança de ser uma via para combater a homofobia em nosso país. Infelizmente, setores da esquerda e dos movimentos sociais defendem essa lei de maneira a criar ilusões de que por aprovações de leis poderíamos acabar com a discriminação no trabalho, nas escolas, e tantos outros espaços públicos A grande questão que deve ser discutida é quais seriam os interesses do Estado em promulgar uma lei que vai contra toda a ordem vigente baseada de forma aberta na opressão e na perseguição aos homossexuais. Temos a experiência da Lei Maria da Penha, e da criminalização do racismo, e vemos diariamente esse próprio Estado e sua justiça legitimarem o feminicídio e o genocídio contra o povo negro, seja culpabilizando a mulher, seja marginalizando o negro. Assim como junho deixou claro para os governantes que não estávamos nas ruas só por 20 centavos, temos que gritar bem alto que não é só pela PLC 122, é pela naturalização da diversidade sexual e pela livre construção de gênero. E que nos colocamos não somente contra a polícia que persegue, mata e tortura nas periferias, mas contra todo esse aparato jurídico (judiciário, executivo e legislativo) que está a serviço de manter os pactos do Estado com as instituições religiosas e contra os trabalhadores e a população pobre, negra e LGBTTI.

Resgatar com a juventude de junho o espírito das travestis e homossexuais de Stonewall

A juventude que saiu às ruas em junho exigindo seu direito à cidade, contra as tarifas do transporte, hoje sai às ruas “de rolezinho” para exigir o seu direito ao lazer, ocupa os centros comerciais e estacionamentos dos shoppings contra a proibição dos bailes funks na periferia e os toques de recolher. Kaique Augusto é parte dessa juventude que quer dar um basta à segregação imposta em nosso país, que em São Paulo divide a periferia do centro da cidade, que impede a juventude negra de ter acesso ao lazer e à cultura, que faz dos bairros periféricos grandes bairros-dormitórios, que impede que a juventude possa expressar abertamente sua sexualidade e conhecer o seu corpo e o seu prazer. É contra esse Estado, os seus governos e os partidos do seu regime que a juventude se levanta e exige seus direitos!
Nós, que nos organizamos como “Juventude às Ruas” estamos presente no Lgo. do Arouche, neste ato, em solidariedade aos familiares e amigos de Kaique Augusto e tantos outros Kaiques que silenciosamente são assassinados por este Estado. Estamos aqui para exigir investigação e justiça para a família de Kaique, o que só é possível se for organizada por uma comissão, independente do Estado, formada pelos familiares, membros dos Direitos Humanos e organizações políticas de gênero e sexualidade. Estamos aqui para resgatar o que de realmente revolucionário deixou as lições do levante de Stonewall, dxs homo e transexuais contra a violência policial: que foi a organização dxs homo e transexuais para garantir sua defesa; que foi nenhuma confiança nesse Estado; que foi a compreensão que a garantia de fato da liberdade sexual só pode ser alcançada superando o sistema social e econômico do capitalismo, o qual, para existir, se apoia na miséria sexual e, portanto, na repressão sexual dos que não se submetem à miséria normativa imposta; e, principalmente, que é somente se organizando com a classe trabalhadora, aqueles que têm nas mãos as ferramentas para transformar essa ordem econômica e dar impulso a uma nova organização social, que é possível lutar pela liberdade sexual.

* Investigação e justiça! Por uma Comissão Independente do Estado para averiguar, julgar e punir os responsáveis pela morte de Kaique, Toni e todx homo e transexuais!
* Pela construção de áreas e espaços públicos (praças e clubes) de lazer, cultura e prazer para a juventude!
* Basta de genocídio ao povo negro! Fim da polícia!
* Basta de violência contra homo e transexuais! Educação sexual nas escolas organizada pelos professores, estudantes e agremiações estudantis e sindicais!

NÃO ESQUECEREMOS, QUEREMOS SABER:
CADÊ O AMARILDO? QUEM MATOU KAIQUE?

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

NOTA DE REPÚDIO À ESCALADA REPRESSIVA DA POLÍCIA NA ZONA LESTE

Nas últimas semanas tivemos acesso a notícias atrozes vindas da população da Zona Leste de São Paulo. A Polícia Militar ataca os moradores e moradoras do Jardim Elba e da Favela da Ilha num regime de terror. Invasões de casas, abordagens truculentas, toques de recolher, práticas de tortura com fios desencapados e baldes de água, estabelecimentos do comércio fechados, espancamentos.

Este cenário se deu após a morte de um policial na região. Em represália ao ocorrido, numa espécie de vingança, os policiais simplesmente disseram que a população deveria permanecer em “luto”, assim como a corporação policial.

Revoltados com a rotina de medo imposta pela força repressiva do Estado, a população se organizou em uma manifestação contra a violência da PM no dia 28 de Dezembro fechando a passagem que liga Santo André a São Paulo. A Polícia novamente usou de violência com bombas de gás e balas de borracha.

Apesar da organização da população, que tem uma tradição de lutas por outras demandas, uma vez que sofre pela falta de equipamentos urbanos, as práticas de intimidação continuaram nos primeiros dias do ano, com denúncias acerca de pessoas baleadas por homens não identificados em motos.

Essas notícias emergem ao mesmo tempo em que o apartheid brasileiro é desnudado pelos “rolezinhos” dos jovens de periferia de São Paulo. Os/As jovens negros/as impedidos/as de passear nos espaços elitizados que são os shoppings, a não ser como trabalhadores/as precarizados/as, são os mesmos que convivem com a repressão policial cotidiana, bem como com diversas privações na vida, entre elas a de espaços de lazer nas periferias.

A práticas de violência na zona Leste, os rolezinhos, a crise penitenciaria explodida recentemente no Maranhão, os índices que apontam limites ao crescimento econômico liberados pelo Dieese nos primeiros dias de Janeiro, são partes de um mesmo momento histórico que passamos, evidenciado desde 2008 no mundo, e desde Junho de 2013 no Brasil, com um novo período da luta de classes nacional que está em aberto.

A truculência policial na Zona Leste é resultado da história de um país construído na base da chibata. Por todos os lados a classe dominante, quando não consegue por outros meios, exerce sua dominação com truculência, organizando sua violência através da polícia, instituição calcada no racismo. Esta história não pode mais ser invisibilisada, e não faltarão esforços para trazê-la à tona. Nós da Juventude às Ruas expressamos aqui total repúdio às práticas violentas da polícia na Zona Leste!
Todo apoio à população do Jardim Elba e da Favela da Ilha!

Pelo fim das Polícias!

Foto publicada junto a artigo disponível em http://www.brasildefato.com.br/node/27075#.UtWUdhfaj_M.facebook


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

TODOS AO ATO DE AMANHÃ CONTRA AS DEMISSÕES DOS TRABALHADORES DA GM!




Declaração da Juventude ÁS RUAS construindo a ANEL nas lutas!

As jornadas de Junho mostraram a importância da juventude tomar as ruas, com sua disposição e força para lutar, comprovou que somente com fortes mobilizações se pode arrancar nossos direitos.  Contra a arrogância dos governos envolvidos em escândalos de corrupção, a juventude mostrou o caminho de luta que logo foi seguido por diversos outros setores sociais. Junho demonstrou que se não houvessem as mobilizações nas ruas, o enfrentamento direto com o Estado e sua polícia, e confiança em nossas próprias forças, não haveríamos tornando o impossível em realidade.
                Em meio as festas de fim de ano, a General Motors demitiu mais de 400 trabalhadores, sem nenhuma justificativa. Com o aumento de lucros cada vez maior, a GM demonstra que independente das políticas que o governo cria para favorecer os patrões, a única segurança dos trabalhadores permanece na sua força de mobilização, com seus próprios métodos.  Isso é, quando as coisas vão bem para o patrão, este busca vias para melhorar ainda mais, como vem fazendo com os PDVs (Plano de Demissão “Voluntária”), Flexibilização dos empregos, redução do salário de 3.500 para 1.800, etc.  Com as férias coletivas até dia 20 de janeiro, é preciso cercar de solidariedade todos trabalhadores demitidos, demonstrando que esse ataque é em primeiro lugar um ataque ao conjunto dos trabalhadores da GM, não apenas dos demitidos, mas também é contra o conjunto da classe trabalhadora, diretamente porque afeta diversas outras empresas que dependem desses trabalhos, como também porque contribui para educar os trabalhadores a aceitarem sua submissão aos patrões.

Cercar de solidariedade ativa a luta dos trabalhadores!

Ontem (08/01) nós da Juventude ÀS RUAS! fomos a assembleia em São José dos Campus levar nossa solidariedade incondicional a estes trabalhadores, que lutam pelos seus empregos e pela garantia de seus direitos. A assembleia aprovou o ato de sexta-feira, 10 de Janeiro, as 15:30 na Martins Fontes, Centro de São Paulo, que nós dispomos de mobilizar nossas pequenas forças para fortalecer essa luta.
Para barrar as demissões e reverter todos os ataques, é preciso que os trabalhadores da GM saibam que não estão sozinhos na luta contra o governo e seu patrão. É preciso que a força de Junho e a fortaleza da unidade entre os professores do Rio de Janeiro e da juventude no ano passado, sejam exemplos que possamos retomar a partir de colocar todas as entidades de trabalhadores, entidades estudantis a serviço de nacionalizar essa luta com uma forte campanha contra as demissões. Desde a ANEL devemos discutir em nossas executivas e exigir que a Oposição de Esquerda da UNE se some a construção, desde as entidades estudantis e nossos locais de estudo, uma forte campanha em defesa dos  trabalhadores e a organizar uma verdadeira aliança operária-estudantil com medidas concretas.

Devemos organizar um forte ato de juventude, de diversas universidades, em apoio a luta dos trabalhadores e contra as demissões, em frente aos escritórios da GM que possamos construir desde as bases para demonstrar uma solidariedade ativa e militante como expressão da verdadeira aliança operária estudantil! ÁS RUAS!



TODOS AO ATO!
10 de Janeiro, as 15:30
Rua Martins Fontes nº 109 PRÓXIMO AO METRO ANHANGABAU