por Juventude às Ruas - Campinas
Após
a tentativa da gestão na reunião do CACH, na semana
passada (29/11), de adiarem as eleições do centro
acadêmico para o ano que vem numa reunião esvaziada,
essa terça vários estudantes foram na reunião
para discutir essa tentativa escandalosa de manobra da gestão
Lúddica. Nós da Juventude as Ruas soltamos uma nota
denunciando o ocorrido na penúltima reunião, pois
achamos que é central que os estudantes tomem as entidades
para serem seus instrumentos de luta, orgânica a vida dos
institutos e um polo aglutinador de política e cultura contra
a reitoria e seu projeto de Universidade/empresa esvaziada e de
costas para a população.
Mas
o que vimos foi a atual gestão, que também compõe
o coletivo "Para Fazer Diferente", passar seus interesses
eleitorais por cima da necessidade dos estudantes terem um centro
acadêmico como organizador da luta, já que falaram
literalmente que hierarquizarão as eleições do
DCE frente os debates no IFCH, ficando mais explicito o que trazem na
proposta de adiamento: impedir o exame e o veredito de toda a base
estudantil, a qual devem responder, sobre sua gestão em 2013.
Sabendo da opinião negativa da grande maioria dos estudantes
sobre a condução da entidade neste ano, buscaram
manter-se no CACH até ano que vem (uma gestão que
prorroga as próximas eleições por sua vontade
unilateral poderia permanecer indefinidamente na entidade,
independentemente dos estudantes), sem consultarem os estudantes
sobre a política a se levar daqui em diante, para poderem se
focar no DCE, e no próximo ano com novos calouros e esperam
que a experiência que os estudantes fizeram com sua gestão,
com as greves e Junho esfriem, para se reelegerem. Mostram assim como
concebem as eleições, não como um ponto alto de
continuidade da política onde as sínteses e acúmulos
programáticos se expressem nas entidade, fazendo com que os
estudantes se identifiquem com ela, e sim mantém a lógica
eleitoreira e se elegerem na passividade.
Para
além de tudo, nessa reunião tentaram manter o
esvaziamento não chamando, nem construindo a reunião,
frente a um debate tão importante que no mínimo deveria
ter sido amplamente divulgado. O mínimo da democracia seria
chamar os estudantes para fazer a discussão e que eles possam
opinar sobre o próprio centro acadêmico, e não a
própria gestão tentando votar, novamente de
maneira burocrática, o adiamento. Para amenizar a crítica,
a gestão Luddica disse que a proposta “não era sua”;
mas na reunião, defenderam com unhas e dentes a proposta de
adiamento, argumentando, entre outras aberrações
lógicas, que o conjunto dos estudantes e a Juventude às
Ruas, que repudiavam esta medida, eram “hipócritas,
burocráticos e golpistas” (sic!) e que “não têm
esperanças no futuro das mobilizações abertas em
Junho”. Os “democráticos” são os que tratavam de
resolver por cima da cabeça do movimento estudantil como
deixar órfão de gestão o principal CA da
Unicamp, desarmada e sem ser expressão das conquistas
programáticas dos estudantes para os grandes acontecimentos
que se iniciam na calourada 2014; os “golpistas” são os
que quiseram que os estudantes decidissem, agora e democraticamente,
que entidade precisamos para 2014!
Uma
entidade atuando junto à comissão de calourada e os
estudantes este ano tiraram lições importantes, sobre
as diferentes concepções de entidade, a importância
da vivência e discussões vivas sobre o projeto e o
regime da universidade. Isso com certeza nos renderá mil
ideias para colocarmos em prática uma calourada muito viva,
com arte, vivência e discussões políticas para
uma ano chave como será 2014.
A
proposta de manter as eleições esse ano ganhou por
contraste, com a gestão Lúddica votando praticamente
sozinha para mudar para ano que vem. A reunião mostrou que a
manutenção das eleições nesse ano é
uma proposta também de vários estudantes que junto a
nós da Juventude as Ruas travaram uma batalha e derrotaram a
manobra do adiamento. Cabe aqui uma pergunta importante: se o
coletivo Para Fazer Diferente defende a proporcionalidade na gestão
do DCE, (que todas as chapas façam parte da gestão
proporcionalmente ao número de votos que receberam, que
defendemos em todas as entidades), porque não defendem isso
também no CACH, e preferiram adiar as eleições?
Que temor os aflige?
Esse
foi um passo importante no qual o movimento estudantil do IFCH pôde
se testar com a real concepção de entidade dirigida
pelo PSTU que pouco tem de diferente da atual gestão do DCE.
Frente ao próximo ano que já promete começar
quente com a Copa do Mundo, é central que os estudantes tenham
uma entidade que esteja a altura de seus sonhos e necessidades,
verdadeiramente democrática e com uma ligação
real a todos os estudantes. que possa levar seu programa até o
final, organizando os estudantes para que estes se tornem sujeitos
das próprias lutas, sendo um pólo politizador e um
entrave para a reitoria.
É
necessário tomar as entidades para lutar.
0 comentários:
Postar um comentário