domingo, 10 de novembro de 2013

A luta política dos estudantes do IFCH consegue vetar o adiamento das eleições do CACH!



por Juventude às Ruas - Campinas


Após a tentativa da gestão na reunião do CACH, na semana passada (29/11), de adiarem as eleições do centro acadêmico para o ano que vem numa reunião esvaziada, essa terça vários estudantes foram na reunião para discutir essa tentativa escandalosa de manobra da gestão Lúddica. Nós da Juventude as Ruas soltamos uma nota denunciando o ocorrido na penúltima reunião, pois achamos que é central que os estudantes tomem as entidades para serem seus instrumentos de luta, orgânica a vida dos institutos e um polo aglutinador de política e cultura contra a reitoria e seu projeto de Universidade/empresa esvaziada e de costas para a população.



Mas o que vimos foi a atual gestão, que também compõe o coletivo "Para Fazer Diferente", passar seus interesses eleitorais por cima da necessidade dos estudantes terem um centro acadêmico como organizador da luta, já que falaram literalmente que hierarquizarão as eleições do DCE frente os debates no IFCH, ficando mais explicito o que trazem na proposta de adiamento: impedir o exame e o veredito de toda a base estudantil, a qual devem responder, sobre sua gestão em 2013. Sabendo da opinião negativa da grande maioria dos estudantes sobre a condução da entidade neste ano, buscaram manter-se no CACH até ano que vem (uma gestão que prorroga as próximas eleições por sua vontade unilateral poderia permanecer indefinidamente na entidade, independentemente dos estudantes), sem consultarem os estudantes sobre a política a se levar daqui em diante, para poderem se focar no DCE, e no próximo ano com novos calouros e esperam que a experiência que os estudantes fizeram com sua gestão, com as greves e Junho esfriem, para se reelegerem. Mostram assim como concebem as eleições, não como um ponto alto de continuidade da política onde as sínteses e acúmulos programáticos se expressem nas entidade, fazendo com que os estudantes se identifiquem com ela, e sim mantém a lógica eleitoreira e se elegerem na passividade.



Para além de tudo, nessa reunião tentaram manter o esvaziamento não chamando, nem construindo a reunião, frente a um debate tão importante que no mínimo deveria ter sido amplamente divulgado. O mínimo da democracia seria chamar os estudantes para fazer a discussão e que eles possam opinar sobre o próprio centro acadêmico, e não a própria gestão tentando votar, novamente de maneira burocrática, o adiamento. Para amenizar a crítica, a gestão Luddica disse que a proposta “não era sua”; mas na reunião, defenderam com unhas e dentes a proposta de adiamento, argumentando, entre outras aberrações lógicas, que o conjunto dos estudantes e a Juventude às Ruas, que repudiavam esta medida, eram “hipócritas, burocráticos e golpistas” (sic!) e que “não têm esperanças no futuro das mobilizações abertas em Junho”. Os “democráticos” são os que tratavam de resolver por cima da cabeça do movimento estudantil como deixar órfão de gestão o principal CA da Unicamp, desarmada e sem ser expressão das conquistas programáticas dos estudantes para os grandes acontecimentos que se iniciam na calourada 2014; os “golpistas” são os que quiseram que os estudantes decidissem, agora e democraticamente, que entidade precisamos para 2014!



Uma entidade atuando junto à comissão de calourada e os estudantes este ano tiraram lições importantes, sobre as diferentes concepções de entidade, a importância da vivência e discussões vivas sobre o projeto e o regime da universidade. Isso com certeza nos renderá mil ideias para colocarmos em prática uma calourada muito viva, com arte, vivência e discussões políticas para uma ano chave como será 2014.



A proposta de manter as eleições esse ano ganhou por contraste, com a gestão Lúddica votando praticamente sozinha para mudar para ano que vem. A reunião mostrou que a manutenção das eleições nesse ano é uma proposta também de vários estudantes que junto a nós da Juventude as Ruas travaram uma batalha e derrotaram a manobra do adiamento. Cabe aqui uma pergunta importante: se o coletivo Para Fazer Diferente defende a proporcionalidade na gestão do DCE, (que todas as chapas façam parte da gestão proporcionalmente ao número de votos que receberam, que defendemos em todas as entidades), porque não defendem isso também no CACH, e preferiram adiar as eleições? Que temor os aflige?



Esse foi um passo importante no qual o movimento estudantil do IFCH pôde se testar com a real concepção de entidade dirigida pelo PSTU que pouco tem de diferente da atual gestão do DCE. Frente ao próximo ano que já promete começar quente com a Copa do Mundo, é central que os estudantes tenham uma entidade que esteja a altura de seus sonhos e necessidades, verdadeiramente democrática e com uma ligação real a todos os estudantes. que possa levar seu programa até o final, organizando os estudantes para que estes se tornem sujeitos das próprias lutas, sendo um pólo politizador e um entrave para a reitoria.


É necessário tomar as entidades para lutar.


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