Companheirxs,
Escrevo em meio à luta nacional dos bancários, uma categoria
de grande tradição histórica em nosso país, e que precisa se enfrentar não
apenas com a dura resistência dos banqueiros e do governo federal, mas com as
próprias direções sindicais que vêm enterrando as últimas greves sem conquistas
reais.
É por isso que nos enche de entusiasmo o fato de que nesses
primeiros dias de greve, tenhamos contado com a ajuda decisiva dos estudantes
da USP, em particular do CAELL e da Juventude Às Ruas, para realizar importantes
ações independentes da burocracia sindical, que representam um marco e apontam
para um fortalecimento qualitativo da oposição bancária como alternativa para
os trabalhadores, que estão cheios de descontentamento, porém se deixam paralisar
pela desconfiança na sua direção oficial.
Fernando Pardal, em apoio ao piquete da 7 de Abril |
Na quinta feira, primeiro dia da greve, realizamos um
piquete que parou completamente a agência 7 de Abril da Caixa – que se tornou
uma referência combativa nas últimas duas greves – fechando até os caixas eletrônicos.
Como poderão ver nos vídeos que gravamos, a ajuda que o CAELL nos
disponibilizou, emprestando sua caixa de som, e a presença dos militantes da
Juventude às Ruas, foram fundamentais para ampliar o diálogo com a população, e
inclusive para impedir uma tentativa da PM de desmoralizar o piquete, ameaçando
nos levar a prestar esclarecimentos na delegacia pelo fechamento dos caixas.
Pique da Superintendência da Caixa na Sé - Juventude às Ruas e bancários de oposição do Uma Classe |
A importância da aliança operário estudantil se mostrou
novamente no dia seguinte, quando conseguimos algo que não acontecia há muitos
e muitos anos: paramos totalmente o prédio central da Caixa onde funcionam a
Ag. Sé, uma das principais da cidade, e a Superintendência da regional centro.
Logo pela manhã utilizamos o aparelho de som para dialogar com xs trabalhadorxs
terceirizadxs do prédio, colocando como nós, bancários de oposição, defendemos
seus direitos e lutamos pela incorporação de todxs ao quadro de efetivos sem
concurso público, assim como vocês, estudantes da USP na greve dxs
terceirizadxs da União e da Higilimp.
Assim como entendemos que sua luta na universidade é
fundamental para que o conhecimento produzido possa estar a serviço de toda a
população, nossa luta nos bancos tem o mesmo sentido: queremos colocar o
sistema financeiro nas mãos dos trabalhadores e a serviço da população pobre.
A juventude nos mostrou em junho que podemos passar por cima
das barreiras que nos impedem de avançar na conquista de nossas demandas, e na
perspectiva de que essas pequenas ações na greve possam apontar para uma
aliança estratégica entre a vanguarda dos trabalhadores e do movimento
estudantil, quero agradecer o apoio de todos e convidar os estudantes da USP
para somar força nas próximas ações da greve, em especial o ato que será
realizado terça-feira na av. Paulista a partir das 16h, com concentração no vão
livre do MASP.
Edison Urbano,
delegado sindical da agência 7 de Abril da Caixa, militante da oposição
bancária e da LER-QI.
Edison, delegado sindical da Sete de Abril e militante da agrupação Uma Classe e da Liga Estratégia Revolucionária, fala para a população após a tentativa de dissolução do piquete. Em defesa dos trabalhadores e do direito de greve!
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Marcela, militante da Juventude às ruas e da LER-QI fala a população sobre a inconstitucional tentativa de ataque ao direito de greve e a violência policial contra a juventude negra.
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