Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Elysium contra o “fim da história”¹




Quando uma onda de protestos de massas e greves operárias tomaram conta do Egito e derrubaram o ditador Mubarak, no auge da Primavera Árabe, em fevereiro de 2011, a própria burguesia reconheceu, por meio de alguns de seus representantes, como intelectuais e jornalistas, que a teoria do fim da história estava questionada. Tais fatos impuseram tamanha reorientação ideológica de tão profundos e significativos que foram. Outros acontecimentos de importância histórica vieram, marcados pela maior crise capitalista que já existiu, e os defensores de que “não há mais classe operária”, “não há mais luta de classes” etc. precisaram mudar seu discurso. Elysium é indústria cultural, é Hollywood, é muito mais um filme de ação com ficção científica do que um filme de política, não forçaremos a barra, mas também não é só isso. A seu modo, ele também ocupa um lugar na psicologia das massas que ajuda a varrer o pó daquela fajuta teoria de “fim da história”.

O diretor Neil Blomkamp é um sul-africano branco que cresceu em meio ao grotesco e sanguinário regime de apartheid, sendo que tinha 15 anos quando Nelson Mandela foi eleito o primeiro presidente negro do país, em 1994. A julgar pelo seu presente, foi um jovem impactado pela esquerda com todo o processo. Seu filme anterior, Distrito 9 (de 2009), faz uma metáfora justamente sobre oapartheid, num contexto futurista, substituindo os negros por alienígenas. A metáfora da vez é sobre a luta de classes, mas agora sem substituição de personagens. Blomkamp coloca nas telas de todo o mundo o mais clássico operário, metalúrgico, de macacão azul e que aperta parafusos, como o herói da sua história. Os vilões também não podiam ser mais clássicos: empresários gananciosos, governantes corruptos, os ricos, em uma palavra, a burguesia. Comparado com clássicos do seu gênero, como Mad Max (1979), Exterminador do futuro (1984) e Matrix (1999), logo se vê que Elysium tem um contexto diferente.

Cenas como o acidente de trabalho sofrido pelo personagem principal, quando é coagido por seu supervisor de linha a arriscar a própria vida para não atrasar a produção, ilustram os acidentes que acontecem a cada 15 segundos em nosso mundo, sendo 5 mil mortes do tipo por dia, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). A precariedade dos hospitais públicos, a repressão policial e a forte pressão social para que trabalhadores busquem no crime formas mais viáveis de aproveitar a vida são outros exemplos do que o Blomkamp queria dizer quando respondeu a jornalistas: "Todo mundo quer me perguntar ultimamente sobre as minhas previsões para o futuro"..."Não, não, não. Este não é ficção científica. Este é hoje. Este é agora"².

É verdade que no filme, o personagem principal, apesar de trabalhar na fábrica central do sistema, não age com consciência ou interesse de classe. Apesar disso, também vemos que o que move o segundo personagem (algo como um crime organizado) é uma busca para que todos sejam reconhecidos como cidadãos, desfrutando então dos avanços dos meios de produção, para acabar com as doenças e a miséria. Talvez, na metáfora a estratégia que prima, se assim podemos dizer, seja mais para a guerrilha, mas isso é outra discussão. Uma pena que, aparentemente, Neil Blomkamp não conheça ideias como as de Trotsky, quando o mesmo diz “O proletariado produz armas, transporta-as, constrói os arsenais em são depositadas, defende esses arsenais contra si mesmo, serve no exército e cria todo o equipamento desse último. Não são fechaduras nem muros que separam as armas do proletariado, mas o hábito da submissão, a hipnose da dominação de classe... (Aonde vai a França?), para aguçar sua inspiração politizada. De qualquer forma, Elysium varre a poeira de fim da história porque, mesmo sem ser essa a intenção de Neil Blomkamp, mostra como o poder dos que exploram vem do trabalho dos que produzem. E mesmo que o desfecho por ele proposto seja questionável, sua lógica de recolocar a dinâmica da luta de classes como motor dos acontecimentos mais importantes da humanidade, num filme que será assistido por milhões de jovens em todo o mundo, merece uma saudação.




¹Teoria que vem do século XIX, resgatada e revigorada pelo norteamericano Francis Fukuyama, em 1992. Segundo ele, após a queda do Muro de Berlim (1989), com a “derrota do socialismo real”, a humanidade haveria chegado ao máximo de sua evolução, que seria a democracia liberal. Com isso, negava a necessidade histórica dos trabalhadores organizados tomarem o poder de modo revolucionário e reorganizarem a sociedade sob novas bases materiais para libertar a humanidade das contradições do capitalismo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Chamado ao ato dos bancários 24/09 - 16h - no MASP

Em junho o Brasil saiu da inercia e mostrou sua vontade de mudança. Hoje são os bancários que levantaram a cabeça e resolveram enfrentar seus patrões que os exploram diariamente. Cansaram das condições de trabalho, das metas, do assédio moral e do adoecimento físico e psicológico. O que é ruim para o bancário de um lado, é ruim para a população trabalhadora também do outro, que além de esperar horas nas filas, paga tarifas abusivas, juros extorsivos e sofre com a venda casada. Tudo isso para garantir as altas taxas de lucro dos bancos!

Neste sentido que fazemos um chamado à toda a juventude que em junho se levantou para compor o ato dos bancários e apoiar este setor da classe trabalhadora. Nós da Juventude às Ruas temos nos incorporado a essa luta e aos piquetes (como na Caixa na rua 7 de abril em São Paulo e na Sé, parando totalmente a maior agência de São Paulo, o que não acontecia a mais de 10 anos!) pois entendemos que as ações da juventude de quebrar bancos, apesar de entenderem corretamente que os bancos existem apenas para nos explorar, não é suficiente, que o único modo de atingir o bolso do patrão é parando a produção, ou seja, greve.

Nenhum grito de indignação passará despercebido novamente! Nossa solidariedade é fundamental neste momento inclusive por que a burocracia sindical trabalha mais do lado do patrão e do governo do que dos trabalhadores. Por uma juventude que se coloque ao lado dos trabalhadores. Hoje são eles que sofrem com o trabalho precarizado, amanhã seremos nós.


Ato dos bancários, amanhã, 24/09  às 16 horas no Masp
ÀS RUAS!!!!

Evento: https://www.facebook.com/events/552672941452391/

Greve dos Bancários - Nota de Edison Urbano aos estudantes da USP

Companheirxs,

Escrevo em meio à luta nacional dos bancários, uma categoria de grande tradição histórica em nosso país, e que precisa se enfrentar não apenas com a dura resistência dos banqueiros e do governo federal, mas com as próprias direções sindicais que vêm enterrando as últimas greves sem conquistas reais.

É por isso que nos enche de entusiasmo o fato de que nesses primeiros dias de greve, tenhamos contado com a ajuda decisiva dos estudantes da USP, em particular do CAELL e da Juventude Às Ruas, para realizar importantes ações independentes da burocracia sindical, que representam um marco e apontam para um fortalecimento qualitativo da oposição bancária como alternativa para os trabalhadores, que estão cheios de descontentamento, porém se deixam paralisar pela desconfiança na sua direção oficial.

Fernando Pardal, em apoio
ao piquete da 7 de Abril
Na quinta feira, primeiro dia da greve, realizamos um piquete que parou completamente a agência 7 de Abril da Caixa – que se tornou uma referência combativa nas últimas duas greves – fechando até os caixas eletrônicos. Como poderão ver nos vídeos que gravamos, a ajuda que o CAELL nos disponibilizou, emprestando sua caixa de som, e a presença dos militantes da Juventude às Ruas, foram fundamentais para ampliar o diálogo com a população, e inclusive para impedir uma tentativa da PM de desmoralizar o piquete, ameaçando nos levar a prestar esclarecimentos na delegacia pelo fechamento dos caixas.
 
 
 
 
Pique da Superintendência da Caixa na Sé - Juventude às Ruas
e bancários de oposição do Uma Classe

A importância da aliança operário estudantil se mostrou novamente no dia seguinte, quando conseguimos algo que não acontecia há muitos e muitos anos: paramos totalmente o prédio central da Caixa onde funcionam a Ag. Sé, uma das principais da cidade, e a Superintendência da regional centro. Logo pela manhã utilizamos o aparelho de som para dialogar com xs trabalhadorxs terceirizadxs do prédio, colocando como nós, bancários de oposição, defendemos seus direitos e lutamos pela incorporação de todxs ao quadro de efetivos sem concurso público, assim como vocês, estudantes da USP na greve dxs terceirizadxs da União e da Higilimp.

Assim como entendemos que sua luta na universidade é fundamental para que o conhecimento produzido possa estar a serviço de toda a população, nossa luta nos bancos tem o mesmo sentido: queremos colocar o sistema financeiro nas mãos dos trabalhadores e a serviço da população pobre.

A juventude nos mostrou em junho que podemos passar por cima das barreiras que nos impedem de avançar na conquista de nossas demandas, e na perspectiva de que essas pequenas ações na greve possam apontar para uma aliança estratégica entre a vanguarda dos trabalhadores e do movimento estudantil, quero agradecer o apoio de todos e convidar os estudantes da USP para somar força nas próximas ações da greve, em especial o ato que será realizado terça-feira na av. Paulista a partir das 16h, com concentração no vão livre do MASP.

Edison Urbano, delegado sindical da agência 7 de Abril da Caixa, militante da oposição bancária e da LER-QI.
 
 
Edison, delegado sindical da Sete de Abril e militante da agrupação Uma Classe e da Liga Estratégia Revolucionária, fala para a população após a tentativa de dissolução do piquete. Em defesa dos trabalhadores e do direito de greve!

https://www.facebook.com/photo.php?v=528586517217900&set=vb.398260290250524&type=2&theater
Marcela, militante da Juventude às ruas e da LER-QI fala a população sobre a inconstitucional tentativa de ataque ao direito de greve e a violência policial contra a juventude negra.  

Nota de pesar da Juventude ÀS RUAS sobre a morte do estudante Denis

Por Juventude ÀS RUAS! Campinas

Na madrugada do dia 21/09, Denis foi morto a facadas na praça central do campus da UNICAMP durante uma festa. Nós da Juventude às Ruas expressamos todo nosso pesar e sentimentos à família e amigos dele. Uma tragédia que tem profundas raízes sociais, e a Unicamp, justamente por ser um centro de ensino tão afastado da cidade de Campinas, de sua população pobre e trabalhadora, das circunstâncias cotidianas de sua vida, concentra ainda mais estas contradições sociais, e não está isenta destas situações trágicas. Acreditamos que esta fatalidade ocorrida com Denis, infelizmente resultado de todo um tecido social de opressão que no capitalismo abrange inevitavelmente os espaços de sociabilidade da juventude, não pode ser tratada como um fenômeno que se explica por si mesmo, isolada da realidade da Unicamp que, como universidade-empresa ligada a satisfação dos interesses das grandes corporações que desde o regime militar utilizam a produção de conhecimento contra a imensa maioria da população, gera uma separação profunda entre os poucos que conseguem superar seus filtros de exclusão e a imensa maioria que fica detida neles.

Para lutar contra esse Projeto de Universidade, que é a causa real da morte de Denis, queremos que toda a comunidade universitária discuta a democratização radical da universidade. Por isso, é importante que o DCE chame uma assembleia geral para que o movimento estudantil tenha uma posição política independente da reitoria e da polícia como forma definitiva de impedir que a Universidade de elite não tire mais uma vida de um jovem. Essa proposta radical vem do entendimento de que a reitoria, através de seu projeto excludente, e a polícia, a mais violenta do mundo, são os verdadeiros inimigos a serem combatidos.

Temos claro que o culpado direto pelo ocorrido é a Reitoria e este regime universitário excludente, que proíbe, persegue e reprime a realização de quaisquer atividades de socialização em seu interior. Impede que os estudantes possam organizar seus espaços artísticos e culturais, por que quer manter seu projeto de universidade elitista, vazia de ideias e vida, para que os estudantes sejam formados na lógica produtivista, de patentes e projetos, e não produtora de conhecimento. Quer manter a juventude pobre fora da Universidade. Vale-se ardilosamente dessas casualidades fatais para depositar a responsabilidade nas “pessoas alheias à comunidade universitária”, os elementos “de fora”, para fugir totalmente à raiz do problema e tratar de convencer que nada disso ocorreria se a universidade pública “realmente tivesse autonomia frente à sociedade”. Esse velho relato, imitado nas páginas da grande mídia e da cínica assessoria de imprensa da Unicamp, não tem compromisso nenhum com a luta pelo fim destas tragédias no seio da juventude. Comprometem-se com os privilégios recebidos por uma burocracia acadêmica que separa o conhecimento da sociedade.

Queremos que as pessoas de fora, ou seja, a juventude pobre, os trabalhadores, entrem na universidade. Que esteja aberta e viva dia e noite, controlada por toda a população que a financia através do ICMS, é a condição primordial para que seja um espaço de integração e avanço do conhecimento. Somos intransigentemente defensores da tomada dos espaços públicos pela população e defendemos a realização de festas e atividades culturais como um espaço de cultura e lazer, mas também como um momento específico sobre o qual essa juventude ora excluída da universidade possa se aliar os estudantes e questionar totalmente este regime violento e opressor! Nesse sentido é importante que todo o movimento estudantil se coloque contra qualquer possibilidade de repressão aos organizadores da festa, à Rádio Livre que é constantemente reprimida e tendo seus equipamentos apreendidos pela Polícia Federal, mantendo-se como um pólo de resistência através de festas e atividades que se colocam contra a política da reitoria. Defendemos a continuidade da política de festas na Unicamp, pois estas são responsáveis pela integração e pelo combate às opressões, e não a razão delas! E que os estudantes se organizem para que possamos garantir as festas, bem como organize comissões independentes da reitoria para averiguar quaisquer casos de violência.

Mais policiais e delegacias, até mesmo mais “seguranças” para a Reitoria de Tadeu, Rodas e do CRUESP, não respondem em nada a questão. Não esquecemos os milhares de jovens assassinados pela polícia, que depois de junho provou ainda mais sua cara repressiva torturando centenas de manifestantes, matando dezenas no Complexo da Maré, que desapareceu com Amarildo no RJ, assassinou Ricardo em frente à Unifesp, e centenas mais. Por isso não podemos ter qualquer ilusão que a solução dessas fatalidades que ocorrem nas festas está em mais policiais, essa instituição que é manchada pelo sangue do massacre do Carandiru, da repressão à greve dos trabalhadores, a tortura e da ditadura. De uma instituição que não tem o intuito de garantir a vida das pessoas, mas sim os interesses das elites e a propriedade privada.
Bem como os guardas universitários, que não são nem de longe patrimoniais. Qualquer um que já tenha organizado uma festa, pichadores, skatistas, sabem que os guardinhas têm como orientação reprimir o movimento estudantil e a juventude que tenta entrar na universidade. Por isso, guardinhas “treinados” são guardinhas mantidos por esta Reitoria e este regime opressores: serão treinados para manter uma estrutura de poder antidemocrática e empresarial.

A Universidade que deveria ter o objetivo de conseguir responder aos reais problemas da juventude, como saúde, cultura, educação, na verdade fecha suas portas para a juventude pobre e negra mantendo o vestibular, a falta de permanência estudantil, se cala frente a serie de casos de violência contra a mulher, como nos diversos casos de estupro nos quais a reitoria foi totalmente conivente. Que nosso grito de BASTA seja para a Reitoria racista e elitista.

Todo apoio à greve dos ecetistas!

Por Juventude ÀS RUAS! Campinas


Na última quarta-feira, dia 18 de setembro, o grito dos ecetistas se uniu aos gritos da juventude em junho! 
Em Campinas, na assembleia da categoria, decretaram greve pela campanha salarial, já que além de suas péssimas condições de trabalho, a sobrecarga de trabalho pela falta de trabalhadores no quadro de funcionários –o que faz com que muitos ecetistas percam sua saúde nos correios-, o aumento de salário mal cobre a inflação e o plano de saúde que está sendo privatizado. Além disso, a terceirização se faz cada vez mais presente.
Estes ataques aos ecetistas não acontecem isolados, hoje vemos como bancários, metalúrgicos e outras categorias se colocam na luta contra a precarização de seu trabalho e de sua vida, com mais força do que em anos passados. Assim, a força da juventude que foi às ruas e conseguiu barrar o aumento das passagens, segue viva na força e na certeza dos trabalhadores de que só lutando se conquista.
Achamos que é central, superando a manobra que as burocracias sindicais tentaram fazer em junho de separar os trabalhadores das mobilizações e da juventude, que lutemos pelo contrario, contra esses verdadeiros braços do governo e da patronal no movimento operário, precisamos unir a juventude e à classe trabalhadora, aquela que pode realmente impor perdas à burguesia e aos governos, para conquistarmos mais direitos!
 
Quando a juventude gritou BASTA! à precariedade dos serviços públicos, à fila do SUS, às escolas-prisão, ao transporte público que arranca da juventude e do trabalhador o seu salário para colocá-lo no bolso dos capitalistas, estava defendendo demandas de toda a população, mas quem mais é atingido por elas são os trabalhadores. É unificando a luta da juventude e dos trabalhadores, que poderemos acabar com a exploração e a precarização da vida.

Nós da Juventude ÀS RUAS! declaramos total apoio à luta dos ecetistas, que ela triunfe!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

GCM e Presidente da Comissão de direitos humanos celebram homofobia no Glorifica Litoral


Por: Elida Costa, militante do grupo de mulheres Pão e Rosas, Campinas - SP



No último final de semana presenciamos mais um triste episódio homofóbico, o qual foi protagonizado pelo veterano pró-homofobia, o Deputado Marco Feliciano, que bradou palavras de ordem contra 2 ativistas que se beijavam durante o evento “Glorifica Litoral”, realizado em São Sebastião, litoral norte de São Paulo. Joana Palhares, de 18 anos, e Yunka Mihura, de 20, foram detidas, agredidas (física e moralmente) e algemadas por agentes da GCM que, posteriormente, as levaram ao 1.º Distrito Policial de São Sebastião, onde foram realizados exames de corpo de delito. Exames os quais constataram, em Joana, hematomas nos braços e pernas. Vale ressaltar que o evento religioso em questão, ocorreu em área pública, logo, tanto a atitude do Deputado, quanto a atitude da GCM, caracterizou afronta aos direitos humanos e liberdade de expressão.

A ação da GCM foi legitimada pela prefeitura de São Sebastião que em nota justificou a ação da guarda como “necessária” mediante ao que foi alegado pela delegacia local, que classificou o beijo como "perturbação de cerimônia religiosa". Porém, aos casais héteros presentes que também se beijavam durante o culto, nada foi feito, afinal, o beijo entre 2 pessoas de sexos opostos trata-se apenas da celebração do amor, enquanto o beijo entre 2 pessoas do mesmo sexo, é tratado como ato abusivo e de zombaria contra determinadas crenças. Esse tipo de repressão só demonstra o quanto as instituições religiosas e o Estado atuam em comum acordo, já que a própria polícia foi a responsável de legitimar os discursos homofóbicos realizados pelo pastor, por isso lutamos contra a violência, coerção e discriminação em razão de orientação sexual, identidade de gênero e raça. Por um estado laico que garanta a cidadania e diretos humanos às minorias e contra as bizarras imposições da bancada evangélica no Congresso Nacional. Não podemos deixar de citar o papel da policia, sujeitos os quais estão e são situados "na ponta dos interesses do Estado", treinados para a guerra com táticas delineadas ainda na ditadura militar, cujos inimigos alvo são os trabalhadores e principalmente os setores oprimidos como os LGBTs.
A ação da polícia, quase sempre, violenta e sanguinária, garantirá aos que possuem o poder, sua constante “manutenção” e como consequência, a expropriação do povo. Qual o subterfúgio aplicado para justificar tais ações? "Tudo em nome da moral e dos bons costumes" e é claro que um "pouquinho" de imunidade parlamentar não faz mal a ninguém, estas são as costumeiras práticas de sujeitos facínoras.

E assim, o estado consolida, de forma cada vez mais explicita, o seu poder incontestável sobre a minoria diariamente rechaçada, afinal, os gays são doentes e os negros amaldiçoados, este é o direcionamento ideológico receitado pelo sistema às massas. Lutemos contra a democracia burguesa que diariamente deslegitima nossa luta para que nossos direitos não se concretizem efetivamente, lutemos contra as alianças com bancadas religiosas para fortalecimento do governo Dilma em detrimento de nossa dignidade, da dignidade da pessoa humana, pela separação do Estado da Igreja que são apenas veículos de propagação de passividade e servidão. Busquemos quebrar os alicerces do estado, fundados em autoritarismo e imposição, para que sejamos de fato livres de dogmas, preconceitos e regras, que nos regram, oprimem e matam.

Assista aqui os vídeos da agressão: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/16/apos-expulsar-garotas-que-se-beijaram-em-culto-feliciano-diz-que-ato-foi-baderna.htm#fotoNav=199

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Grupo de Estudos "Brasil: História e luta de classes" - Quilombo dos Palmares

A juventude às ruas da história USP convida todos a participar, nesta sexta!


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

DEMOCRATIZAR AS ENTIDADES PARA LUTAR! Tese da Juventude as Ruas para o congresso dos estudantes da Unicamp


Democratizar as entidades para lutar!

Se o país mudou as entidades tem que mudar!

O Brasil mudou. A luta e ânsia pela transformação social contaminaram milhares de pessoas. Ouvimos um grito de “BASTA!”, basta de transporte caro e de péssima qualidade, basta de educação e saúde precária, basta de homofobia e machismo. Se eletrizando com a energia contestadora das ruas, trabalhadores de todo o Brasil também começam a entrar em ação para reivindicar suas demandas. Há uma clara insuficiência dos governos em conseguir responder às demandas das ruas, e a própria hegemonia do PT que está há 10 anos no governo federal está profundamente abalada. A antiga ideia de que “devagar as coisas melhoram” foi por água abaixo, agora a tônica é “só lutando se muda a vida”.

Toda essa efervescência ocorre em sintonia com um cenário mundial cada vez mais explosivo. Uma crise econômica sem precedentes, que recoloca milhões no mundo inteiro em movimento para lutar pelo futuro, que pretende ser roubado pelos distintos governos que aplicam medidas de corte de orçamento e salário, para que a juventude e trabalhadores paguem o custo dessa crise. No Norte da África e no Oriente Médio, seguem processos de luta que estão abalando a configuração geopolítica mundial. A própria América Latina não é mais a mesma, Chile, Bolívia, Argentina já dão demonstrações de que não ficarão de fora dessa torrente de ebulição social e política. Nos últimos 30 anos a palavra revolução havia sido abolida diante de sua impossibilidade, hoje retoma sua vitalidade diante de sua inevitabilidade.

A juventude mostra o caminho: a necessidade de o movimento estudantil emergir como sujeito político!

Meio ao turbilhão de mobilizações nacionais que vimos em Junho, com o convulsivo cenário internacional como pano de fundo, é necessário que reflitamos por que o movimento estudantil não emergiu como um movimento político organizado. Parecem-nos evidentes os inúmeros problemas que perpassam o ensino público superior, e a educação de conjunto, portanto demandas não faltam. Por que então na Unicamp o movimento estudantil ainda não saiu como movimento político ativo? Acreditamos que essa passividade não é espontânea, pelo contrário, ela se deve a uma concepção que apaga do horizonte dos jovens a possibilidade de enxergar no movimento estudantil um espaço onde possa se organizar e lutar por suas demandas.

Na Unicamp essa questão é clara. Retomemos Junho para analisar quais foram as práticas políticas do atual DCE (Viramundo – PSOL e independente) no que tange a organização dos estudantes para lutar nas ruas. Quando todos se perguntavam “o que fazer?”, “como se organizar”, os estudantes não enxergaram em sua própria entidade uma resposta para seus anseios políticos. Afinal de contas, a própria gestão do atual DCE sequer proporcionou um espaço para que os estudantes debatessem os rumos e as tarefas diante das mobilizações. Sequer UMA assembleia foi vista nesse período. Há doze anos o mesmo grupo político (1º de Maio) hegemoniza a entidade, com práticas burocráticas que andam na contramão dos processos de Junho. Semeiam a passividade, atuam conscientemente para manter a entidade monolítica e desvinculada da ampla maioria dos estudantes, Congresso atrás de Congresso negam a possibilidade de abrir sua gestão para que proporcionalmente todos fossem representados.

Essa prática produz um efeito nocivo em relação a como os próprios estudantes enxergam o movimento estudantil. Pelo fato de seu próprio instrumento de luta estar profundamente burocratizado, acabam por associar essa “falência” ao próprio movimento como sujeito de transformação. O próprio Congresso de Estudantes que se avizinha não é visto como um espaço para que os estudantes decidam os rumos da entidade. Evidentemente tal prática é funcional à atual gestão que esvaziando e despolitizando os espaços, se mantém mais estável para se perpetuar no controle burocrático da entidade.

O movimento estudantil foi sujeito de grandes ações que foram determinantes no curso da história. Desde as revoluções no começo do século XX, o Maio Francês de 68, nas lutas contra os regimes ditatoriais do cone sul, até nas atuais jornadas multitudinárias no Chile e no México o movimento estudantil mostrou sua magnitude e potencialidade! Diante disso não podemos compactuar com uma visão cética sobre sua potencialidade de transformação social, porém entendemos que é legítima a repulsa que vários estudantes assumem diante de práticas burocráticas que historicamente foram se consolidando nas entidades estudantis. Basta ver a traidora e burocrática UNE, que avaliza os projetos do PT de precarização e privatização da educação, para enxergarmos a profundidade do problema. Por isso, compomos uma ala na ANEL, para que essa seja uma alternativa de coordenação nacional de nossas lutas, ainda que assumindo divergências profundas com a concepção majoritária dessa entidade.

Para que o Congresso deve servir?
Consideramos fundamental que retomemos nossos próprios instrumentos de organização política, e achamos fundamental que esse Congresso sirva para isso. Queremos democratizar a entidade para lutar! O país mudou as entidades têm que mudar! É necessário que nos organizemos pela base, com debates cotidianos que fervilhem politicamente a universidade. Mais do que isso é fundamental que as assembleias voltem a ser o espaço fundamental de decisão dos estudantes! Basta de assembleias mal divulgadas, burocráticas, restritas a um setor minoritário, queremos que a auto-organização seja um imperativo de nossa ação política. Não haver proporcionalidade dentro da própria gestão é escandaloso, queremos que todas as forças políticas e concepções se expressem, para que no transcurso de nossas próprias experiências possamos decidir qual concepção de movimento estudantil é a mais capaz de responder aos imperativos da realidade. As ruas deram seu recado, a sociedade e a universidade urgem por transformação, é necessário ousar!

O que é a UNICAMP e em qual direção ela caminha?

Entendemos que para qualquer proposta de ação concreta, temos que entender o que é a universidade e para onde ela caminha. Para nós, esse entendimento passa por entender o Projeto de Universidade que está por trás de uma universidade de excelência.
Na própria descrição da universidade em seu site temos: “A Unicamp responde por 10% da pesquisa acadêmica no Brasil e mantém a liderança entre as universidades brasileiras no que diz respeito a patentes e ao número de artigos per capita publicados anualmente”. Aqui já expõe o produtivismo acadêmico ao qual estudantes, professores e funcionários estão inseridos e que serve a um interesse explícito, o dos empresários, nacionais ou internacionais, que estão presentes aqui dentro através das fundações privadas e de laboratórios que carregam seu nome, além de eventos como a Feira Talento – evento dedicado exclusivamente às empresas na busca ávida por mão de obra especializada.
Essa é a mesma lógica se aprofundou no início do 2º semestre de 2013 quando 750 estudantes jubilaram por não se encaixar dentro da perspectiva de formação no menor período de tempo, ou seja, nos padrões do mercado.
Enquanto a Universidade alimenta os lucros das empresas, a universidade de vida intelectual e artística definha. Os espaços sociais, culturais e artísticos são cada vez mais cerceados e restritos, para que não haja “dispersão” para se produzir cada vez mais. Intelectualmente a universidade agoniza, pois está distante de oferecer um projeto que viabilize a construção de saberes críticos e novos, pelo contrário, opta por reproduzir o que é melhor para o mercado.
Para sustentar os interesses empresariais aqui dentro, a universidade seleciona uma camada específica da sociedade para cursá-la. Não é qualquer um que consegue furar o filtro social que é o vestibular e se manter numa das cidades mais caras do Brasil. Aqueles que são oriundos de camadas populares, filhos de trabalhadores ou negros, e nunca receberam educação básica de qualidade, ficam automaticamente apartados do ensino superior público. Menos de 5% dos universitários são das públicas, a maioria absoluta é obrigada a cursar universidades privadas com mensalidades caríssimas, e muitas vezes de qualidade baixa. Também podemos expor outro problema venal, que corre por baixo de todo alicerce construído dessa universidade e que por vezes explode, como na greve das trabalhadoras da CENTRO, empresa responsável pela manutenção da limpeza – A universidade de excelência apoia-se no trabalho precário de milhares de trabalhadores, seja para erguer seus prédios e mantê-los, seja para limpar nossa universidade.

Abaixo a atual estrutura de poder! Por uma universidade gerida pelos trabalhadores, estudantes e professores!
Existe aqui dentro uma burocracia escolhida a dedo pelo governo para manter a universidade em seu rumo: a Reitoria e uma casta de professores que controlam o rumo dessa Universidade, uma expressão clara dessa casta são os escândalos dos super-salários, nos quais o Tribunal de Contas denunciou pessoas como o ex-reitor Fernando Costa por receber quase 400 mil reais anuais! Enquanto isso há prédios pegando fogo e casas rachando na Moradia. A isto denominamos Burocracia Acadêmica, grupo privilegiado que controla a Universidade para melhor atender governantes e grandes empresários, a revelia dos interesses da própria sociedade. Em síntese, querem transformar a universidade em produtora de tecnologias e pesquisas que auxiliem na maximização dos lucros de grandes monopólios e na formação de “profissionais” que contribuam para aumentar a exploração sobre os trabalhadores. Basta ver a quantidade de laboratórios privados (Microsoft, Petrobrás), para tirar essa conclusão.
No momento onde nacionalmente a juventude questiona o caráter antidemocrático da atual estrutura política da sociedade, é ultrajante que na Unicamp se mantenha um Estatuto herdeiro da ditadura, com artigos disciplinares que são Ctrl+C/Crtl+V do AI-5 de 68. No próprio CONSUL, professores detém 3/5 do poder de votos, enquanto estudantes e trabalhadores 1/5 cada um respectivamente. Nem mesmo a carcomida democracia brasileira, onde cada cidadão representa um voto, é tão arcaica como as instâncias de decisão da universidade. Ou seja, toda uma estrutura profundamente antidemocrática, funcional para manter a universidade dentro dos trilhos do mercado sem que a comunidade acadêmica e nem a sociedade possa influir sobre seus rumos.
É necessário questionar o projeto de universidade produtivista e privatizante, para reavivarmos a universidade como um espaço de contestação política, realmente de produção de ciência, tecnologia, saberes e teorias críticas que se sintonizem com as demandas de toda população! É necessário que estudantes, trabalhadores (efetivos e terceirizados) e professores, desde assembleias de base, formulem um novo Estatuto verdadeiramente democrático. Que cada cabeça equivalha à um voto, e que cada decisão seja respalda pela maioria!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

ESCANDALOSA PERSEGUIÇÃO AOS SECUNDARISTAS NO AMERICO BRASILIENSE!

DECLARAÇÃO DA JUVENTUDE ÁS RUAS SOBRE A TENTATIVA DE EXPULSÃO DE 15 SECUNDARISTAS NO E.E. AMÉRICO BRASILIENSE.

Por Kevin D’arc e Virginia Guitzel



                Antes de Junho, a juventude secundarista já se fazia presente nas manifestações. Na greve dos professores do Estado de São Paulo, em Maio, foram o setor mais ativo em realizar uma aliança com os professores, em defender seu direito de greve e juntos lutavam por educação de qualidade. Junho, a juventude de conjunto foi às ruas contradizer o discurso de país potencia e evidenciar a crise da educação, da saúde e dos transportes públicos.
Essa revolta que foi às ruas, com a juventude cansada dos políticos corruptos não perderia suas forças com a volta as aulas. O reencontro dos estudantes que se viam nas grandes marchas que paralisaram o país, era sem dúvida o maior medo dos governos e das diretorias e reitorias das escolas e universidades.
Depois do 7 de Setembro, que significou uma retomada dos atos massivos em todo o país, a mídia burguesa tentou convencer que não estamos mais numa situação favorável, de que os protestos refluíram e de que “a juventude de Junho se perdeu o caminho”. Tentou omitir que a repressão dessas manifestações foi ainda mais brutal do que a quinta-feira sangrenta de 13 de Junho. Tentou ofuscar que a politização generalizada e a força demonstrada da juventude que arrancou os vinte centavos do bolso dos grandes capitalistas do transporte não permitiria mais o país voltar as velhas ilusões do passado.
Desde a volta as aulas, a escola E.E. Américo Brasiliense de Santo André esteve contaminada pelo anseio de uma educação de qualidade. Era a gota d’gua com a repressão absurda das diretoras, dos ataques aos professores mais precarizados (categoria O), da péssima estrutura da escola e o conteúdo das aulas que apaga o histórico de luta do povo negro, das mulheres, LGBT e trabalhadores.
A UJS e a UBS (ambas ligadas diretamente ao governo – PT - e sua base aliada, PCdoB) com uma medida desesperada de capitalizar todo esse sentimento de revolta, colaram os cadeados da escola para realizar um fracassado ato por 100% dos royalties do petróleo para educação. Apesar disso do processo se desenvolveu a formação de diversas chapas (12 no total) para disputa do grêmio, o que expressa um fenômeno da juventude que busca se organizar para conquistar um novo projeto de educação.

A revolta das Mexericas.

Com esse espirito combativo, e tendo ganhado as ruas para si, os alunos do E.E Américo Brasiliense protagonizaram uma “guerra de mexericas” no intervalo do dia 05 de Setembro. As mexericas que acertavam as mesas feitas de barricadas pelos alunos, representavam o espirito de Junho que segue forte na juventude. A escola prisão, que segue sendo o projeto de Educação dos governos, começa a ser contestada de diversas formas, com muita coragem e ousadia dos estudantes.
A diretoria junto a coordenação reproduz a mesma perseguição que assistimos o governo e a policia fazerem com os Black Blocks em todo o país. Com investigações e muita arbitrariedade, a diretoria tenta punir os lutadores que buscam não apenas se manifestar, mas apontar uma alternativa para a decadência do ensino público.
A diretoria ontem (10/09) realizou uma reunião de Conselho e votou a expulsão de 8 alunos, sem nenhuma mediação e sem se preocupar que estamos apenas há 2 meses do fim do ano letivo e esses jovens não terão como continuar seus estudos. Demonstrando que a educação é a ultima de suas hierarquias.

Não a Caças Bruxas no Américo Brasiliense! Nenhuma perseguição passará!


                Assim como temos visto a brutal perseguição aos lutadores por todo país, com a prisão de cinco supostos moderadores da página oficial do Black Block do Rio de Janeiro, a diretoria tenta se apoiar nos passos dos que se colocam contra as vozes das ruas, para realizar um grande caça as bruxas na escola. Assim, elimina todos os alunos que não se “enquadram na submissão que tenta lhes impor”. Não podemos permitir nenhuma repressão aos movimentos sociais, não podemos permitir nenhuma punição aos que questionam a escola e querem transformá-la.
A diretoria ditadora não tenta apenas silenciar os estudantes, mas já vem perseguindo professores que tentam ajudar na organização das eleições do grêmio estudantil. As vésperas das eleições do grêmio que ocorreram nesse próximo dia 23, tentam expulsar 15 alunos para não por em risco sua figura firme e tentam demonstrar que apesar de Junho e de todo esse sentimento de revolta que não pode mais ser contido, a direção é capaz de manter a ordem.
Nós da Juventude ÁS RUAS, que construímos a Chapa A-90 lutamos para construir um forte grêmio estudantil que desde já se coloque a tarefa de defender os estudantes, não permitindo nenhum tipo de perseguição ou punição. Chamamos as demais chapas que concorreram as eleições do Grêmio a se somarem a esse movimento democrático, denunciando fortemente a política nefasta da direção, que no discurso diz estar a serviço da melhoria da educação, mas serve apenas para disciplinar os que questionam e manter a educação como corrente de transmissão da ideologia do governo e dos capitalistas.

A-90 – Um exemplo que torna uma boa resposta!

O nome de nosso chapa para as eleições do grêmio estudantil é uma homenagem a uma escola chilena e a partir dos processos de luta conquistaram uma escola sem direção e coordenação. Desvinculado dos projetos do governo, conseguiram por de pé uma escola gerida pelos funcionários, professores, pais de alunos e os próprios estudantes.  Achamos que esse exemplo de luta e de que é possível acabar com a escola prisão deve nos apaixonar a defender todos os lutadores rumo a colocar de pé uma escola livre com estudantes livres!
Fazemos um chamado aos pais desses 15 estudantes perseguidos e aos demais pais que veem esse grande ataque da direção com bastante repulsa a se somarem a esse movimento, para arrancar do governo nosso direito de uma escola que esteja a serviço do conhecimento e aprendizagem.


- POR UMA AMPLA CAMPANHA CONTRA A REPRESSÃO AOS LUTADORES!
- CONTRA A EXPULSÃO DOS 15 SECUNDARISTAS! TODO MUNDO TEM DIREITO DE ESTUDAR!
- PELA REINTEGRAÇÃO IMEDIATA DE TODOS OS ESTUDANTES EXPULSOS!
- PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO AOS ALUNOS E PROFESSORES! POR GREMIOS LIVRES E PELO DIREITO A LIVRE MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES!

- POR UM GREMIO FORTE E COMBATIVO QUE DESDE JÁ CONTRIBUA NA LUTA DOS ESTUDANTES CONTRA A DIREÇÃO RUMO A UMA ESCOLA GERIDA POR PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, PAIS E ALUNOS, COM MAIORIA ESTUDANTIL!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

NÃO AO CAÇA AS BRUXAS NA ESCOLA AMÉRICO BRASILIENSE!

A direção da escola Américo Brasiliense é ditadora e persegue os alunos que "não se enquadram" a submissão que querem impor. Durante essa semana a direção está "fazendo a limpa" na escola. Expulsando diversos alunos que participaram da guerra de mixirica que teve no intervalo na sexta feira passada. Entre os alunos que estão sendo sumariamente julgados pela guerra está Kevin D'arc, conhecido por lutar contra a opressão imposta pela diretoria e que está a frente da construção da chapa A-90, que organiza diversos estudantes combativos e em luta pela livre organização dos estudantes!

Não podemos permitir que diretoria siga atuando dessa maneira, expulsando aqueles alunos que a questionam! Faço um chamado aos alunos do Américo e aos professores para não compactuem com isso e lutem contra a política ditatorial da diretoria do Américo que quer calar a voz dos estudantes combativos!

- Contra a ditadura no Américo Brasiliense! Nenhuma expulsão ou punição a nenhum aluno! Basta de perseguições aos que não se enquadram e aos que lutam!
- Pela reintegração dos estudantes expulsos, todo mundo tem direito de estudar!

                

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

SETE DE SETEMBRO: REPRESSÃO EM TODO O BRASIL!


O dia 7 de setembro de 2013 foi um dia de luta no Brasil. Cerca de 40 cidades ao redor do país se levantaram duramente contra os governos municipais, estaduais e federal. Os enfrentamentos com a polícia lembraram os momentos mais radicalizados das jornadas de Junho e a truculência policial chegou a níveis ainda mais alarmantes. Nós, da Juventude Às Ruas, queremos compartilhar algumas das experiências que tivemos nesse dia e refletir sobre alguns pontos para que avancemos nas mobilizações e construamos novas jornadas de luta em Setembro.
Em São Paulo, o dia começou com o Grito dos Excluídos, tradicional marcha convocada por setores da Igreja, movimentos sociais e da esquerda, e terminou com dezenas de jovens e trabalhadores presos pela polícia militar. Entre diversos atos espalhados pela cidade, desde desfiles cívico-militares até manifestações que questionam a repressão estatal, o feriado paralisou a cidade paulista.
A partir da conformação de um ato organizado principalmente pelos Black Bloc’s, centenas de jovens se colocaram às ruas para lutar contra a repressão policial, contra o genocídio nas periferias, contra os privilégios dos de cima, contra a Copa da FIFA, por melhorias na saúde, educação e transporte e foram duramente reprimidos. Foi um ato que deu um novo fôlego às mobilizações e infelizmente em São Paulo setores da esquerda (Juntos/PSOL e PSTU) decidiram não construí-lo.
Das 525 detenções (até onde sabemos) ocorridas hoje, cerca de 41 aconteceram em São Paulo e foram fruto direto da truculência da polícia. Estivemos no 1º DP para nos solidarizarmos com seis dos companheiros presos por lutar, onde presenciamos a expulsão de seus advogados por parte do delegado de polícia, que ficou sozinho com eles para interrogá-los. Estes seis, dentre eles um menor de idade, podem ser indiciados por tentativa de homicídio, processo inédito em manifestações. Nem em Junho vimos tais acusações. Que ocorreram, aliás, no mesmo dia em que um Policial Militar disparou tiros de arma letal, sem que isso sim seja considerado tentativa de homicídio. Dois repórteres foram atingidos (um deles encontra-se no hospital, com um tiro de raspão no queixo, e outro com ferimentos causados por estilhaços). Dois manifestantes foram atropelados por viaturas da Polícia Militar, que cortavam o centro da cidade em uma densa demonstração de força repressiva. Os vídeos seguem na internet, enquanto as grandes mídias deixam de veicular as formas de violência mais brutais da polícia. Em Brasília, a PM chegou a soltar cachorros contra os jornalistas! As bombas de gás lacrimogêneo, as balas de borracha, os sprays de pimenta, os cassetetes, ou seja, os mecanismos de repressão, já não servem mais para frear as mobilizações de rua e cada vez mais a polícia mostra sua verdadeira face.
Episódios como esses, de brutal repressão, repetiram-se em diversas cidades e capitais brasileiras, contra mais de dois mil manifestantes em São Paulo e cerca de 20 mil em todo o país, segundo a grande mídia. Mas não nos surpreendamos! A violência que aparece agora contra todos aqueles que se levantam é a mesma que ocorre diariamente nas periferias de todo o país há décadas. A polícia de São Paulo é a que mais mata no mundo (de acordo com dados da ONU). Sistematicamente assassinando a população pobre e negra nas favelas, a mesma que historicamente é marginalizada da sociedade e que ocupa os postos de trabalho mais precários.
Essa é a mesma polícia que reprime greves de trabalhadores no país há anos. Os operários da construção civil de Belo Monte e Jirau, por exemplo, paralisaram as obras do PAC em 2011 (por melhorias nas condições de trabalho) e foram submetidos a um verdadeiro campo de concentração por parte da Força de Nacional de Segurança, de Dilma. As forças repressoras do Estado, cada vez mais questionadas, escancaram seu papel de classe, na manutenção da propriedade privada e privilégio de pouquíssimos indivíduos. Foram as UPP’s de Cabral que desapareceram com Amarildo! Isso nos leva a defender a dissolução de todas as polícias que, por dentro desse sistema, baseado na exploração de muitos para o lucro de poucos, numa sociedade dividida em classes, continuarão cumprindo o mesmo papel, reprimindo, violentando e assassinando cotidianamente os que estão à margem da sociedade.
Nesse sentido, as organizações e partidos de esquerda, os sindicatos, as entidades estudantis, a juventude e os trabalhadores do Brasil têm uma tarefa importantíssima: defender seus lutadores presos, lutar contra a repressão policial do Estado e fazer ecoar as vozes de todos os oprimidos do país e do mundo afora. Queremos nos forjar como uma juventude que pense como superar esse sistema que não nos dá nenhuma perspectiva para o futuro e que nos explora cotidianamente. Que pense em como acabar com as mazelas impostas à juventude e aos trabalhadores. Mas que não apenas pense, e sim que seja sujeito ativo do processo de superação delas. E é por isso que achamos que as mobilizações de rua, combativas e radicalizadas, são importantes chaves do processo, mas que não são suficientes para organizar a juventude e os trabalhadores na luta contra a polícia e os governos, pois não atacam diretamente os lucros dos empresários. Não basta apenas pararmos o trânsito das cidades, é necessário parar a produção e circulação de mercadorias! Pelo papel que cumprem, de produzir tudo em nossa sociedade, apenas os trabalhadores podem atacar diretamente o bolso dos grandes capitalistas, colocar a burguesia de joelhos e organizar a produção a serviço das necessidades de todos. É com essa perspectiva estratégica que a juventude que hoje toma as ruas das grandes cidades e enfrentam a repressão policial e do Estado devem se colocar: a refletir como nos ligamos e fortalecemos a organização os trabalhadores a partir de seus locais de trabalho, exigindo e denunciando a burocracia sindical para que os trabalhadores passem por cima desses verdadeiros agentes da burguesia dentro do movimento dos trabalhadores.
Devemos continuar nas ruas, tendo em vista os ganhos que nelas já obtivemos. Mas trazemos às mobilizações de setembro as experiências de junho. Se não nos organizarmos em espaços democráticos, desde nossas escolas e universidades, locais de trabalho e bairros, conformando um comitê que pense política e organizativamente nossa intervenção nos processos que prometem se reabrir, não avançaremos por maiores conquistas e facilmente nos desarticularemos.
Este é o momento histórico de transformarmos radicalmente a sociedade em que vivemos. Se não nos organizarmos conscientes de nossas tarefas, não poderemos avançar em nossos questionamentos e conquistas!



* Liberdade imediata para todos os presos por lutar e fim dos processos criminais!

* Por uma ampla campanha democrática impulsionada por entidades estudantis, sindicatos, correntes de esquerda, movimentos sociais, e todos aqueles que tem a dizer: Abaixo a repressão!

* Continuamos em luta neste setembro para conquistar tudo aquilo que não obtivemos em junho, e muito mais!


sábado, 7 de setembro de 2013

Solidariedade aos companheiros da UEM! Abaixo a repressão da reitoria e da guarda!


A estudante na foto acima é uma das que foram brutalmente agredidas pela Guarda Universitária da Universidade Estadual de Maringá no dia 5-09 à noite. Leia abaixo um relato da estudante Camila Galleti sobre o ocorrido:

"A aluna é a Tamires, amiga minha e companheira de luta aqui. Ontem pela noite, depois da aula, lá pelas 23h30 um grupo de estudantes estavam no DCE se articulando contra as agressões que tem ocorrido dentro do Campus da UEM e discutindo a situação precária que a UEM está. De quinta-feira a noite, quase sempre acontece sarau e sempre vai muitos estudantes, cerca de 300 estudandes da instituição e da comunidade externa, mas nos últimos meses a polícia tem entrado no campus e repremindo xs estudantes e por isso faz muitas semanas não há festas no campus. Ontem, estava tendo REUNIÃO no DCE, não havia consumo de bebidas alcoolicas e etc. Os vigias (cerca de uns 20 vigias) pediram para xs estudantes sairem do campus mas os alunos se recusaram. Após isso os vigias começaram a agredir xs estudantes e principalmente AS ESTUDANTES. A Tamires (menina da foto) levou uma lajotada na cara, sofreu traumatismo craniano e alguns estudantes de Ciências Sociais tiveram nariz quebrado, hematomas, uma companheira do Coletivo Maria Lacerda foi jogada ao chão e pisoteada. Enfim, foi uma ação truculenta. Hoje pela manhã realizamos uma reunião com cerca de 100 a 200 alunxs, professorxs e servidorxs, todos apoiando xs alunos agredidxs e tiraramos alguns encaminhamentos de luta contra a reitoria e contra o fato ocorrido...enfim, foi lastimável o que houve e a reitoria não se posicionou perante tal fato."


A agressão ocorrida é de total responsabilidade da reitoria da universidade, que utiliza a política repressiva para coibir a organização política e as atividades sociais dos estudantes. A própria polícia militar disse que o reitor da UEM solicitou que fossem feitas rondas no campus nos dias de festa para coibir os eventos. Nos solidarizamos com todos os estudantes agredidos e consideramos fundamental uma campanha ativa de solidariedade contra a repressão sofrida pelos estudantes.


PUNIÇÃO A TODOS OS RESPONSÁVEIS! FORA POLÍCIA DO CAMPUS DA UEM! FIM DA GUARDA UNIVERSITÁRIA!POR UMA UNIVERSIDADE LIVRE E DEMOCRÁTICA! SEM REPRESSÃO DA POLÍCIA OU DA GUARDA!PELO DIREITO DE FESTAS E ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NA UNIVERSIDADE!

LIBERDADE IMEDIATA AOS MAIS DE 30 PRESOS EM SÃO PAULO! ABAIXO A REPRESSÃO DOS GOVERNOS E A VIOLÊNCIA POLICIAL!

Hoje, no dia 07 de setembro, centenas de jovens e trabalhadores que marchavam nas ruas de São Paulo denunciando a violência policial, a repressão aos movimentos sociais, o desaparecimento de Amarildo e a prisão dos Black Bloc no Rio de Janeiro, junto das exigências das mobilizações de junho com relação à saúde, educação e transporte foram brutalmente reprimidos pela polícia de Dilma, Alckmin e Haddad!
Nesse exato momento, nós, da Juventude às Ruas, que estivemos neste ato, estamos em frente à 1ª Delegacia Policial, na qual estão 6 presos da brutal repressão. Além destes, sabemos que mais 13 estão presos na 78ª e outros 28 foram presos na Av. Paulista. Precisamos cercar de solidariedade os companheiros que foram presos e exigir sua imediata liberdade.

Há boatos de que a Polícia estaria buscando imputar crime de tentativa de homicídio aos companheiros! Denunciamos aqui que a polícia militar de São Paulo utilizou no ato de hoje disparos de arma letal durante a repressão. Essa polícia, a mais assassina do mundo, que hoje ameaçou de morte centenas de jovens e trabalhadores que se manifestavam contra a repressão dos governadores Geraldo Alckmin e Cabral, e as políticas públicas dos governos federal, estadual e municipal é a mesma polícia que comete um verdadeiro genocídio ao povo negro nas periferias cotidianamente!

Fazemos um chamado para que as entidades estudantis, centrais sindicais, organizações de direitos humanos e respectivos advogados compareçam às DP’s nas quais estão presos os manifestantes que legitimamente participavam de um ato questionando a arbitrariedade do Estado, o descaso dos governos e esta violência policial!

* Liberdade imediata para todos os presos de Alckmin;
* Julgamento popular e punição dos criminosos da polícia militar que utilizaram armas de fogo letais contra os manifestantes;

* Pela dissolução da polícia

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Das Jornadas de Junho ao 30 de Agosto em Marília: Greves da Unesp e FAMEMA e importantes passos na aliança entre estudantes e trabalhadores

Manifestação funcionárias/os, estudantes e residentes da
FAMEMA no dia 30 de agosto

Definitivamente, após o conjunto de manifestações ocorridas no mês de Junho deste ano, vivemos um novo período no Brasil. Os levantes da juventude deflagrados em todo país atingiram desde as capitais até movimentos nunca antes vistos no interior, com passeatas, ocupações, e greves. É o exemplo de Marília, região centro-oeste de São Paulo, onde desde Junho ocorreram as maiores manifestações da história da cidade.
As Jornadas de Junho em Marília reuniram milhares de pessoas nas ruas, e a juventude mostrou seu espírito combativo. No meio do mês, em apenas uma semana rodovias foram cortadas duas vezes: pelo movimento estudantil da Unesp e pelo conjunto de manifestantes da cidade, ocupações do terminal urbano foram realizadas, dentre outras ações diretas.
Os estudantes da Unesp conformaram importantes blocos classistas, posicionando-se em defesa da classe trabalhadora nas manifestações com peso na juventude da cidade, e lutando ao lado dos servidores municipais que lutavam contra um projeto de lei que pretendia, dentre outros problemas, retirar seus direitos de greve. 
No início de Julho, para o dia 11 era chamado nacionalmente um dia de manifestações que marcaria a entrada da classe trabalhadora como protagonista das manifestações. A partir do bloco classista da Unesp conformado nos atos, iniciamos um trabalho de agitação em torno deste dia, panfletando nas fábricas, chamando reuniões em bairros periféricos da cidade para organização do ato. Infelizmente, as centrais sindicais serviram como uma barreira à potencialidade da manifestação, chamando o ato para o horário de trabalho, sem garantir juridicamente uma paralisação sem punição aos trabalhadores, portanto, sem a mobilização das bases, o ato ocorreu, mas sem o alcance que poderia ter. 
Em meio a todo este cenário, os estudantes das unidades da Unesp de todo o estado, que estavam em uma importante greve, participaram ativamente das mobilizações, com uma pauta de defesa de um projeto de universidade a serviço da classe trabalhadora. 
Em Marília conformou-se um comitê operário-estudantil de mobilização permanente. Outras iniciativas parecidas ocorreram em outros campi da Unesp. Em Araraquara os estudantes também avançaram na aliança com a juventude e os trabalhadores, barrando o aumento da passagem de ônibus. Em Bauru os estudantes se uniram à uma ocupação da Cutrale, organizada por outros movimentos sociais, dentre outras importantes iniciativas. 

A greve da FAMEMA, o ato do dia 30 de Agosto, e um passo na aliança entre os trabalhadores e
estudantes da cidade

O “complexo FAMEMA” (Faculdade de Medicina de Marilia) é uma rede de serviços ambulatoriais e hospitalares, que cobre a demanda de 62 cidades da região de Marília, o que contabiliza mais de um milhão de pessoas. Este complexo é responsável pela assistência ao SUS e pela formação de medicxs e enfermeirxs.
Há alguns meses a situação nos hospitais e serviços da FAMEMA está caótica, faltando materiais básicos (luvas, álcool, agulhas), alimentação para pacientes e funcionários está precária, todos os postos de trabalho estão extremamente sobrecarregados de horas extras, o salário dos funcionários defasado em 30% e o adicional de insalubridade foi suspenso, dentre outras questões. Ao final de junho, os trabalhadores se auto organizaram e denunciaram esta situação e sua insatisfação em um ato pela cidade, o que não obteve resolutivas da direção e do governador, apenas as promessas de sempre, porém sem o apoio do sindicato naquele momento o movimento não conseguiu avançar e o caos permaneceu.
Mas, desde então os trabalhadores passaram a cobrar mais intensamente o apoio do sindicato e, na última segunda-feira (26) iniciou-se uma greve dos funcionários que representam o segundo maior segmento em número de trabalhadores da cidade. Esta greve expandiu-se a estudantes, residentes médicos e não médicos e professores. A luta se dá principalmente contra a precarização do trabalho. A situação crítica no Complexo FAMEMA é um resultado direto da falta de democracia na gestão desta universidade, e do descaso de anos com a saúde da população trabalhadora que depende dos serviços prestados pelos profissionais da área. 
Para o dia 30 de Agosto havia um novo chamado nacional de mobilizações. Apesar dos limites impostos pelas centrais sindicais ao ato, com toda a falta de mobilização de setores importantes de operários, não houve quem segurasse a base dos trabalhadores da saúde na cidade de Marília. Dentre as palavras de ordem mais gritadas tivemos “Da copa eu abro mão, eu quero mais dinheiro para saúde e educação”, “Que vergonha governador, tem paciente no corredor” e “Hora-extra não é salário, é precarização do meu trabalho”, expressando uma luta que tem de fundo a situação gerada por anos de governos neo-liberais, cujas políticas sociais tem como característica o sucateamento da saúde e educação, bem como a precarização do trabalho.
Os estudantes da Unesp, desta vez em conjunto aos funcionários da mesma, também participaram da manifestação, conformando uma importante aliança forjada durante a greve entre estudantes e servidores em oposição às burocracias gestoras da universidade.
 Na noite do dia 30, a partir do comitê de mobilização operário-estudantil construímos uma atividade reunindo trabalhadores da Unesp, trabalhadores e residentes da Famema, estudantes, e professores da rede. Pudemos discutir as greves destes segmentos, trocando experiências, e pensando estas mobilizações à luz da nova situação nacional. Militantes do Pão e Rosas marcaram presença durante todo o dia, anunciando os desafios do avanço da união da classe trabalhadora a partir da superação da divisão da classe dada pela opressão de gênero. Consideramos esta atividade como mais um passo na ligação entre trabalhadores de diferentes segmentos da cidade e estudantes.
Foram discutidas formas de nos prepararmos conjuntamente para novos levantes em períodos que virão adiante, forjando a união entre estudantes e trabalhadores. 
A Juventude às Ruas, que militou ativamente em todo este processo entende como central a aliança operário-estudantil!
Todo apoio aos trabalhadores, estudantes e residentes em luta da FAMEMA!
Basta de precarização do trabalho!
Por uma forte aliança entre trabalhadores e estudantes!