quarta-feira, 10 de julho de 2013

Nota de esclarecimento sobre acusação de “agressão” por parte de militante da Juventude Às Ruas.


André Bof, militante da Juventude Às Ruas e LER-QI
Mateus Pinho, militante da Juventude Às Ruas


Nos últimos dias, tem circulado pelas listas de e-mails de coletivos feministas e outros grupos a acusação de que o companheiro Bof, militante da LER-QI e da Juventude Às Ruas, teria agredido uma companheira, chamada Laura, durante uma manifestação do dia 28/07, por transporte público, ocorrida em Osasco.

Segundo a acusação, ainda não formalizada em nota, mas apenas num e-mail enviado pela garota aos coletivos, o companheiro teria, durante determinado momento do ato, puxado os braços, empurrado e “enfiado o dedo em sua cara”, afim de intimidá-la e impor sua vontade política.Viemos por meio desta nota esclarecer que este fato não ocorreu, bem como pontuar esta questão.

Em diversos momentos de seu relato nos surpreendemos com o fato de que Laura mistura as acusações de agressão com avaliações e críticas sobre a atuação política dos membros de nossas organizações.

Isto fica especialmente claro quando, em conjunto com as acusações morais, nos acusa de não permitir que outros falassem ao mega-fone do ato, de impormos uma decisão unilateral sobre o trajeto e quando insinua que não respeitamos a comissão de organização e segurança do ato.
São todas acusações graves, porém políticas, as quais, estamos, estivemos e estaremos, sempre dispostos a responder visando o melhor para o movimento.

No entanto, há que, em primeiro lugar, tratar os debates de forma separada, para que não se confundam as questões e, assim, não se prejudique a busca por soluções e conclusões.

Desde o início da jornada, a Juventude Às Ruas esteve presente na “Frente popular democrática de luta contra o aumento”, o organismo que se formou para articular as iniciativas na região de Osasco, construindo e divulgando a luta.

Não há problema algum, no entanto, em dizermos que nesta frente existem profundas diferenças e diversos grupos políticos. Entre eles, correntes internas do PT (Partido dos Trabalhadores), do qual são filiados alguns dos militantes que nos acusam.
Durante o ato divergimos destes militantes em diversas questões, no entanto em momento algum impusemos nossa vontade à força. Não é nosso método.

Este é o plano político e a ele responderemos nas próximas plenárias de organização do movimento o que, se tomado de maneira séria, pode fortalecer o movimento.
Entretanto, o que queremos reforçar aqui é nossa surpresa e preocupação com o fato de que, somadas a estas acusações políticas, surgiram graves acusações morais contra um companheiro de nossa organização.

Estas acusações morais, no entanto, só podem ser definidas como calúnias e mentiras.

Como membros das comissões, tanto Bof (segurança) quanto Mateus (delegado e mobilização), estiveram a frente do ato ajudando a organizar o trajeto e as palavras de ordem, compartilhando a todo o momento o megafone e mantendo o ato coeso.

Como dissemos, as diferenças se expressavam e, num determinado momento próximo ao fim do ato, após Mateus, responsável pela organização, fazer uma consulta ao conjunto do ato sobre qual trajeto iria se seguir, foi aprovado uma proposta que não agradou aos membros do grupo de Laura, que foram para cima de Mateus para arrancar-lhe o megafone, gritar, etc.
Imediatamente, nossas e nossos companheiros puxaram Mateus para que viesse próximo de nós.

No meio desta situação, a única frase dita por Bof para Laura, que estava aos berros, foi: “Fale sua proposta para todo mundo ouvir, Laura. Não ajuda nada causar”.

Não houve contato físico, agressão verbal e nem sequer um tom de voz elevado.

A isto se seguiu que Laura e outros militantes, após um momento, vieram para cima do companheiro berrando e acusando-o de ter “enfiado o dedo na cara da garota” o que, ao fim do ato, em discussão com alguns militantes que trouxeram novamente as acusações “mescladas”, inclusive pontuando que “não permitiriam entrismo da LER-QI” em Osasco, foi negado pelo companheiro Bof, que se surpreendeu com a acusação.

O que muito nos surpreende é que tais acusações, políticas e morais, estejam mescladas, dando a entender que nos utilizamos de um método machista e burocrático para impor nossa decisão política. Nos perguntamos quais os objetivos desta denúncia? Igualmente, nos perguntamos quem se beneficiaria de uma acusação e métodos como estes?

Os companheiros, militantes de uma Juventude Revolucionária, entendem bem a luta cotidiana das mulheres contra toda a lógica machista imposta pela sociedade capitalista.
Atuam, ombro a ombro, com o Grupo de mulheres Pão e Rosas que buscam, a todo momento, demonstrar como a miséria machista é funcional e um instrumento de dominação capitalista.

Para a Juventude Às Ruas e para a LER-QI, a questão da luta das mulheres é uma questão de estratégia e sua defesa é um princípio. É uma acusação moral gravíssima que deve ser acompanhada da maior seriedade.

Sendo assim, por reconhecer nesta acusação uma calúnia e saber que em nenhum momento discutiu-se isto com nossas organizações ou com o membro acusado, estamos a disposição para discutir numa próxima plenária do movimento em Osasco, o conteúdo da acusação, para que se coloquem as claras todo o ocorrido e se dê a verdadeira importância a um tema vital para todo e qualquer um que se diga revolucionário.

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