Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Juventude às Ruas na luta contra a precarização da educação!

Por Anna, Juventude às Ruas Unesp Franca - 


Em um processo de ascenso dos movimentos sociais em conjunto com uma grande massa da população no último mês no Brasil, os estudantes têm demonstrado o quanto é possível sair às ruas e arrancar os seus direitos com estratégias de luta e resistência.

A luta contra a precarização tem sido uma das fortes campanhas impulsionadas pela juventude, e na conjuntura atual da unesp tem se mostrado de forma bastante expressiva no que diz respeito à permanência estudantil, por construções imediatas de moradias estudantis e restaurantes universitários, assim como no aumento de bolsas sócio econômicas e o embate contra o pimesp - programa empurrado goela a baixo pelo governo visando a meritocracia e filtrar cada vez mais quem entra no funil da universidade pública.                 

Ainda, forte expressão na campanha contra a repressão axs lutadorex, contra todas as sindicâncias e processos abertos como um ataque à mobilização estadual dos estudantes e a repressão policial que assassina diariamente a juventude pobre e negra nos morros e favelas, os indígenas e os sem terra que lutam pelos seus espaços, e mesmo nos centros urbanos, com a higienização dos sem teto e aos marginalizados desse sistema assassino.

Não esqueceremos todas as mortes e ataques da classe trabalhadora, não nos calaremos diante da opressão necessária para a manutenção desse mesmo capitalismo que explora e divide os trabalhadores, os deixa na miséria e no abismo de não poder assumir sua identidade, seu gênero e suas vontades. Contra a repressão sexual, que tem se colocado cada vez mais explicita dentro do próprio governo, que se diz laico mas rechaça e interfere na vida das pessoas.

A luta da Unesp é só uma expressão do que acontece dentro e fora de seus muros, fazendo alusão do corte de bolsas à falta de garantia de moradia e modo de vida digno. Essa juventude deve se aliar à classe trabalhadora, se colocar à frente levando seu projeto e construindo um movimento realmente organizado, para que não se perca esse momento crucial para a história da luta de classes e lutar juntos inclusive contra os oportunistas que têm surgido querendo colocar suas demandas alheias aos trabalhadores e a juventude, em meio a todas as manifestações avassaladoras dos últimos dias em âmbito nacional.

Todo apoio às greves e ocupações espalhadas pelos campi da UNESP há dois meses! Todo apoio à ocupação da reitoria da UNESP! Força à todxs companheirxs! Vamos mudar a correlação de forças, juntos e organizados somos mais fortes.

TODO APOIO A OCUPAÇÃO DA REITORIA DA UNESP! A JUVENTUDE DA UNESP CONTINUA NA LINHA DE FRENTE!

Declaração da Juventude Às Ruas Unesp 

Mais de 300 estudantes de vários campi da Unesp ocuparam essa manhã a reitoria da Universidade em São Paulo. Após quase três meses de greve em mais da metade das unidades locais e uma onda de ocupações das direções e congregações espalhadas por todo o estado, a Reitoria, o governo estadual e as direções locais continuaram sem atender nenhuma das reivindicações dos estudantes, trabalhadores e professores em luta.

Nossas pautas por permanência estudantil efetiva a todxs que precisarem, contra o Pimesp – por cotas raciais proporcionais como parte da luta pelo fim do vestibular e contra a repressão de todos os tipos (política, policial, sexual) ao movimento estudantil e a todos que se levantam, serão discutidas numa reunião hoje às 17 horas com a vice-reitoria vinda às pressas de Botucatu por conta da força mostrada pelo movimento através de sua mobilização.

Depois de meses evitando negociar com o movimento, cancelando reuniões e marcando viagens para o exterior (como fez o Reitor que foi para a Coréia durante as negociações com os três setores em greve da universidade), a Reitoria e o governo do Estado estão em alerta. É o espírito da juventude brasileira que se levanta em cada parte do país que sacode as mobilizações da Unesp. É em aliança com a juventude que se coloca nas ruas e com os trabalhadores que conseguiremos uma universidade pública, de qualidade, laica e a serviço da classe trabalhadora.

Chamamos os companheiros e companheiras da USP, UNICAMP, UNIFESP, e suas entidades estudantis como os DCE’s a se somarem na mobilização da Unesp e prestarem solidariedade ativa com o nosso movimento. Construamos uma forte luta estadual nas universidades e nas ruas!

Um grupo de cerca de 300 estudantes invadiu na manhã desta quinta-feira o prédio da reitoria da Unesp, no centro de São Paulo

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Barramos o aumento! Agora vamos por mais!

Carta-programa produzida pela Juventude às Ruas e independentes a partir da Plenária aberta da Juventude às Ruas em São Paulo no domingo, 23/06/2013.

Convidamos todos a comparecer à II Plenária Aberta da Juventude às Ruas - Vamos por Mais!, e em seguida festa. Neste sábado, às 16h, na Casa Socialista Karl Marx, na Pça Américo Jacomino 49, ao lado do metrô Vila Madalena.



A luta pelo transporte público!

Juventude às Ruas e Independentes - 

20 centavos. Uma conquista histórica de um povo descontente com tanto sofrimento e exploração. Segundo nosso Prefeito Haddad, não havia como tirar esse dinheiro de nenhum lugar. Ele disse que já estava ajustando o aumento muito abaixo da inflação, e que seria impossível revogar o aumento. Pois bem, foi revogado. A pergunta que fica é: de onde vai sair esse dinheiro? Quem vai custear esses 20 centavos? A resposta é clara e você já deve saber, DO POVO POBRE E TRABALHADOR!!! Esse "buraco" vai ser realocado para impostos que o povo mais uma vez vai assumir. Alckmin também disse que vai “diminuir investimentos”, mas garante lucros cada vez maiores aos empresários com, por exemplo, a privatização da linha 4. E mais uma vez quem se prejudica são os trabalhadores e o povo pobre!


O grito que ecoou na garganta de tantos jovens e trabalhadores durante os manifestos era verdadeiro, NÃO SÃO SÓ 20 CENTAVOS!

Este é o grito que queremos que você ouça! Lutamos contra a Máfia dos transportes, onde quem lucra são grandes empresários que exploram a população e financiam as campanhas de políticos dos mais diversos partidos. Lutamos pela abertura do livro de contas dos transportes, para que o povo veja para onde vai cada centavo do seu dinheiro. Pois não adianta de nada revogar o aumento de 20 centavos, enquanto o governo compra "PARAFUSOS DE 50 REAIS". Lutamos pelo fim do desconto de 6% do salário dos trabalhadores para o vale transporteLutamos pela gratuidade do transporte para a juventude, estudantes, desempregados e aposentados. Lutamos contra a nova licitação, aberta pelo prefeito Haddad, de R$ 46,3 bilhões (Maior contratação feita na história da prefeitura de São paulo, maior que o próprio orçamento de toda a capital para 2013), onde uma empresa terá a concessão dos transportes nos próximos 15 ANOS. Essa licitação aprovou mudanças no estatuto, como o aumento de passageiros de 5 pessoas por metro quadrado, para 6 pessoas por metro quadrado. Absurdo! Para acabar com o lucro dos empresários sobre o direito do transporte, lutamos para que não haja mais nenhum centavo de subsídio público às empresas e nenhum tipo de renúncia fiscal como propõem os governos! Por isto lutamos pela Estatização do Transporte sob controle dos trabalhadores e dos usuários, onde o nosso "ir e vir" não seja um produto vendido pelo governo para grandes empresas, que dominam as Máfias e que nos tratam como "BOIADA".

 O povo se lembrou da força que tem, e foi ÀS RUAS mostrar sua indignação. Essa luta é de todos, e por todos. Essa luta é pela periferia que passa um quarto do seu dia dentro de trens e ônibus que de má qualidade, e ainda pagam caro por isso. A periferia, os trabalhadores, constroem a cidade e não podem usufruir dela! As tarifas colocam correntes à população. Onde ir à Escola, ao Hospital ou até Passear, é uma mercadoria explorada pelas Grandes Empresas e pelo Governo. A Máfia dos Transportes, tem que acabar! Com os trabalhadores e a juventude povo,conscientes, nas ruas, podemos conquistar a Estatização do Transporte. 

Lutamos por um transporte sob controle Operário e Popular!


Também precisamos lutar nas ruas pela liberdade de todos os que estiveram na linha de frente da conquista da revogação do aumento. Há muitos presos por todo o país e muitos que foram indiciados por crimes como desobediência e formação de quadrilha. Lutar pelos nossos direitos não é crime, e precisamos dizer bem alto pra polícia e pros governos que se mexer com um de nós, estará mexendo com todos! Não vamos aceitar nenhuma criminalização dos que estão nas ruas lutando contra o lucro dos empresários e a política dos governos dos patrões!


terça-feira, 25 de junho de 2013

Proposta de manifesto para discussão frente a situação nacional e da luta de classes

Por Juventude às Ruas RJ, Independentes e  Grupo de mulheres e diversidade sexual Pão e Rosas (RJ)



Introdução

Escrevemos este rascunho de manifesto no dia 23/6 como proposta a ser levada a companheiros independentes e grupos políticos como tentativa, inicial e aberta para discutirmos conjuntamente, balanço e orientação, propostas, programa, frente ao cenário político e da luta de classes que se abriu em nosso país e mais especificamente em nossa cidade e Região Metropolitana depois dos grandes atos e importantes lições a tirar do mesmo. Nossa cidade concentrou ataques a manifestantes com tiros de armas de fogo pela polícia de Cabral, as manifestações mais massivas do país, bem como importantes demonstrações de raiva com as instituições políticas do Estado (ALERJ entre outros) bem como um ataque a esquerda e organizações operárias, estudantis e populares no último ato (quinta-feira). É debatendo lições deste processo que chegaremos a programa, táticas e ações políticas que permitam formar uma esquerda de centenas ou mesmo milhares de jovens (estudantil e trabalhadora) que esteja à altura dos desafios do próximo período, contribuindo para refundar sindicatos, organizações estudantis e populares para que sejam estes os órgãos de mobilização e combate do conjunto dos trabalhadores e do povo, derrotando as tentativas de desvio desta grande luta que se iniciou. Nossos inimigos da direita dentro do governo e fora do mesmo, da grande mídia, e não devemos excluir o próprio PT e Dilma (como os 5 pactos de Dilma buscam fazer) e saídas opositoras de “centro-esquerda” todos estão e estarão buscando conter e desviar este processo. Com estas lições procuraremos discutir com companheiros independentes e de outros grupos para colocarmos de pé uma agrupação de centenas ou mesmo milhares que se prepare para fazer a diferença no próximo período.

Contexto e precedentes internacionais e nacionais a esta situação política


1- Entendemos o movimento que tomou as ruas em todo o país nas últimas semanas como parte de um fenômeno internacional. Depois de longos anos de retrocesso organizativo, ideológico e até moral setores das massas despertam a vida política e à luta. Porém despertam carregando ideias daqueles anos do neoliberalismo (com suas privatizações, perdas de direitos da classe trabalhadora, maior colonização econômica e política dos países da periferia capitalista), da restauração capitalista realizada pelas mãos da burocracia stalinista no Leste Europeu e China, da conversão de partidos (PT, PCdoB em nosso país) e sindicatos operários em aplicadores do receituário primeiro neoliberal e agora, na Europa, do “ajuste” à sabor dos capitalistas. Esta conversão em socialistas de palavras e neoliberais de fato desta que era a esquerda hegemônica em muitos países explica parte do repúdio aos partidos, sindicatos tão presentes aqui como no Estado Espanhol e outros lugares. Enquanto em diversos países isto ocorreu em meio a mais aguda crise econômica desde 1929, no Norte da África chocou-se com brutais regimes ditatoriais, no Brasil e no Chile chocaram-se com uma democracia formalmente instituída mas que não passa de um máscara para a ditadura dos empresários reprimindo manifestantes, atirando com balas de verdade, buscando prender por formação de quadrilha, etc e em nosso caso promovendo cotidianas chacinas nos morros e favelas. As diferenças do Brasil e Chile dizem respeito não só a como são os regimes (o Chile em uma escala de repressão política fica em algum lugar intermediário entre o Brasil e Norte da África) mas também na forma de organização do movimento. Naquele país vizinho as mobilizações foram organizadas desde as estruturas de estudo (escolas, universidades) lhe conferindo maior coesão e aspectos mais duradouros (e inclusive mais claras possibilidades de combate à burocracia sindical e estudantil), diferente da participação como indivíduos como predomina aqui e assim marca mais decisivamente um predomino de um clima de classe média nas manifestações.

2- O movimento que eclodiu no Brasil alterou profundamente a situação nacional. Os anos do “lulismo”– que são os anos onde predominava a não necessidade ou coragem de sair à luta e espera por concessões entregues pelos governos - acabaram (isto não quer dizer que Lula se acabou, mas significa que estes anos de “paz social” chegaram ao fim). Alterou-se a psicologia de todas as classes sociais. Os governos não sabem como governar, que medidas tomar, se serão aceitas, repudiadas.... A grande burguesia, no governo ou na oposição, oscila e vai trocando de posições políticas a cada grande manifestação ou evento nacional (a mídia passou de criminalizar o movimento como um todo a apoiá-lo e tentar lhe dar pautas). Os trabalhadores vão sentindo-se menos derrotados para sair à luta (sem o ter feito ainda, em parte por política das burocracias sindicais que impedem ou dificultam que a classe trabalhadora se expresse sobretudo quando sua luta tende a chocar-se com os governos do PT) e toda uma geração desperta para a política (à esquerda e à direita). Este movimento despertou todas as classes sociais e todas elas, com seus instrumentos (mídia, partidos, sindicatos, ONGs, movimentos) se jogam a influenciá-lo. Neste cenário tem predominado uma hegemonia de classe média. Nós nos jogamos para construir uma ala que defenda os trabalhadores e todos os oprimidos. O movimento como um todo não será isto, mas nos jogamos para ser esta fração pró-trabalhadores, negros, mulheres, LGBTTIs, sem-teto, sem-terra.

3- O movimento em curso no Brasil tende a chocar-se com o conjunto dos governos mas antes de mais nada com o governo Dilma e o PT. Dia a dia milhares vão aprendendo como este governo apesar de adotar uma fraseologia popular é aplicador de profundos ataques à classe trabalhadora e aos setores oprimidos. Este é o governo que, junto ao governo de Cabral, privatizou o Maracanã, e os principais aeroportos do país e segue uma sangria dos recursos do Estado para as multinacionais, através do pagamento das dívidas interna e externa e com os “empréstimos camaradas” do BNDES (com juros abaixo do mercado subsidiados com nossos impostos para ajudar bilionários). É também o governo onde mais tem sido assassinado indígenas e sem-terras.Pactua e abre espaço a setores reacionários “laicos” como Sarney, Renan e Collor e setores reacionários evangélicos e católicos como Feliciano e outros. Para garantir nosso direito a uma vida não precária (do transporte, ao salário, educação e saúde) é preciso derrotar o conjunto de governos municipais, estaduais, e federal. Estes governos existem para melhorar os negócios dos empresários em geral e dos empresários “amigos” em particular (Eike, Cavendish e, outros). Para melhor servir estes interesses dos bilionários, os governos - sejam tucanos, petistas ou peemedebistas - militarizam as favelas e reprimem a luta dos trabalhadores como ocorre nas grandes obras do PAC (Jirau, Belo Monte, Comperj, Suape, outros). O que vimos em larga escala nas capitais e outras cidades nas duas últimas semanas é o cotidiano da classe trabalhadora e sobretudo da juventude negra em cada morro, favela, periferia.

Dinâmica da luta a partir da luta pela revogação do aumento da passagem

4- Todo este movimento foi desatado por mobilizações que se iniciaram com a luta contra o aumento das passagens e assim congregaram uma série de fatores que já vinham se demonstrado mais subterraneamente na situação nacional: descontentamento com a inflação, dificuldades no modelo “lulista” da economia baseado no trabalho precário, terceirizado, e no consumo baseado no crédito, demanda por direitos sociais (transporte, educação, saúde), demanda por direitos das mulheres, LGBTTIs, juventude, repúdio à violência policial, críticas ao PT e governo Dilma por serem muito ligados a setores reacionários (ou por outro lado por ser “brando demais” como há também nas marchas), repúdio à corrupção, às obras faraônicas dos mega-eventos– que consome bilhões de reais enquanto não há (segundo governos e burguesia) verbas para transporte e educação -, à remoção de centenas de milhares de moradores do entorno das obras e à militarização de toda a cidade. Todos estes “motores” e reivindicações foram posto na rua, ao mesmo tempo.

5- As direções que iniciaram este movimento (MPL em SP, Fórum contra o aumento no Rio, outros) provavelmente não poderiam ter dado conta de hegemonizar um movimento tão policlassista e com setores tão mais poderosos materialmente se jogando nele como os governos, as igrejas, TVs, etc. Porém a inércia de seus métodos, de manter tudo como sempre esteve quando debaixo dos narizes de todos o país mudava, redundou em um burocratismo que limitou as possibilidades deste movimento para além da conquista provisória da redução do aumento das tarifas país à fora. Esta inércia e burocratismo se expressaram em seus métodos ao pensar que o grupo que primeiro saiu à rua ou reuniões de indivíduos de uma vanguarda estendida (partidos anti-governistas como PSOL, PSTU, pequenas organizações como a Juventude às Ruas e outras, independentes limitados) poderiam ditar os rumos do movimento (de centenas de milhares) contribuíram para que nossos inimigos tivessem mais espaços e argumentos (“não me representa”, etc). Desde o princípio defendemos, e conforme o possível implementamos, uma política de construir o movimento nas estruturas de estudo e trabalho para que fosse a massa de jovens destes locais, com suas demandas construídas democraticamente que se expressassem nas ruas. Para isto propusemos que no lugar de uma corrente ou um juntado de correntes e indivíduos (minoritário em relação às centenas de milhares) o Fórum fosse substituído por um comitê que fosse uma direção democrática do conjunto do movimento, a partir de representantes de assembleias nas escolas, universidades, e outros locais de trabalho, estudo, ocupações urbanas (delegados revogáveis). Talvez, mesmo se estas direções tivessem adotado nossa proposta a fratura atual do movimento ainda teria se dado, porém, seguramente, a ala esquerda (aqui entendida como anti-governista mas também em um sentido amplo e democrático, anti-racismo, anti-homofobia, anti-machismo) estaria melhor preparada e fortalecida.

Anti-partidarismo, auto-defesa, nacionalismo e outros desafios neste movimento

6- Com a intervenção de governos e da direita (de dentro do governo e fora, ao contrário da CUT achamos que a direita também está dentro do governo) com seus agentes como as polícias reservadas e provocadores à paisana, e ainda grupos de choque da ultra-direita, bem como a tentativa de dar uma pauta ao movimento (PEC 37, corrupção em geral, segurança, outros) e incentivá-lo a atacar os partidos (como fez Merval Pereira em sua coluna de sexta no Globo) estes poderosos herdeiros da Casa Grande tem conseguido angariar apoio daqueles que se colocam contra os partidos pelos mais variados motivos (críticas ao PT, ao parlamento, aos políticos, ao regime político, entre outros). O resultado deste ataque é funcional aos governos e à burguesia: diminuindo substancialmente a influência da esquerda no movimento este se torna ainda mais heterogêneo e policlassista (e portanto passível de ser dirigido pela Globo). Compreendemos a não confiança nos partidos e sindicatos (fruto, antes de mais nada, da transformação da poderosa CUT em defensora do governo) que a situação anterior na luta de classes em nosso país e no mundo alimentou. No entanto, a esquerda anti-governista precisa repensar seus objetivos e a partir dos sindicatos dar mostras de uma outra militância que responda não só ao salário ou outras demandas mais corporativas, mas que faça política, que mostre que elas e os sindicatos buscam responder aos problemas do conjunto da população trabalhadora. Assim, a partir desta prática política, a partir do debate democrático e real na base que poderemos ter peso real em um movimento massivo como este.

Ter ocorrido isto não significa, no entanto, que as centenas de milhares que tomam as ruas e permanecem ali mesmo depois da expulsão da esquerda (muito nem vêem isto acontecer) sejam de direita. Sem a esquerda tudo neste movimento expressa-se mais confusamente, as mesmas consignas motoras “de esquerda” (saúde, educação, transporte, que políticos ganhem um salário mínimo, outras), continuam se expressando misturadas às de “direita” (contra aborto, pela diminuição do Estado, outras) e às onipresentes bandeiras nacionais. A esquerda anti-capitalista, pró-operária, defensora das bandeiras do movimento negro, LGBTTI, mulheres, sem-teto, sem-terra precisa intervir neste processo heterogêneo: não abandoná-lo à direita.

7- Nós nos colocamos incondicionalmente pelo direito de todas as organizações estudantis, operárias, movimentos sociais e partidos políticos anti-capitalistas e operários de se expressarem nas mobilizações. É preciso tomar medidas políticas e práticas de defesa entre as organizações. Porém, será a partir de medidas políticas, começando por envolver a base de trabalhadores para que expressem seus programas em colunas de centenas de petroleiros, metalúrgicos, etc, nas ruas que esta defesa poderá se transformar em uma ofensiva para que conquistemos as reivindicações dos trabalhadores.

8- Temos visto um fenômeno novo para quem está acostumado com mobilizações de esquerda. Intermináveis bandeiras nacionais e cantar o hino nacional. Detestamos o que significa a bandeira brasileira com as cores da família imperial acrescida da insigna positivista e conservadora de “ordem e progresso” que sempre significou repressão e mesmo morte aos que se insurgiram contra os donos da ordem como foram os escravocratas, latifundiários e depois os burgueses propriamente ditos. O Estado brasileiro, suas polícias, prisões nasceram para caçar primeiro os negros e depois, ainda mantendo seu foco nos negros, no conjunto dos trabalhadores e dos pobres. A luta contra o racismo e o genocídio negro deve ser erguido em uma voz muito maior do que está ocorrendo para expressar efetivamente a maioria do povo brasileiro. Ao mesmo tempo que reconhecemos todos estes símbolos detestáveis do que o “nacionalismo brasileiro” cheio de sangue negro, operário, indígena, vemos que uma parcela substancial dos jovens que vão às ruas com a bandeira do Brasil querem na verdade reivindicar como aquilo é ser brasileiro e não a casta de políticos ou o pão e circo nesta Copa. Sem capitular a este nacionalismo ou ser sectário com ele, devemos fazer um esforço de propaganda mostrando suas origens e práticas, erguer a luta contra o genocídio negro, e opor um nacionalismo conservador, das classes dominantes, a um dos trabalhadores que lute também pela reestatização das empresas privatizadas, e que reconheça em outros povos o mesmo direito do que o nosso, defendendo que a Petrobrás na Bolívia, Nigéria, e outros países pertençam a este povos e não que signifiquem uma sangria de seus recursos tal como ocorre aqui.

9- Não vemos nenhum perigo de golpe militar como alguns companheiros afirmam comprando discurso de setores petistas. Ao contrário há mais e mais espaço para organização de trabalhadores e tomar às ruas para derrotar projetos reacionários como “cura gay” e “estatuto do nascituro”. Frente a CUT e seu discurso de “golpe à democracia” denunciaremos que os métodos para derrotar um golpe é tal como propomos nas entidades estudantis, assembleias de base e métodos da classe trabalhadora, greve, piquete, auto-defesa. Não se derrota golpe com cédulas eleitorais. Nem se derrota a direita sem mobilização da base de trabalhadores, estudantes. Os trabalhadores, tal como a juventude, precisarão reconstruir as organizações sindicais, estudantis e populares passando por cima de diversas direções de sindicatos e entidades estudantis atreladas ao governismo que funcionam como verdadeiras burocracias para defender os interesses dos empresários e do governo. Neste processo será necessário apoiar-se em cada iniciativa destes grupos burocráticos para forçá-los a fazer o que não fazem, assembléias democráticas, organização de toda a base para a luta e assim ir dando passos para construir uma outra esquerda e outra prática no movimento estudantil e operário.

Grandes eventos, grandes obras e imensa repressão estrutural e neste movimento

10- A mídia tem falado muito de uma suposta minoria praticante de violência. Ora ou outra, sobretudo quando algum jornalista é atingido ela denuncia também o que ela chama de “excessos policiais”. Esta tentativa de separar o movimento entre vândalos e ordeiros e a partir disto buscar dirigir o movimento bem como relegitimar as forças de repressão (há vândalos a conter ela argumenta) deve ser rechaçada taxativamente. Somos todos manifestantes. Vândalo é um Estado que atira com balas de verdade na Alerj (em 17/6), que condena milhões a um transporte precário, caro e inseguro. Vandalismo é o que fazem os governantes com os recursos do país ao entregar 47% do orçamento federal às dívidas internas e externa e assim negar a realização elementar de direitos como a saúde, educação, moradia e transporte. Vandalismo é ter um número indeterminado de manifestantes presos, milhares com processos abertos e muitos deles sendo acusados do absurdo crime de formação de quadrilha. Devemos questionar as fortunas gastas com balas de borracha e gás lacrimogênio nos últimos dias e suposta falta de recursos para tomar qualquer medida relativa ao transporte público. O que vivemos em SP, BH, Rio, POA, Salvador e outras cidades é um método de estado de sítio nos centros das cidades e nos locais de manifestação. Um método novo para sufocar manifestações nas cidades, sobretudo quando há predomínio da classe média. Porém, isto não é em nada diferente do cotidiano do que aplicam os governos Cabral e Dilma nas favelas com as UPPs e nas grandes obras do PAC prendendo arbitrariamente e mesmo matando manifestantes. Este projeto de país das grandes obras do PAC, da Copa, Olimpíadas, sua privatização inerente a estas obras onde o governo realiza diretamente e depois entrega a alguém (sempre ele, Eike!) ou paga fortunas indeterminadas para obras nada transparente para benefício das empreiteiras e significa mais de uma centena de milhares de removidos para as obras (incluindo povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais que são roubadas de seu direito à terra), do trabalho precário na construção civil (onde milhares morrem ou sofrem mutilações todo ano) só se sustenta em base a uma imensa repressão estrutural que depois, por sua vez alimenta esta repressão política. Todo este processo acaba redundando depois em uma outra remoção, a remoção econômica fruto da absurda especulação imobiliária que tem tomado todo país com centro no Rio de Janeiro como cidade da Copa e Olimpíadas. Um ponto “zero” em todo e qualquer desenvolvimento deste movimento deve ser a denúncia da repressão estrutural, contra as remoções, e pela liberdade dos presos políticos em todo o país, de Jirau aos manifestantes das últimas semanas.

Orientação e programa para este momento

11- Com base nesta análise poderemos e deveremos tomar algumas medidas: a) intervir nos processos de massa que sejam heterogêneos e não claramente hegemonizados pela direita; b) tomar às ruas, faculdades, escolas e locais de trabalho para centrar a luta em torno de questões sentidas como transporte e outras demandas relacionadas à carestia de vida, focar em diversas demandas relacionadas à defesa do estado laico (cura gay, estatuto do nascituro), contra as privatizações; c) afinar as armas de crítica política ao regime político atual para buscar criar uma fração à esquerda no movimento contra a corrupção com proposta de recolocar reivindicações históricas da classe trabalhadora aprendidas com a Comuna de Paris, como que nenhum funcionário de alto escalão, juiz, deputado ganhe mais que um trabalhador (um professor talvez?), entre outras; d) postura intransigente contra as tentativas de divisão do movimento entre vândalos e ordeiros e contra o conjunto de forças repressivas do Estado começando pela defesa de liberdade dos presos políticos e anulação dos inquéritos.

12- Em base a estas lições e orientações levaremos às bases nos locais de trabalho e estudo propostas de coordenação das ações de setores em luta com uma série de demandas que articularemos diferencialmente conforme os locais e conjunturas. Em meio a uma situação muito fluída que ninguém arrisca a dizer como evoluirá e com tantos motivos políticos e sociais entrecruzados servindo de base para mobilizar a juventude, trabalhadores e setores de massa, tem dificuldade em determinar se é necessário primeiro levantar um programa sobre educação, sobre transporte, sobre salário, sobre a Copa, sobre o PAC, sobre a corrupção e privilégio desta casta de políticos. Sendo assim elencamos uma série de consignas sobre estes distintos temas que testaremos em distintos locais de trabalho e estudo e nas manifestações, todas elas buscando partir de elementos mínimos que já são colocados por setores do movimento mas ligando-nas a saídas mais de fundo aos problemas que questionem a propriedade capitalista e levem a maior coesão e ação da classe trabalhadora.

Libertação dos presos políticos, anulação dos inquéritos! Abaixo a repressão aos protestos! Contra o genocídio dos negros nos morros e favelas! Pelo fim das remoções!

Transporte: Pela redução drástica das tarifas sem subsídios! Pela redução drástica das tarifas intermunicipais! Pelo fim da dupla função! Pelo fim do pagamento dos 6% pelos trabalhadores no vale-transporte, que os empresários paguem! Pela abertura das contas Fetranspor! Pelo passe livre para estudantes, desempregados e aposentados! Contra o financiamento aos empresários em propostas como o “tarifa zero”, pela estatização sem indenização e controle pelos trabalhadores e usuários de todo o sistema de transporte público! Em base ao controle pelos trabalhadores e usuários do sistema de transporte público colocar de pé um programa que permita o uso racional dos recursos urbanos, para um efetivo direito à cidade, em diálogo com especialistas permitindo tirar da gaveta projetos racionais que os empresários e seus governantes aliados impedem de ocorrer por sua procura desenfreada por lucros!

Mais verbas para educação! 10% do PIB para educação pública já! Estatização sob controle da comunidade universitária sem indenização dos monopólios do ensino superior, começando pelo Kroton-Anhaguera e seu mais de 1 milhão de estudantes! Fim do vestibular, livre acesso! Que nenhum cargo de alto escalão, juiz, parlamentar ganhe mais que um professor! Que nenhum professor ganhe menos do que é o mínimo previsto na constituição: pelo salário mínimo do DIEESE (hoje em mais de R$ 2800)!

Não pagamento das dívidas interna e externa para ter recursos para saúde, educação, transporte!

Contra a cura gay! Contra o estatuto do nascituro! Pelo direito ao aborto livre, seguro e gratuito! Contra o financiamento público a igrejas! Revogação das concessões de rádio e TV das igrejas católicas e evangélicas como parte da luta contra privilégios das igrejas e do conjunto da grande mídia! Colocar estas rádios e TVs sob controle dos trabalhadores deste setor junto a movimentos sociais, sindicatos, organizações estudantis! Pelo Estado Laico!

Revogação de todas privatizações: Maracanã, aeroportos, portos, petróleo! Por uma auditoria independente realizada pelos trabalhadores nas contas do PAC e obras da Copa!

Contra a privatização da saúde através das OSs e dos hospitais universitários com a EBSERH! Pela saúde, pública, gratuita e de qualidade!

Pelo Controle operário ou pelo controle operário e popular conforme local (Maracanã e TVs distinto do controle em um ramo da produção como o petróleo)! Não confiamos em gerentes indicados por políticos para o uso racional destes recursos e para que estes empreendimentos estejam a serviço dos interesses dos trabalhadores e do povo!

Contra a divisão dos trabalhadores em trabalhadores de “primeira e segunda”. Igual trabalho e iguais direitos para terceirizados! Pela incorporação às empresas onde trabalham (e sem concurso público no caso do funcionalismo)! Pelo direito a formação profissional no horário de trabalho e remunerada!

Colocar de pé um grande movimento de jovens, trabalhadores, mulheres, negros, LGBTTIs

13- Visto o tamanho do movimento que temos na rua e outros centenas de milhares que mesmo sem tomar às ruas apoiam as mobilizações, se politizam. Resolvemos não só construir nas estruturas e coordenar as lutas desde as bases mas também construir algo muito superior. Um grande grupo de juventude (estudantil e trabalhadora), de mulheres, de negros e diversidade sexual que busque se ligar a classe trabalhadora em base a este programa levantado acima. Chamamos todos os indivíduos e grupos que tiverem acordo com essas propostas que discutamos para colocar de pé uma alternativa à altura dos desafios de nosso tempo.




sexta-feira, 21 de junho de 2013

Em defesa do movimento operário e de sua livre organização!


Nas últimas semanas, vimos a juventude brasileira se aproximar do ritmo internacional da juventude que questiona os ataques dos governos sobre as condições de vida da população, levando com isso milhares às ruas em todo o país.

Após barrar o aumento da passagem do transporte em Goiânia, Porto Alegre, Teresina, barramos nas ruas estes mesmos ataques em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas.
Em meio a esses atos que tinham força para se tornarem fortes questionamentos do regime político, que se arriscou frente a policiais sedentos pela mais dura repressão, diante desta nova conjuntura a estratégia do governo alterou-se do dia para a noite. Viram que poderiam com o uso da legitimação dos atos de rua, capitalizar o processo para um apoio ao governo e por um forte nacionalismo, protegendo os alicerces da estabilidade petista.

Conforme os atos foram tornando-se maiores e massivos, passaram a também ser aproveitados pela direita. A despolitização decorrente da ofensiva neoliberal dos últimos 30 anos ajudou a difundir ideias como a do “fim da história”,  do “fim da era das revoluções”, do "fim da política" e do culto ao individualismo em contraponto à organização coletiva e partidária. Foi a forma com que o discurso oficial buscou afastar a juventude e os trabalhadores da arena da luta política. Direitistas de forma oportunista surfam em cima da despolitização e alimentam o discurso anti-partido com o claro objetivo de afastar e isolar a esquerda, os partidos políticos revolucionários, sindicatos e movimentos sociais combativos. Assistimos no ato a queima e baixada forçada das nossas bandeiras vermelhas. Esse sentimento, por vezes legítimo de jovens que vêm o papel de manutenção da ordem opressora que cumprem os partidos burgueses, como o PT, PSDB, PP, PCdoB, PMDB, PP, etc, não pode ser transmitido a um ódio contra os partidos de esquerda, operários, como é o caso do PSTU, PCO, POR, LER-QI, etc, estes que tiveram seus semelhantes proibidos e perseguidos na ditadura militar devem não só ser apoiados pelo movimento, seja ele independente ou anarquista, como também fisicamente defendidos da direita organizada, que prefere atacá-los covardemente a questionar o papel dos partidos da ordem, dos defensores organizados da burguesia.



Neste vídeo (https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=eLp5JKZgU4I#at=61) militantes do PSTU são atacados por segurarem uma bandeira, e sabemos que isso só ocorre com os companheiros por serem reconhecidamente um partido operário, e que um ataque como esse representa um ataque à classe operária organizada. Repudiamos este e qualquer ataque reacionário e ditatorial aos partidos da esquerda, e nos colocamos à disposição para compôr frentes em defesa dos partidos, contra essa direita organizada, conforme já foi convocado por PSTU e PCO.

Convidamos também todos os jovens e trabalhadores a estarem em todos os atos junto das bandeiras vermelhas, para garantir que essa histórica conquista, o direito de livre organização, seja mantida, impulsionando um grande bloco coeso e que garanta com todas nossas forças intelectuais e físicas nossa auto-defesa bem como nosso direto de levantarmos nossas bandeiras vermelhas e gritarmos nossas palavras de ordem.

terça-feira, 18 de junho de 2013

A polícia de Cabral tenta matar manifestantes! Abaixo à repressão e a criminalização da luta social!

Na noite desta segunda feira, 17 de junho, mais de 100 mil pessoas saíram às ruas no Rio de Janeiro para dizer que não aceitam o aumento das passagens, aumento do custo de vida, que só piora em nossa cidade. Querem calar a voz dos estudantes, trabalhadores e do povo que está contestando os governos por todo dinheiro gasto em preparação para a Copa e as Olimpíadas, enquanto a saúde, a educação, o transporte público continuam precários, sucateados.

Querem calar nossas vozes e para isso lançam mão da repressão. Gás de pimenta, bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha não bastaram! Na manifestação de ontem a polícia militar disparou contra manifestantes com armas de fogo. Até o momento temos notícia de 3 companheiros de luta atingidos pela polícia de Sérgio Cabral, que, por sorte, não perderam a vida e estão internados. O companheiro, Bruno Alves dos Santos, estudante da Universidade Gama Filho e trabalhador precário da UERJ foi atingido na manifestação por uma bala que atravessou seu ombro. Como se não bastasse ser vítima da violência do Estado contra o protesto social, querem iniciar uma investigação contra ele!
Não podemos aceitar a criminalização da luta social, não podemos aceitar a tentativa de nos calar. A repressão nos faz lembrar os tempos da ditadura. Responsabilizamos os governos de Dilma, Cabral e Paes por essas ações.

Chamamos à todos os movimentos sociais, partidos políticos, entidades estudantis, sindicatos, movimentos de direitos humanos a se solidarizarem com esses companheiros na luta. Os governos de Dilma, Cabral e Paes são responsáveis por essas ações!

"Podem me prender, podem me bater, que eu não mudo de opinião"

Juventude Às Ruas - RJ

18 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Rio de Janeiro! Liberar os presos políticos e barrar o aumento!Às Ruas!

segunda-feira 17 de junho de 2013

Por Juventude às Ruas RJ


Como bem diz um dos cantos dos atos a juventude do Brasil está saindo da inércia. Vinte centavos foi o estopim. A luta é muito maior. Porém precisamos concentrar nossos esforços em um plano de luta que vá dando vazão a cada grito que estava engasgado, mas focando, nos organizando nos atos e em cada escola e universidade, para vencer! Se barrarmos o aumento em metrópoles como o Rio ou São Paulo teremos conseguido muito mais que 20 centavos. Teremos o impossível, pois o governo quer reprimir qualquer tipo de manifestação, que não é por vinte centavos, mais sim o despertar de uma juventude que não vai mais aceitar calada a precarização da vida e que a redução será o primeiro passo de uma luta muito maior e que por isto nos prendem e reprimem em cada canto do país, teremos legalizado a luta, as manifestações. Com vinte centavos a menos não teremos defendido somente um pouquinho a mais do direito de ir e vir da juventude trabalhadora e dos trabalhadores precários teremos colocado um exemplo para cada trabalhador do país. Esta luta não é nada fácil precisamos derrotar Dilma, Cabral, Paes, Alckmin, Anastasia e cada governo deste país, construindo com as nossas próprias forças e de maneira independente a luta contra esse estado que está com a burguesia, contra os trabalhadores, para garantir seus lucros!

Violento é o Estado! Liberdade a todos os presos em todo o país! Anulação dos inquéritos!

Muito tem se falado da violência dos protestos. Mas violenta é a repressão ocorrida ontem no entorno do Maracanã, em cada ato de SP, em Brasília. Muito maior é a violência que é exercida no dia a dia nos morros, favelas e contra a juventude trabalhadora, sobretudo negra. Violento é um Estado que destina 47% do orçamento federal para as dívidas interna e externa e fica falando aos ventos que não há dinheiro para transporte público, saúde e educação.

Depois de tirarem metade do orçamento para cerca de 20mil burgueses que lucram com metade do orçamento aí não sobra nada pro povo! Depois de manterem casas de uma casta de parasitas consumindo bilhões de reais com seus senados, câmaras, ALERJs, etc com seus salários exorbitantes aí não há dinheiro... Violento é um Estado que envia mais de 15mil soldados para o Rio de Janeiro (que já é o estado mais militarizado do país) para garantir a repressão com os grandes eventos! Violência são os milhares de jovens, sobretudo negros, abatidos pelas polícias nas favelas e justificados como “auto-de-resistência”. Violência são os mais de 2mil trabalhadores que morrem ou são mutilados trabalhando cada ano! Estas violências não se fala nunca, já de uma vidraça.... Não permitamos que dividam nosso movimento! Somos todos lutadores que estamos despertando, muitos indo às ruas pela primeira vez na vida. Não aceitemos os supostos flagrantes. Esta polícia que inventa autos-de-resistência, que prende gente por portar vinagre, que destrói viaturas para culpar o movimento é inimiga da juventude e da classe trabalhadora, não confiamos em uma só palavra dela! Liberdade imediata a todos os presos políticos em todo o país! Anulação dos inquéritos policiais!



Barrar o aumento como parte da luta por passe livre e pela estatização sob controle dos trabalhadores de todo o transporte!

Como já dissemos o movimento precisa ter como centro, junto a liberdade de todos os presos e anulação dos inquéritos, a revogação dos aumentos em todo o país. Se barrarmos o aumento teremos conseguido muito mais que 20 centavos! Poderemos seguir em luta bem como fortalecer toda luta da juventude e da classe trabalhadora no país! Podemos e devemos lutar pelo passe livre para estudantes, desempregados e aposentados (pois nem todos tem direito a gratuidade por idade)! E a partir desta luta arrancar da mão de empresários que lucram bilhões com os transportes, estatizar sem indenização a estes milionários que lucram com nosso sufoco, e colocar sob controle dos trabalhadores e usuário todo o sistema de transporte, para garantir sua qualidade e segurança, começando por acabar com a dupla função dos motoristas e salários de miséria praticado pelas empresas de ônibus, metrô e supervia!

Nos organizar desde as escolas e universidades para vencermos!

Nosso movimento está se fortalecendo. Milhares e mais milhares estão tomando as ruas em todo o país. Para sermos mais forte é preciso maior coesão e debate democrático (o que não dá pra fazer em milhares nem sob os efeitos do gás lacrimogênio). Por isto precisamos que cada escola e cada universidade neste país faça assembleias, paralisações, greves. Assim poderemos ser centenas de milhares nas ruas! E assim poderemos debater mais profundamente o programa que defendemos e nos coordenar efetivamente! Os comitês que já existem tem cumprido um papel importante para colocar o movimento na rua a hora chegou de superá-los pois o movimento já está muito maior. Colocar de pé um comitê a partir de representantes eleitos em cada escola, faculdade e universidade! coordenar as lutas desde as estruturas para massificar, que cada local de estudo e trabalho possa contribuir na massificação mas também na organização pra nos levar a vitória!!

Abaixo o AI-5 da Copa de Dilma, Paes e Cabral!

Não foi votada ainda a lei que transforma manifestações na Copa em terrorismo. Porém é assim que este Estado que dá bilhões ao Eike, imunidade a seu filho e aos empresários, políticos e seus filhos age! Em BH as manifestações estão proibidas pela lei. Aqui no Rio estão proibidas, fora da lei, pela polícia e os governo Dilma, Cabral e Paes! Abaixo o AI-5 da Copa, pelo irrestrito direito de manifestação e greve!

Liberdade a todos presos políticos no país! Anulação dos inquéritos! Revogação do Aumento!

Passe livre irrestrito para estudantes, desempregados e aposentados! Estatização, sem indenização, sob controle dos trabalhadores e usuários de todo o sistema de transporte!

Fim da dupla função e do trabalho precário em todo o sistema de transporte!

Por assembleias e greves nas escolas e universidades! Por um comitê a partir de representantes das assembleias!

Abaixo o AI-5 da Copa! Pelo irrestrito direito de manifestação e greve!

Repressão no ato na Copa das Confederações!Liberdade aos presos políticos dos governos Dilma, Cabral e Paes! Em defesa da liberdade de manifestação e contra a repressão e censura no Rio de Janeiro!


Na tarde deste domingo, dia 16/06, cerca de 2 mil pessoas foram mais uma vez duramente reprimidas no entorno do Maracanã quando se concentravam para a realização de uma manifestação contra o aumento do custo de vida na cidade e contra a a precarização da vida, que aumenta a cada dia frente aos grandes eventos. Com um enorme aparato repressivo - eram cerca de 10 mil em torno do estádio, de policiais do Batalhão de Choque, da Guarda Municipal, 3 helicópteros da PM, e o apoio de um contingente desconhecido da Força Nacional, (pois o governo federal não informou o contingente que cedeu ao estado do Rio) não vacilaram em reprimir brutalmente a manifestação que tinha como objetivo chamar a atenção para todo o dinheiro gasto pelos governos para sediar eventos internacionais em detrimento do investimento na saúde, na educação, que pesam ainda mais com o aumento do custo de vida, dos transportes, da alimentação, dos aluguéis, etc. reprimiram ofensivamente os manifestantes com bombas de gás e tiros de balas de borracha, encurralaram manifestantes e transeuntes nas estações de metro próximas ao estádio, além de terem mantido presos manifestantes dentro do parque da Quinta da Boa Vista. 
Como se não bastasse, a FIFA censurou as rádios que noticiavam sobre a repressão ao ato, fazendo sumir qualquer notícia sobre a manifestação e colocando no ar a narração do jogo! Não podemos aceitar a censura e a brutal repressão dos governos e da polícia! Ainda não sabemos o número exato dos presos de hoje, mas precisamos cercar de solidariedade os companheiros presos e exigir sua liberdade imediata! É necessário nos unir e nos levantar em total apoio à esses companheiros, exigindo a liberdade de todos os presos políticos em SP, RJ, Goiás e em todos os lugares onde tenham sido presos manifestantes e além disso, lutar pela retirada imediata de todos os processos policiais.

É necessário fortalecermos nosso movimento, construindo desde as bases um comitê a partir de delegados eleitos nas escolas e universidades, assembléias gerais e paralisação das aulas nos dias dos atos! Nossa pauta também deve expressar a luta dos trabalhadores do transporte, e temos que lutar pelo fim da precarização nesses trabalhos, fim da dupla função e pela estatização do transporte público, sob controle dos trabalhadores e usuários!

Defendamos nosso direito à manifestação política e pela libertação de todos presos por lutar! E sejamos milhares nas ruas lutando contra a precarização da vida!



sábado, 15 de junho de 2013

É necessário ir às ruas com uma estratégia para triunfar! Um debate necessário com o MPL

Texto de Polêmica com a Atuação do Movimento Passe Livre (MPL) - escrito por Fernando Pardal ex militante do MPL e militante da Juventude Às Ruas




Na última quinta-feira, 13-06, o Movimento Passe-Livre (MPL) publicou no jornalFolha de S. Paulo um artigo intitulado “Por que estamos nas ruas”. Este texto, junto a outros materiais e posicionamentos públicos doMPL, leva a um necessário debate com este movimento sobre os rumos da crescente mobilização que vem ganhando as ruas aos milhares, e se tornando o mais importante fenômeno político de massas dos últimos anos no país. Não é possível triunfar sem uma estratégia correta, e nossos inimigos estão bem preparados; devemos discutir abertamente entre nós como seguir com nosso movimento.

Em primeiro lugar, cabe questionar a posição do MPL diante das mobilizações: em todos os últimos aumentos de tarifa, este movimento teve a iniciativa de convocar comitês abertos a voz e voto para que todos os que participam das mobilizações, bem como as entidades estudantis, sindicais e populares, e as organizações políticas, pudessem decidir os rumos do movimento. É verdade que em nenhum momento anterior se conseguiu massificar o movimento como está ocorrendo agora, por conta de uma conjuntura política nacional e internacional bastante distinta. Mas já nestes comitês, em 2006, 2011, se mostraram divergências táticas e estratégicas importantes para as mobilizações. No limite deste texto, não retomarei todas as polêmicas que surgiram e que continuam atuais. Coloco esta questão para apontar o problema fundamental da democracia de base no movimento. A ligação com as bases, com os que estão efetivamente mobilizados nas ruas, é um aspecto fundamental para massificar ainda mais o movimento e para que as distintas concepções políticas, as distintas propostas e estratégias, possam debater publicamente e serem colocadas à prova na prática.

Hoje, o MPL não convoca mais comitês abertos e vem dirigindo o movimento “por cima”, convocando atos pelo FB e com declarações na mídia. Na prática, isto leva a que atuem de forma burocrática com o movimento, como eles próprios corretamente criticaram em muitos momentos em relação a organizações governistas que levaram a desvios no movimento impedindo que chegassem à vitória, tal como foi o caso de UNE e UBES no episódio que ficou conhecido como “Revolta do Buzu”, quando houve o aumento de tarifas em Salvador em 2003. O MPL iniciou uma atuação deste tipo quando declaroupublicamente que aceitaria o acordo de “suspensão” do aumentodas tarifas por 45 dias proposto pelo Ministério Público de SãoPaulo, e cancelaria o ato já marcado para a última quinta-feira.

Em seguida, o MPL publica um texto na Folha de S. Paulo, órgão de imprensa que só abriu espaço para que este movimento se pronunciasse colocando apenas as suas próprias posições, graças aos massivos atos de rua. Depois, são convidados para uma entrevistano programa Roda Viva. Ou seja, mesmo que sejam chamados para falar “como MPL”, este é um espaço conseguido graças à força da mobilização, e, assim, deveria expressar as posições políticas do movimento de conjunto, e não de apenas uma das organizações políticas que o compõe. E, por fim, e mais grave, o prefeitoFernando Haddad convocou o MPL para uma reunião de negociaçãonesta terça-feira.

Independente da correção ou não das divergências que apresentamos, consideramos que a única forma correta de se decidir como proceder diante do acordo do ministério público, da mídia ou da reunião com o prefeito é através da democracia de base, em que se expressem os setores que hoje estão nas ruas, na linha de frente da luta. Por isto, é fundamental a criação de um comitê com um funcionamento democrático. Diante da magnitude da luta, um comitê aberto como o que foi feito nos últimos aumentos não poderia mais responder à necessidade de organização. É necessário um comitê que represente as posições das bases, e, portanto, com delegados que fossem eleitos a partir de discussões em cada escola, universidade, bairro ou local de trabalho que esteja se organizando para construir a mobilização. Só assim poderemos nos ligar cada vez mais à população, aos trabalhadores do transporte e massificar ainda mais nosso movimento.

Libertem nossos presos! Não há trégua enquanto houver repressão!



O movimento tem crescido exponencialmente. Graças a isto, os governos de Haddad e Alckmin se uniram para reprimir as manifestações de forma exemplar e impedir que nos apoiemos nos exemplos de PortoAlegre, Goiânia e Teresina para impor a revogação do aumento e transformemos São Paulo em um grande exemplo nacional da luta contra os aumentos de tarifa. Diante disto, já são centenas de manifestantes presos e feridos, sendo que mais de quinze já estão sendo processados por crimes como formação de quadrilha. A primeira tarefa de nosso movimento é a luta para que nenhum manifestante sofra nenhum tipo de criminalização ou repressão, e por isto precisamos colocar como primeira pauta a libertação de todos os presos e a anulação de todas as acusações feitas contra os que foram detidos. É necessário deixar claro para o governo que sem o atendimento desta demanda, não haverá negociação sobre nenhuma outra pauta. O MPL não apenas não tem colocado isto como pauta central do movimento (sequer citaram a repressão em seu artigo na Folha), como tem dado declarações na mídia com disparates como “arepressão da polícia é desproporcional”(e o que seria uma repressão proporcional?!). Pior de tudo, o MPL para se mostrar como "ordeiro", tem procurado se desvencilhar de "atos de vandalismo" com o argumento de que não aprovam estas "atitudes isoladas" que "não tem como controlar". Este discurso é funcional à mídia e ao governo para criminalizar manifestantes e reprimir. É fundamental levantar a bandeira contra a repressão como linha de frente do movimento, nos apoiando inclusive em recentes conquistas na luta contra a criminalização dos movimentos sociais, como foi a negativa do Juiz a respeito da denúncia de formação de quadrilha contra 72 estudantes e trabalhadores da USP feita pelo MP paulista.

A luta deve ir além dos vinte centavos! Tarifa “justa” de R$2,16, “Tarifa Zero” ou estatização sob controle dos trabalhadores e usuários?

Qualquer um que esteja nas ruas hoje pode dizer que nossa luta não é por vinte centavos da tarifa. Deter o aumento, que privará uma parte ainda maior da população de usar o transporte é uma questão fundamental. Mas a força e massificação de nosso movimento hoje nos permite ir por muito mais do que isto, além de que a própria brutal repressão do governo e da polícia transformou nosso movimento também em uma luta contra a criminalização estatal à organização política dos trabalhadores e da juventude.

O MPL há anos defende o projeto denominado Tarifa Zero, criado por Lúcio Gregori, Secretário de Transportes da gestão petista de Luiza Erundina na prefeitura de São Paulo. Hoje, colocam como pauta de seu movimento a demanda deste projeto, sem questionar em seu programa a questão crucial do controle privado do transporte público, tal como colocam em seu texto na Folha de S. Paulo: “Por isso defendemos a tarifa zero, que nada mais é do que uma forma indireta de bancar os custos do sistema, dividindo a conta entre todos, já que todos são beneficiados por ele.”. O próprio prefeito Fernando Haddad disse que não poderia reduzir a tarifa pois isto implicaria em aumentar o subsídio que a prefeitura desembolsa para as empresas privadas de ônibus (no ano passado foram R$ 821 milhões), e que neste ano o reajuste estava abaixo da inflação devido a isenções fiscais concedidas pelo governo Dilma a estes empresários e ao aumento do subsídio dado pelo governo municipal. Ora, o que Haddad está dizendo é que não pode reduzir as tarifas porque se não iria onerar o orçamento da prefeitura com mais subsídio. A isto o MPL responde dizendo que “a tarifa deve ser dividida entre todos” (subsídio de 100%, portanto) e ainda dizem que “Não somos nós que afirmamos que o aumento está abaixo da inflação sem considerar que, de 1994 para cá, com uma inflação acumulada em 332%, a tarifa deveria custar R$ 2,16 e o metrô, R$ 2,59”.

A tarifa não deveria custar R$2,16 de forma alguma! Só poderia custar isto se levássemos em conta, como Haddad e MPL o fazem, que o transporte continuará sendo fonte de lucro para empresários! Se queremos um transporte que possa ser de fato gratuito, precisamos estar nas ruas levantando a bandeira de estatização imediata de todas as empresas privadas de ônibus! Sem indenização e muito menos subsídio para os empresários parasitas, que ao longo de anos lucraram às custas de nosso direito ao transporte! O MPL se furta a levantar esta demanda, e enquanto na última quinta-feira apánhavamos da polícia nas ruas, Haddad anunciava a uma licitação no valor de R$46,3bilhões para renovas as concessões às empresas privadas por mais15 anos! E o MPL não diz uma palavra a respeito disto, nem levanta esta demanda em momento algum! Precisamos estatizar o transporte, mas não queremos que ele fique nas mãos dos governantes corruptos e suas maracutaias! Quem sabe as reais necessidades de transporte são os trabalhadores dos transportes e os usuários! Por isto, defendemos que a bandeira central de nosso movimento seja a ESTATIZAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES E USUÁRIOS! Só desta forma podemos lutar de forma consequente pela bandeira de PASSE-LIVRE PARA A JUVENTUDE, ESTUDANTES E DESEMPREGADOS! E também pela REDUÇÃO RADICAL DAS TARIFAS!

Da “Tarifa Zero” ao desvio da luta para a "suspensão" do MP

Contudo, o que o MPL tem feito concretamente hoje na luta é muito aquém da luta pela Tarifa Zero ou até mesmo da suposta “tarifa justa” que, segundo eles, “deveria custar R$2,16”. Isto porque, falando de forma ilegítima em nome dos milhares que estão nas ruas, o MPL anunciou em uma audiência pública que suspenderia as manifestações caso a prefeitura aceitasse o acordo proposto pelo Ministério Público de São Paulo de “suspender” o aumento por 45 dias. Com isto, o MPL quer mostrar ao governo e a mídia que vem nos atacando virulentamente que não são “intransigentes” e estão “dispostos ao diálogo”. Mas, na verdade, se trata de um balde de água fria na luta. O MP quer interceder na luta para desmobilizar os milhares que estão nas ruas e garantir para Haddad e Alckmin um cenário mais favorável para o aumento. E o MPL, ao invés de apostar na mobilização independente dos trabalhadores e da juventude para dobrar o governo, aposta nos acordos “por cima” com as instituições do regime. Para nós da Juventude às Ruas e da LER-QI, isto é um grande equívoco: partimos da concepção de que a juventude e a classe trabalhadora devem confiar apenas em suas próprias forças, e não dar crédito à “boa vontade” das instituições do regime, seja o judiciário, o executivo ou o legislativo. Um exemplo recente que mostra o tamanho do equívoco de nos iludirmos com estas concessões (que na verdade só são feitas graças à força do movimento e para tentar desviar nossa luta sem que ela conquiste suas verdadeiras demandas), é o caso do Pinheirinho, em que a organização que dirigia as mobilizações em defesa dos moradores (PSTU), “cantou vitória” antes da hora com a decisão judicial de suspender a reintegração de posse e, assim, os moradores foram pegos de surpresa na madrugada pelo contingente policial.

É para impedir que o MPL ou qualquer outro “representante” ilegítimo de nosso movimento tente vender nossa mobilização por migalhas que precisamos de um Comitê democrático, formado por entidades sindicais, estudantis, organizações políticas e delegados eleitos em assembleias de base, para que possamos decidir coletivamente e de forma democrática, pelos que estão na luta, quais as nossas demandas, quais as nossas táticas e como vamos negociá-las com o governo.

Vamos às ruas apostando nas forças de nossa mobilização independente para derrotar a polícia, o governo e os empresários do transporte! Nenhuma ilusão no acordão do MP!

Por um Comitê democrático para decidir os rumos da mobilização!

Liberdade a nossos presos! Arquivamento de todas as acusações!

Estatização sem indenização das empresas de ônibus sob controle dos trabalhadores e usuários!

Passe-Livre para os estudantes, a juventude e os desempregados! Redução radical das tarifas!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Abaixo o aumento! Estatização dos transportes já!!!

Panfleto Juventude as Ruas RJ para o ato contra o aumento da passagem


Pela liberdade dos presos políticos em SP, pela retirada dos processos no Rio e em todo país!

Passe livre já para estudantes e desempregados!!!




Todos os anos sofremos com o aumento abusivo dos transportes em todo país e no Rio não é diferente. Pagamos caro para andar como sardinhas enlatadas nos ônibus, metrô e barca, num transporte caro e de péssima qualidade, assim o estado que serve como balcão de negócios dos grandes empresários garante que esses tenham mais lucro sobre nossas costas. Esse aumento foi determinado por Eduardo Paes e uma casta de parasitas que vive das nossas custas como é a câmera de vereadores e a ALERJ. Enquanto falam que não há dinheiro para saúde, educação e transporte esta centena de parlamentares privilegiados custam R$ 1,231 bilhões!! Que cortem de seus salários , benefícios e todos seus laranjas para garantir o transporte seja publico, gratuito e de qualidade! pois apesar da dita “falta de recursos” da prefeitura e do estado para garantir a diminuição das tarifas, não faltou lugar no orçamento para as bombas, balas de borracha e cassetetes usados como o instrumento do “diálogo” contra nosso movimento.

O Rio de Janeiro cidade utilizada de vitrine do Brasil para o mundo, tem um projeto de cidade coordenado com o projeto de país implementado por Dilma, Cabral e Paes, para sediar os grandes eventos (Copa e Olimpiadas) atacando os trabalhadores e a juventude com remoções urbanas e indígenas, militarização e altos custos de vida e daqui pra frente vai ser cada vez mais repressão, qualquer ato ou manifestação que questione o projeto de cidade que só garante lucros para os grandes empresários como Eikes Batistas, o nível de repressão é tão grande que existem notícias de que até mesmo a ABIN (a CIA brasileira) tem se infiltrado e espionado nossos atos e isto num governo de uma “ex-combatente” contra a ditadura...

Foram diversos os feridos e presos nos atos aqui no Rio, assim como nas cidades aonde a luta continua, como em SP, Porto Alegre, Goiânia, etc.

Apesar disto, em algumas destas cidades, como Goiânia, conseguimos uma importante vitória, que foi barrar o aumento que buscavam impor à juventude e aos trabalhadores.

Querem taxar nosso movimento de violento, nos chamando de vândalos e outros nomes, mas não falam sobre a violência que está na miserável condição de vida dos trabalhadores brasileiros, pois apesar do governo do PT ter criado empregos, não se diz que são trabalhos precários, terceirizados com salários de fome, pois enquanto tudo aumenta o salário mínimo é de R$ 678, salário de fome imposto a Juventude pobre e da periferia; Esse estado se faz presente na completa ausência de acesso a saúde, moradia, educação e transporte, todos estes privatizados, nas mãos dos grandes empresários; não dizem que é a tarifa absurda do transporte público que impede milhões do direito de “ir e vir”, e não os atos de rua;


Nossa luta continua e, para isto, devemos ter clareza de nossos objetivos e de que não somos diferentes da juventude que luta por seu futuro em todo o mundo! Não podemos admitir nenhuma prisão ou repressão sob o argumento do “vandalismo”; Vandalismo é impor a um jovem e trabalhador que gaste 6 ou 7 reais por dia, enjaulado numa lata de sardinhas, esperando e levando horas no transporte público! Por isso, devemos exigir a imediata retirada de quaisquer processos e liberdade aos presos políticos contra aqueles que se colocam em luta: Lutar não é crime!

Nossa luta é para barrar o absurdo aumento das passagens, não só dos ônibus, mas também dos trens, metrô, no entanto, sabemos, este é mais um efeito deste sistema nas mãos do estado que gerencia para os Eikes do transporte! Precisamos ir além, lutando para impor o passe livre para desempregados e estudantes imediatamente e, junto disto, lutar pela estatização do transporte público!

Para decidir os rumos do movimento é preciso ter formas democráticas de organização! Massificar o fórum contra o aumento das passagens, organizando para que seja aberto a todos os independentes, grupos, associações, sindicatos, grêmios, entidades e partidos, para organizar a luta contra o aumento, construindo uma unidade, tirando representantes votados nas escolas e Universidades, nos possíveis locais de trabalho, etc , a fim de criar uma aliança operária, estudantil e popular para arrancar nossos direitos!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Chega das máfias: Barrar o aumento, arrancar o passe livre para desempregados e estudantes e estatizar o transporte!



PANFLETO JUVENTUDE ÀS RUAS


Chegamos ao terceiro ato contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trens!

Apesar da dita “falta de recursos” da prefeitura e do estado para garantir a diminuição das tarifas, não faltou lugar no orçamento para as bombas, balas de borracha e cassetetes usados como o instrumento do “diálogo” contra nosso movimento.

Foram diversos os feridos e presos nos atos em SP, assim como nas cidades aonde a luta continua, como no Rio, Poá, Goiânia, etc. Apesar disto, em algumas destas cidades, como Goiânia, conseguimos uma importante vitória, que foi barrar o aumento que buscavam impor à juventude e aos trabalhadores.

Eleito como o “novo” e “socialista”, que propunha uma mudança em SP, Haddad e seus comparsas em outras cidades, demonstram que são mais do mesmo “velho”: Reprimem brutalmente a juventude, declaram apoio a ação da PM, taxam o movimento de “violento”, fazem demagogia em algumas cidades, diminuindo passagens em ridículos 10 centavos para tentar desviar a luta e, em outras, “chacota”, dizendo que somos um movimento “utópico”, declarando ser impossível garantir o transporte como um direito público e gratuito. Negam assim, sem nenhum constrangimento, um direito mínimo, social, ao transporte público e gratuito para todos, como a constituição diz ser “garantido”, ao mesmo tempo em que garantem rios de dinheiro aos grandes grupos privados do transporte.

Não dizem nada, estes “socialistas”, sobre a violência que está na miserável condição de desemprego imposta a Juventude pobre e da periferia; ou que ela está na completa ausência de qualquer direito em saúde, moradia, educação e transporte, todos estes privatizados, nas mãos de máfias; não dizem que é a tarifa absurda do transporte público que impede milhões do direito de “ir e vir”, e não os atos de rua; enfim, só mais do mesmo.

Muito têm em comum, estes senhores, com os “líderes” europeus, turcos ou árabes que, enquanto dão fartura aos capitalistas, para a Juventude reservam apenas o futuro da miséria, da opressão, do sangue e das lágrimas.

Nossa luta continua e, para isto, devemos ter clareza de nossos objetivos e de que não somos diferentes da juventude que luta por seu futuro em todo o mundo! Não podemos admitir nenhuma prisão ou repressão sob o argumento do “vandalismo”; Vandalismo é impor a um jovem e trabalhador que gaste 10 reais por dia, enjaulado numa lata de sardinhas, esperando e levando horas no transporte público! Por isso, devemos exigir a imediata liberação de todos os presos e a retirada de quaisquer processos: Lutar não é crime!

Nossa luta é para barrar o absurdo aumento das passagens, no entanto, sabemos, este é mais um efeito deste sistema nas mãos das máfias do transporte! Precisamos ir além, lutando para impor o passe livre para desempregados e estudantes imediatamente e, junto disto, lutar pela estatização do transporte público!

Estatizar, ao invés de “municipalizar”- como diz o MPL -, é preciso, pois significa que o transporte será público, do Estado, ou seja, não estará organizado de acordo com interesses de SPTrans ou quaisquer máfias dos patrões.

Haddad disse não ter 6 bilhões para zerar a tarifa, nem falar para estatizar. Se a situação é tão grave, que abra as contas do orçamento, para vermos quais são as prioridades da prefeitura! Veríamos, então, um orçamento bilionário pagando bilhões a “dívidas” com meia dúzia de bancos, tudo isto, contra os direitos de 32 milhões de nossa cidade.

Não é preciso falar, é claro, no quão irônico é esbravejar a falta de dinheiro enquanto, na câmara municipal, na qual se encontram vereadores do PT que apoiaram eleitoreiramente a luta contra o aumento em 2011 e hoje nos chamam de “filinhos de papai” e “violentos”, gastam mais de 3 bilhões com “custos” de um punhado de parasitas.

Para tudo isto, então, precisamos de formas democráticas de organização! Há notícias de que até mesmo a ABIN (a CIA brasileira) tem se infiltrado e espionado nossos atos e isto num governo de uma “ex-combatente” contra a ditadura...

É preciso que organizemos um comitê que seja aberto a todos os independentes, grupos, associações, sindicatos, grêmios, entidades e partidos, para organizar a luta contra o aumento, construindo coletivamente idéias e propostas e construir uma unidade, tirando representantes votados nas escolas e Universidades, nos possíveis locais de trabalho, etc , a fim de criar uma aliança operária, estudantil e popular por nossos direitos e isolar esta espionagem!

terça-feira, 11 de junho de 2013

MOÇÃO DE APOIO ÀS/AOS TRABALHADORAS/ES TERCEIRIZADAS/OS EM PARALISAÇÃO


Nesta segunda-feira (10), trabalhadoras/es terceirizadas/os da USP paralisaram os trabalhos em função da falta (total ou parcial, em alguns casos) do pagamento de salários e benefício alimentação por parte de empresas terceirizadoras. Nós, da Juventude Às Ruas, nos colocamos ao lado dessas/es trabalhadoras/es para que elas/es recebam aquilo que foi acordado como seus salários e benefícios; denunciamos, ainda, a reiterada e conhecida prática de empresas terceirizadoras que, não satisfeitos em explorar os trabalhadores com salários extremamente baixos, trabalhos extenuantes e assédio cotidiano, ainda deixam de pagar os salários e direitos trabalhistas, como garantia no emprego, informalidade e insegurança das relações de emprego, acidentes de trabalho e falta de pagamento de verbas salariais mediante a não responsabilização do tomador do serviço terceirizado em cumprir com as obrigações trabalhistas.
Temos clareza que o trabalho terceirizado é uma forma de explorar e dividir ainda mais a classe trabalhadora, bem como maximizar a margem de lucro das empresas. Na universidade o alto volume de trabalho terceirizado tem a ver com o sucateamento e precarização geral das relações trabalhistas o que diz respeito a um projeto privatista e elitista de universidade. Especificamente quanto à precarização, fala-se que as mesmas são inevitáveis em decorrência da falta de verbas. O que este discurso omite é que as três estaduais paulistas deixaram em caixa no último ano 6 bilhões de reais, montante que poderia ser aplicado para reverter as terceirizações e garantir os mesmos salários e direitos a todos trabalhadores da USP. 
Sabemos que esse tipo de situação (falta de pagamento, reabertura de empresas com testas-de-ferro diferentes, seleção de trabalhadores que residam próximo ao local de trabalho, para se eximirem do pagamento de VT etc) só poderá ser sanado mais profundamente com a efetivação, sem concurso público, desses trabalhadores, essenciais para o funcionamento da universidade, para que façam parte do corpo de efetivos da USP e possam, unidos pela categoria, construir uma universidade de excelência, que não se sustente sobre as costas de trabalhadores mal-pagos.

PELO PAGAMENTO IMEDIATO DE SALÁRIOS E DIREITOS!
QUE A USP SE RESPONSABILIZE POR GARANTIR A EFETIVAÇÃO DESSES DIREITOS!
EFETIVAÇÃO, SEM CONCURSO PÚBLICO, PARA TODAS/OS OS TRABALHADORAS/ES TERCEIRIZADAS/OS! IGUAL TRABALHO, IGUAL SALÁRIO!