quinta-feira, 18 de abril de 2013

Moção de Apoio da Juventude as Ruas a greve e aos alunos mobilizados na UNESP- Campus de Ourinhos

Moção de Apoio da Juventude as Ruas a greve e aos alunos mobilizados na UNESP- Campus de Ourinhos

Nos últimos anos o governo do estado juntamente com a reitoria da UNESP tem adotado como postura criar novos cursos em campus espalhados pelo estado, como uma forma de “expansão de vagas” para lugares que não teriam até então uma universidade local ou próxima. Porém, essa expansão vem sendo feita sem qualquer cuidado, sem estudos do local, das proximidades e pior ainda, de forma totalmente precarizada.

A UNESP Ourinhos participou desse processo, e foi fundada como campus experimental no ano de 2003, com apenas o curso de Geografia ( bacharelado e licenciatura). Não diferente dos outros campus experimentais, fundados também nessa época, Ourinhos enfrentou e enfrenta graves problemas desde o inicio. Quando a primeira turma ingressa na universidade, encontra um local que não tem estrutura alguma (no inicio o campus funciona dentro de um Seminário da cidade), sem professores (aproximadamente 6) , sem laboratórios, cantina ou qualquer outra necessidade. Alguns anos depois a UNESP recebe “seu campus” afastado da cidade, que na verdade é um prédio da secretária de educação local e pertence a um centro de formação de professores municipais, o mesmo “empresta ,divide” o campus com a universidade. Esse mesmo prédio tem um problema judicial, pois teria sido construído com verba desviada irregularmente do FUNDEB pelo então prefeito.

O campus “ganha” uma estrutura mínima para os alunos e os problemas são resolvidos lentamente, quando são. O grupo de professores leva mais de 10 anos para se completar, enquanto isso os alunos sofrem com aulas que se iniciam com professores substitutos no meio do semestre. Além de todos os problemas estruturais a UNESP tem seus maiores problemas ligados a assistência estudantil. De acordo com uma pesquisa realizada pela VUNESP nos últimos anos, a unidade que recebe alunos mais carentes é a de Ourinhos, e a mesma finge não enxergar esses dados. A unidade não conta com moradia e nem restaurante universitário, as ajudas oferecidas aos estudantes carentes são bolsas de auxilio com valor um pouco maior que R$300,00, em números insuficientes para a demanda necessária, e com atrasos de até 3 meses. Outro problema vem com a precarização das bolsas para extensão que também tem baixo valor, atrasos e insuficiência.

Em visita ao campus em 2012 o atual reitor Julio Cezar Durigan teria dito que o programa de assistência da UNESP viria em forma de bolsas, que era possível viver com o valor pago por ela e que as mesmas não faltariam para os que precisavam. Pois bem, o campus parece que continua sendo esquecido, além de ser o único que continuará com apenas um curso (as outras UE estão em expansão), a construção bolsas continuam atrasando e insuficientes, alunos continuam indo embora por não conseguirem se manter na Universidade, que continua alegando falta de DEMANDA suficiente para alguns serviços. Já sabemos da precarização do Estado com a educação pública, desde o nível básico, com a educação oferecida pra classe trabalhadora cada vez mais insuficiente
 e controladora, e tem atacado também cada vez mais nas universidades públicas, contra um ensino de qualidade e as mobilizações. As universidades tem cada vez menos autonomia, recursos, principalmente pros cursos que menos atendem as demandas do ensino mercadológico (como os de licenciatura), e está cada vez mais servindo a elite, não dando acesso aos trabalhadores, como aos precarizados e terceirizados que nelas trabalham.

Nós da Juventude as Ruas apoiamos os estudantes mobilizados da UNESP Ourinhos e nos colocamos juntos nessa luta, pois acreditamos que devemos lutar contra essa precarização do ensino na universidade, o mesmo ensino que formará futuros professores (função já abandonada pelo estado) , lutar contra o abandono da reitoria com o campus, lutar para que as bolsas venham em maior
quantidade, sem atrasos e com um valor que supra as necessidades dos alunos, que os projetos de pesquisa e extensão sejam estimulados e que seja dado a eles o real valor, e por fim lutar pela construção de um campus com a estrutura completa, moradia e restaurante universitário independente do seu numero de alunos.

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