quarta-feira, 20 de março de 2013

Mais uma tragédia produzida pela ganância capitalista e descaso dos governos!


NOVA TRAGÉDIA NO RIO DE JANEIRO

Mais uma tragédia produzida pela ganância capitalista e descaso dos governos!

Declaração de emergência da Juventude às Ruas – RJ


Na madrugada de domingo para segunda-feira (18/3) mais uma tragédia atingiu o povo fluminense, particularmente na cidade de Petrópolis que já havia sido atingida na imensa tragédia de janeiro de 2011. A partir de novas fortes chuvas a ganância capitalista e o descaso dos governos Dilma e Cabral ceifaram mais de 27 vidas e deixaram milhares desabrigados e desalojados.

O governador Sérgio Cabral (PMDB), como sempre, culpou o volume histórico de chuvas em pouco tempo. Porém a recorrência das tragédias na história recente bem como intermináveis registros históricos de desmoronamentos e alagamentos em mesmos locais (registros em alguns casos de recorrência de mais de um século) denuncia como não há nada de imprevisível e anormal nestas chuvas. O que há de anormal é o repetido descaso que mata a população em geral, mas muito mais particularmente os trabalhadores, e, sobretudo a parcela – maioria – que tem as condições de vida, trabalho e moradia mais precárias, os negros.

Dilma por sua vez culpou os próprios moradores e ao contrário de outras tragédias onde repetia um script de solidariedade e oferta de um grande plano (retórico) de ajuda ofereceu novidades frente a segunda grande tragédia na região serrana em 26 meses. Desta vez Dilma não só prestou solidariedade e disponibilizou recursos (que nunca chegam à população atingida) mas saiu em ataque contra os moradores. Disse que seria necessário tomar medidas “drásticas” contra as pessoas que moram em áreas de risco (só em Petrópolis são quase vinte mil pessoas). Quando questionada nesta terça sobre o que seriam estas medidas “drásticas” explicou: proibir que construam e remoções.

Estas medidas anunciadas por Dilma e o olhar para os céus esperando menos chuvas de Cabral encobrem suas responsabilidades diretas nestas tragédias anunciadas e recorrentes.Porém a política do estado está voltada para um projeto de cidade que tem o objetivo de colocar dinheiro nas mãos de empresários com especulação imobiliária, com grandes construções que não atendem em nada as necessidades dos trabalhadores e do povo pobre do Rio, tudo isso para ser o país sede da Copa do Mundo e Olimpíadas.  Foi sob seus governos e no governo Lula que cerca de duas mil pessoas morreram no estado do Rio em uma sucessão de tragédias: Angra dos Reis, Bumba, Região Serrana, Xerem, Região Serrana novamente. Estes governos também buscam ao jogar à metereologia e à população a culpa, isentar de culpa o capitalismo e o Estado que eles administram por produzir estas tragédias.



A população da região serrana, bem como de todos centros urbanos do país, não morre na beira de córregos e rios, em encostas de morros por diversão mas por necessidade econômicas produzidas pelo capitalismo. Fruto dos baixos salários, terríveis condições de transporte e especulação imobiliária que tem se intensificado ainda mais com a Copa do Mundo e as Olimpíadas a partir da concentração de terras (rurais e urbanas) não sobra a população trabalhadora outra opção que espremer-se e arriscar-se em locais perigosos, mas que tenham facilidades de acesso ao emprego e aos escassos direitos como saúde e educação. É o capitalismo, neste país herdeiro da escravidão e do latifúndio, que coloca as pessoas recorrentemente em risco e mata todo verão!

Em Petrópolis, palco destas repetidas tragédias, esta história da escravidão, do latifúndio, e dos privilégios dos latifundiários é ainda mais viva do que no resto do país, ali temos a continuidade legal de um privilégio monárquico da família de Bragança e Orleans: o laudêmio. Nesta cidade todo e qualquer imóvel que for vendido no centro e alguns bairros adjacentes deve pagar 1,5% de imposto para a família herdeira de Pedro II, para sempre. A cidade é propriedade eterna destes “nobres”. Este título hereditário é uma das bases para fortalecer a especulação imobiliária e jogar os trabalhadores, sobretudo os negros e migrantes, aos morros naquela cidade.

A implementação do programa de Dilma de proibição de construção e remoção só pode ser efetuado sob as botas da polícia (que nunca faltam nas tragédias para garantir a propriedade privada dos supermercados e seus preços abusivos) e não tem a menor lógica que não a da especulação imobiliária e favorecimento das construtoras. Qualquer estudo sério de engenharia, urbanismo, arquitetura e geologia constatará (como volta e meia aparece nos jornais) que é mais barato realizar obras de contenção de encostas do que remover dezenas de milhares de pessoas a locais longínquos, sem infra-estrutura, sem emprego. Esta remoção só favorecerá as empresas que construiriam estas casas e – para piorar ainda fariam provavelmente os trabalhadores terem que pagar por estes imóveis.

A juventude não pode assistir calada a mais uma tragédia capitalista. É preciso começar a dar um basta nisto! Lutemos pelo imediato confisco dos estoques de supermercados, farmácias, e quartos de hotéis e pousadas disponíveis. Organizemos nos locais de trabalho e estudo, coletas para organizar uma solidariedade independente dos governos para que as necessidades emergências da população sejam atendidas, mas coloquemos de pé um movimento como este pois a forma mais econômica e eficiente de atender estas necessidades é utilizando o que já está disponível! Lutemos para colocar um fim a estas tragédias colocando o conhecimento de nossas universidades a serviço da população. Os estudantes, professores, e técnicos das universidades, junto a sindicatos e associações de moradores podemos elaborar planos de emergência para estes locais e oferecer moradia segura e decente a todos a partir de um plano de obras públicas  financiado com o dinheiro dos royalties, com impostos as fortunas dos Eike Batistas e da família imperial!   

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