Juventude às Ruas!

Fim do massacre ao povo palestino! Fim dos ataques do Estado de Israel à Faixa de Gaza! Palestina LIVRE!!

quarta-feira, 27 de março de 2013

INÍCIO DE INCÊNDIO PÕEM EM RISCO TRABALHADORES, ESTUDANTES E PROFESSORES DO IFCH!



por Gabriel Biro

Na sexta feira da semana passada, mais uma vez a revolta tomou conta do IFCH. Um início de incêndio, devido a um curto-circuito na sala de equipamentos do prédio da pós-graduação, colocou em risco, não só todo o prédio, mas a vida de trabalhadores, professores e estudantes.
Não há duvida para ninguém dos problemas trazidos pela precarização do trabalhado e a terceirização dos serviços em nossa universidade. Não é a primeira vez que nos deparamos com situações catastróficas aqui na Unicamp. Pelo contrario, tem sido cada vez mais recorrente nos últimos anos. Fazendo uma breve retrospectiva temos: incêndio da biblioteca do IEL semanas atrás, alagamento da biblioteca do IEL no final do ano passado, alagamento da biblioteca do IFCH em 2010, destruição de arquivos do AEL em 2009, a biblioteca do IFCH, recém-inaugurada, já tem problemas de vazamento. .
Todos estes aparentes “acidentes” têm responsáveis, nomes e endereços. E o principal deles se chama REItoria, que agora será representado pela “figura carismática” de Tadeu Jorge! Esta REItoria que recebeu milhões com os “super salários”, um fraudulento escândalo de corrupção descoberto ano passado, é a mesma que congelou a contratação de funcionários e passou a terceirizar seus postos de trabalho. Esta política nefasta, unida com o completo descaso, é a causa primeira de cada uma das catástrofes que vem, cada dia piores, assolando a Unicamp, agora colocando vidas em risco, principalmente as faculdades mais precarizadas, como são as de humanas.
No caso do IFCH, por exemplo, restou um, apenas um(!), trabalhador responsável pela manutenção de todo e supervisão de todos os prédios, enquanto todos os serviços de limpeza, que inclusive é uma parte da manutenção, foi terceirizado. Ou seja, uma política direta de precarização do trabalho, onde um trabalhador deve cumprir o papel de uma dúzia, enquanto as trabalhadoras terceirizadas recebem salários miseráveis e sem nenhum direito básico, consideradas uma parte “alheia” a universidade, além de serem submetidas jornadas desumanas de trabalho, nas piores condições que se possa imaginar. Por outro lado as empresas terceirizadas contratadas nas construções não tem a menor responsabilidade com o patrimônio e o dinheiro público, seu objetivo exclusivo é o lucro. Isto para não falar das inúmeras vezes que as empresas terceirizadas falem deixando obras abandonadas e trabalhadores sem salário e emprego por todo o campus, como aconteceu inúmeras vezes aqui no IFCH; ou então dos problemas de saúde e acidentes de trabalho que sofrem cotidianamente os trabalhadores destas empresas. A destruição dos acervos e a ruína da saúde física dos trabalhadores deixam evidente que essas trabalhadoras terceirizadas tem de receber os mesmos direitos de um trabalhador da Unicamp, e ser incorporadas ao quadro de funcionários efetivos da universidade, acabando com a divisão e a precarização do trabalho.
Cada uma dessas catástrofes que vem acontecendo na Unicamp, de inundação a incêndio, não são acidentais, são criminosos! Crimes de uma REItoria corrupta que enche os bolsos dos donos das empresas terceirizadas e precariza o trabalho e as estruturas da universidade.
Quantos incêndios mais serão necessários? Quantas inundações? Quantas vidas em risco? O movimento estudantil precisa levantar uma campanha urgente contra esta política nefasta de REItoria, dando uma solução de uma vez por todas para isto! Junto aos trabalhadores efetivos e terceirizados podemos impor a contratação de novos funcionários, a expulsão das empresas terceirizadas, e a incorporação imediata dos trabalhadores terceirizados,  sem a necessidade de concurso publico!
Convocamos os estudantes do IFCH e o CACH a construir, assim como fizemos em 2010, uma ampla campanha unificada contra a precarização das estruturas e do trabalho no IFCH!

domingo, 24 de março de 2013

Juventude Às Ruas – Rio de Janeiro organiza importante seminário sobre questão negra


Por Ana Carolina Oliveira, estudante de Serviço Social da UERJ e Jenifer Tristan

A Juventude Às Ruas - Rio de Janeiro (LER-QI + Independentes) organizou um importante seminário com o tema "Marxismo, questão negra e revolução no Brasil" para abrir as discussões e reflexões sobre como a questão negra é crucial para pensar um processo revolucionário no Brasil. A partir de reflexões iniciais e o resgate da história dos negros internacionalmente e em especial no Brasil, partimos de regatar a nossa história de luta desde as várias revoltas quilombolas e diversas formas de resistência negra neste país, parte da nossa história que não nos ensinam nas escolas para fazer-nos crer que a escravidão foi passiva. Pensar a revolução brasileira é também parte fundamental de ver que a história dos negros sempre foi de revoltas e resistências, com o maior quilombo da Américas que foi o Quilombo dos Palmares e todas as ações do negrxs de resistências, fugas, envenenamento de senhores, incêndios nos engenhos são as primeiras expressões de luta de classes no Brasil.

O Brasil de hoje foi criado sobre as bases da escravidão e é na marca das condições de vida dos setores mais explorados que vemos a herança da escravidão. Por trás dos postos de trabalho precário, das moradias precárias nos morros, favelas e periferias, no alvo fácil da repressão sistemática nas mãos da policia que mais mata no mundo, na maior parte da população carcerária, vemos os negros e negras hoje.




A esquerda em diversos momentos de sua trajetória nunca deu a centralidade necessária para debater a questão negra, seja porque acreditava que esta questão dividia a classe trabalhadora ou ignorando a dinâmica racial, colocando como única pauta a revolução e como se esta fosse pensável sem os negros e o combate ao racismo em um país que foi o maior país escravocrata do mundo. No Movimento Negro diversos setores não colocam a luta pelos direitos dos negros como parte da mesma trincheira da classe trabalhadora. Para superar este atraso histórico precisamos resgatar o legado do marxismo, que desde sua origem sempre deu como tarefa central a libertação da mulher e dos negros, como parte fundamental de libertação da humanidade.

A expressão destes atrasos históricos primeiramente da esquerda ao não enxergar a questão negra como parte fundamental da perspectiva revolucionaria, nunca a fez ser uma alternativa real para os negros e para o próprio movimento negro. Isso faz com que hoje estes setores se limitem a defender demandas mínimas extramente insuficientes como são as cotas raciais, que apesar de ser um avanço não respondem a altura da precarização e elitismo nas universidades e mantém vários milhões de jovens negros e pobres fora das universidades.

 O debate no seminário além de se debruçar neste pontos, também debateu ativamente a situação do negro em nossa cidade em meio a sua profunda transformação para atender aos projetos da elite. Na menina dos olhos de Dilma, Cabral e Paes, frente a preparação do País que vai sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, vivemos em base a um projeto de cidade privatista, de remoções, higienista que varre das ruas o conjunto dos negros e pobres, militarização as favelas a partir das UPP’s, remove milhares de moradores para dar lugar a especulação imobiliária, além de um projeto de Lei que proíbe qualquer tipo de manifestação nos meses antes destes megaevento, o AI5 da Copa. O principal alvo desta ofensiva privatista e militarista é a população trabalhadora, e sua ampla maioria são os negros. 

Diante deste cenário debatemos as tarefas de uma um juventude revolucionária que deve dar uma resposta a altura e se colocar a tarefa de atingir amplos setores desde a perspectiva da transformação revolucionária desta sociedade como aliada da classe trabalhadora.  O avanço da discussão e reflexão sobre a questão negra, somado a papel que cumpre a juventude e o peso que tem o proletariado negro no Rio de Janeiro pode e deve ser um aporte para a luta dos negros no Brasil e no mundo todo.

Com esta imensa tarefa e desafio, mesmo que ainda só com um pontapé inicial deste seminário que continuaremos com diversas outras atividades, ele foi um marco para todos presente e serve de um ótimo começo para nos fazermos à altura deste imenso desafio de relembrar a história da luta dos negros e da classe trabalhadora para acabar definitivamente com as heranças da escravidão e abrir caminho a um a nova sociedade e humanidade, o socialismo. 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Repressão e remoção da Aldeia Maracanã: pela liberdade dos presos e construção urgente de um forte movimento!


Um cenário de guerra digno da história da elite brasileira. Hoje o governador Sérgio Cabral mostrou-se na aldeia Maracanã como digno representante da elite brasileira, construída em cima do massacre indígena, do sequestro e escravidão negra e do latifúndio. A brutal repressão que seu governo através da tropa de choque realizou contra os índios e manifestantes que ocupavam o antigo Museu do Índio é uma mostra do velho Brasil sendo reescrito para continuar a história de repressão às massas e entrega de propriedade aos milionários (como o próprio Eike que administrará o Maracanã e seu entorno).
A dura repressão, planos de destruição do edifício, prisão de manifestantes foi uma clara mostra de até onde querem ir os governos Dilma, Cabral e Paes neste projeto repressivo e para a elite que estão fazendo com a desculpa da Copa e Olímpiadas, das UPPs à repressão a ocupações e proibições de greve. No lugar da Aldeia Maracanã querem construir uma área de estacionamento (e escoamento de torcedores) e um museu das Olímpiadas. No lugar de uma moradia e mostra da resistência deste povos massacrados a 513 anos neste país, Cabral busca erguer um negócio a vantajoso a seu amigo Eike.
A Aldeia Maracanã era uma aldeia construída a partir da ocupação de um antigo Museu do Índio, patrimônio histórico abandonado pelo Estado e recuperado por índios de diversas etnias de todo o país. Ela se constituía como “hotel e embaixada” no Rio e abrigo para alguns dos milhares de indígenas que fruto da concentração de terras foram expulsos para a cidade e encontravam abrigo ali.
Na duríssima repressão Cabral e sua polícia não pouparam índios, crianças, mulheres grávidas e nem repórteres. Sua sanha para remover os índios e manifestantes do terreno ao lado do Maracanã é a mesma sanha que seu governo mostra para remover outros milhares de casas e ocupações com as desculpas da Copa e Olímpiadas, para reprimir greves da construção civil.
O ataque a Aldeia Maracanã é um ataque a todos trabalhadores do Rio. A repressão a este ponto de resistência a um projeto de cidade privatista, higienista e racista, é um ataque que logo se fará sentir com igual ou maior força as ocupações urbanas que restam no centro e região portuária, aos que estão no caminho das obras de BRTs e outros projetos, e aos trabalhadores sob ameaça de proibição de direito de greve durante os grandes eventos (Lei da Copa, PLS 722).
Não podemos deixar que este caminho que só serve aos Eike Batista, Cavendish, vença. É urgente colocar de pé um grande movimento pela liberdade dos companheiros que ainda se encontram presos e pela retirada de todos processos criminais! Pelo direito à terra, território e moradia dos índios! Por um forte e urgente movimento a partir dos sindicatos, entidades estudantis, populares e de direitos humanos para que a luta da Aldeia Maracanã seja um ponto de partida para lutar pelo direito de greve, moradia, organização e expressão em meio a Copa do mundo e Olímpiadas! Por uma coordenação a partir de representantes dos locais de moradia, trabalho e estudo, das lutas dos índios, dos trabalhadores e da juventude!

JUVENTUDE ÀS RUAS - Rio de Janeiro - CONVIDA: SEMINÁRIO MARXISMO, QUESTÃO NEGRA E REVOLUÇÃO NO BRASIL


Há 6 anos do inicio da crise capitalista são antes de mais nada as massas trabalhadoras, sobretudo os jovens, os imigrantes e os negros que sofrem as conseqüências do imperialismo e as distintas burguesias buscarem descarregar sobre suas costas a crise. Vemos isto na perseguição do Estado e do neonazismo aos imigrantes africanos na Grécia, às absurdas proibições de atendimento médico aos sem documentos no Estado Espanhol. Em nosso país, que ainda não sofre as conseqüências mais drásticas da crise, vemos os setores mais precários da classe trabalhadora sofrerem duríssimas condições de trabalho nas obras do PAC e sofrerem repressão policial do governo Dilma nas mesmas.

Nosso país é inegável herdeiro da escravidão, continuada nas piores condições de moradia e trabalho dos negros. Na violência policial, no sistema prisional. Construirmos uma juventude revolucionária em nossa época e em nosso país passa necessariamente por enfrentar esta herança histórica e sua reprodução atual!

Precisamos afiar as armas da crítica, partindo dos aportes do marxismo para pensar a questão negra, para enfrentarmos esta questão estrutural em nosso país. Precisamos recuperar o papel da luta dos negros na construção do país e como a elite e o Estado brasileiro se construíram mediante a repressão das massas, particularmente negras. Não haverá revolução em nosso país sem a mobilização revolucionária da maioria negra da população e particularmente da classe trabalhadora. Não há como pensar uma revolução em nosso país que não coloque em seu centro o combate e destruição do racismo.

Nos propomos a construir um grande acampamento e seminário no final de Abril, agora, no dia 23 de março faremos um primeiro seminário para iniciarmos esta discussão.

Mesa: “Racismo ontem e hoje e as tarefas da juventude?”

Contribuições: Suplemento especial sobre a Questão Negra disponível em:http://pt.scribd.com/doc/113978620/Suplemento-Completo

Texto " Só haverá democracia quando houver revolução: um olhar marxista sobre a questão negra" do Manifesto por uma juventude revolucionária da Juventude às Ruas http://juventudeasruas.blogspot.com.br/2013/03/so-havera-democracia-quando-houver.html


Para aprofundar na história do Brasil e papel da luta negra na formação nacional:
- "Rio de Janeiro: capital mundial do genocídio negro e de suas lutas escondidas pela burguesia" disponível em: http://www.ler-qi.org/spip.php?article3741

Maiores informações no email juventudeasruasrj@gmail.com

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mais uma tragédia produzida pela ganância capitalista e descaso dos governos!


NOVA TRAGÉDIA NO RIO DE JANEIRO

Mais uma tragédia produzida pela ganância capitalista e descaso dos governos!

Declaração de emergência da Juventude às Ruas – RJ


Na madrugada de domingo para segunda-feira (18/3) mais uma tragédia atingiu o povo fluminense, particularmente na cidade de Petrópolis que já havia sido atingida na imensa tragédia de janeiro de 2011. A partir de novas fortes chuvas a ganância capitalista e o descaso dos governos Dilma e Cabral ceifaram mais de 27 vidas e deixaram milhares desabrigados e desalojados.

O governador Sérgio Cabral (PMDB), como sempre, culpou o volume histórico de chuvas em pouco tempo. Porém a recorrência das tragédias na história recente bem como intermináveis registros históricos de desmoronamentos e alagamentos em mesmos locais (registros em alguns casos de recorrência de mais de um século) denuncia como não há nada de imprevisível e anormal nestas chuvas. O que há de anormal é o repetido descaso que mata a população em geral, mas muito mais particularmente os trabalhadores, e, sobretudo a parcela – maioria – que tem as condições de vida, trabalho e moradia mais precárias, os negros.

Dilma por sua vez culpou os próprios moradores e ao contrário de outras tragédias onde repetia um script de solidariedade e oferta de um grande plano (retórico) de ajuda ofereceu novidades frente a segunda grande tragédia na região serrana em 26 meses. Desta vez Dilma não só prestou solidariedade e disponibilizou recursos (que nunca chegam à população atingida) mas saiu em ataque contra os moradores. Disse que seria necessário tomar medidas “drásticas” contra as pessoas que moram em áreas de risco (só em Petrópolis são quase vinte mil pessoas). Quando questionada nesta terça sobre o que seriam estas medidas “drásticas” explicou: proibir que construam e remoções.

Estas medidas anunciadas por Dilma e o olhar para os céus esperando menos chuvas de Cabral encobrem suas responsabilidades diretas nestas tragédias anunciadas e recorrentes.Porém a política do estado está voltada para um projeto de cidade que tem o objetivo de colocar dinheiro nas mãos de empresários com especulação imobiliária, com grandes construções que não atendem em nada as necessidades dos trabalhadores e do povo pobre do Rio, tudo isso para ser o país sede da Copa do Mundo e Olimpíadas.  Foi sob seus governos e no governo Lula que cerca de duas mil pessoas morreram no estado do Rio em uma sucessão de tragédias: Angra dos Reis, Bumba, Região Serrana, Xerem, Região Serrana novamente. Estes governos também buscam ao jogar à metereologia e à população a culpa, isentar de culpa o capitalismo e o Estado que eles administram por produzir estas tragédias.



A população da região serrana, bem como de todos centros urbanos do país, não morre na beira de córregos e rios, em encostas de morros por diversão mas por necessidade econômicas produzidas pelo capitalismo. Fruto dos baixos salários, terríveis condições de transporte e especulação imobiliária que tem se intensificado ainda mais com a Copa do Mundo e as Olimpíadas a partir da concentração de terras (rurais e urbanas) não sobra a população trabalhadora outra opção que espremer-se e arriscar-se em locais perigosos, mas que tenham facilidades de acesso ao emprego e aos escassos direitos como saúde e educação. É o capitalismo, neste país herdeiro da escravidão e do latifúndio, que coloca as pessoas recorrentemente em risco e mata todo verão!

Em Petrópolis, palco destas repetidas tragédias, esta história da escravidão, do latifúndio, e dos privilégios dos latifundiários é ainda mais viva do que no resto do país, ali temos a continuidade legal de um privilégio monárquico da família de Bragança e Orleans: o laudêmio. Nesta cidade todo e qualquer imóvel que for vendido no centro e alguns bairros adjacentes deve pagar 1,5% de imposto para a família herdeira de Pedro II, para sempre. A cidade é propriedade eterna destes “nobres”. Este título hereditário é uma das bases para fortalecer a especulação imobiliária e jogar os trabalhadores, sobretudo os negros e migrantes, aos morros naquela cidade.

A implementação do programa de Dilma de proibição de construção e remoção só pode ser efetuado sob as botas da polícia (que nunca faltam nas tragédias para garantir a propriedade privada dos supermercados e seus preços abusivos) e não tem a menor lógica que não a da especulação imobiliária e favorecimento das construtoras. Qualquer estudo sério de engenharia, urbanismo, arquitetura e geologia constatará (como volta e meia aparece nos jornais) que é mais barato realizar obras de contenção de encostas do que remover dezenas de milhares de pessoas a locais longínquos, sem infra-estrutura, sem emprego. Esta remoção só favorecerá as empresas que construiriam estas casas e – para piorar ainda fariam provavelmente os trabalhadores terem que pagar por estes imóveis.

A juventude não pode assistir calada a mais uma tragédia capitalista. É preciso começar a dar um basta nisto! Lutemos pelo imediato confisco dos estoques de supermercados, farmácias, e quartos de hotéis e pousadas disponíveis. Organizemos nos locais de trabalho e estudo, coletas para organizar uma solidariedade independente dos governos para que as necessidades emergências da população sejam atendidas, mas coloquemos de pé um movimento como este pois a forma mais econômica e eficiente de atender estas necessidades é utilizando o que já está disponível! Lutemos para colocar um fim a estas tragédias colocando o conhecimento de nossas universidades a serviço da população. Os estudantes, professores, e técnicos das universidades, junto a sindicatos e associações de moradores podemos elaborar planos de emergência para estes locais e oferecer moradia segura e decente a todos a partir de um plano de obras públicas  financiado com o dinheiro dos royalties, com impostos as fortunas dos Eike Batistas e da família imperial!   

Panfleto sobre os casos de homofobia na festa do Babado de Verão no IFCH





CONTRA TODA FORMA DE OPRESSÃO! AUTO-ORGANIZAÇÃO!



“We are the Stonewall Girls.                     “Nós somos as meninas de Stonewall.
We wear our hair in curls                        Nós usamos nosso cabelo em cachos.
We wear no underwear                    Nós não usamos nenhuma roupa íntima
We show our pubic hair                        Nós mostramos nosso pelos pubianos
We wear our dungarees                                       Nós usamos nossos macacões
Above our nelly knees!”                                  Acima dos nossos joelhos nus!”
 

Esse foi o grito que ecoou quando drag queens, transgêneros, lésbicas e gays se levantaram contra a polícia, que xs agredia diariamente; contra o limite, a repressão a opressão de gênero, contra a sociedade patriarcal e heteronormativa, na revolta de Stonewall, em 1979.
A festa do babado? Uma forma de resistência, de uma luta pela libertação, uma noite na qual as sexualidades e os gêneros dançam, cantam, se beijam. Mas o que vivenciamos foi o ataque de grupos homofóbicos organizados, um ataque ao setor LGTTBI e ao movimento estudantil, que culminou no fim da festa e várias pessoas agredidas física e moralmente. A presença de grupos como esse não é por acaso em um sistema no qual Feliciano, declaradamente racista, machista e homofóbico, assume a Secretaria de Direitos Humanos e Minorias, onde Dilma na presidência usa a legalização do aborto como moeda de troca e condena a morte milhares de mulheres, onde na Grécia o Aurora Dourada, partido neo-nazista e terceira força política, direcionado aos homossexuais se pronuncia “depois dos imigrantes, vocês são os próximos”, onde na França 800 mil pessoas vão as ruas contra o casamento igualitário, onde a vida das mulheres e dos LGTTBI é precarizada pela terceirização do trabalho e onde a polícia, braço armado do estado burguês, assassina a população negra e as travestis.
A ação destes grupos homofóbicos, cada ato de violência aos indivíduos que estavam naquela festa, é mais do que uma violência individual, é um ataque a todas as lésbicas, gays, transexuais e travestis, é um ataque a todo jovem que quer expressar sua sexualidade livremente. Mais que isso, é um ataque a todo o movimento LGTTBI de conjunto e seus distintos grupos políticos, e assim, um ataque também ao movimento estudantil, em particular do IFCH.
Não podemos permitir que nenhum jovem seja agredido por querer expressar sua sexualidade livremente. Só podemos barrar esses ataques a partir de nossa auto-organização. Não podemos confiar na REItoria, já que ela se cala frente ao acontecido, e torce para que fiquemos acuados e não realizemos mais festas dentro do campus, uma vez que essas vão contra o projeto de universidade elitista, racista, machista e homofóbica defendida por eles. A mesma reitoria que se cala frente aos casos de machismo e a violência homofóbica, mantém e colabora com isso na medida em que fomenta a terceirização, que é uma forma de trabalho majoritariamente feminino que superexplora e violenta; na medida em que permite que setores como o “Pró –Vida” façam uma campanha reacionária chamando de assassinas e nazistas todas aquelas que lutam pela liberdade sexual das mulheres, pela legalização do aborto e contra a morte de milhares por ano por fazê-lo clandestinamente. Reitoria que se cala frente à opressão é a mesma que esta punindo estudantes por se manifestarem contra ela. E que terá um de seus quatro agentes-candidatos eleitos este mês para continuar o trabalho sujo do governo e da patronal homofóbica dentro da Unicamp.
Essas festas são o único momento no qual a universidade se abre, se abre para os 96% da juventude que está fora dela, cujo direito a uma educação pública e de qualidade é retirada pelo filtro social que é o vestibular, oferecendo minimamente cultura, arte e lazer em um espaço público. Uma vez que os governos tem uma política consciente de acabar com os espaços de socialização da juventude para que esta fique restrita ao trabalho, sem desenvolver suas capacidades culturais.
Nesse sentido, total confiança nas nossas próprias forças, o movimento estudantil independente precisa se organizar para lutar contra a opressão com uma política de abrir a universidade para a população, pelo fim do vestibular, que nos unindo com os jovens e trabalhadores que estão de fora, para impedirmos mais agressões, impedirmos que esses grupos homofóbicos tenham a liberdade de acabar com as festas, de proliferar a poeira de sua ideologia machista e homofóbica. Sem nenhum ceticismo nas nossas próprias forças auto-organizadas. É necessário levantarmos esse debate de maneira ofensiva nos espaços do movimento estudantil para que mais estudantes se somem as nossas vozes criando assim uma politização que contribua para não permitirmos qualquer manifestação opressiva.
Nós estávamos na festa e fizemos parte de um grupo tirado para a autodefesa, mas é preciso que muito mais pessoas se incluam, que as organizações de esquerda se prontifiquem para impedir esses agressores, chamamos a todos nessa luta. Com a autodefesa, não haverá nenhum agredido mais! Retomemos o exemplo de Stonewall, se levantando contra a violência com a moral do oprimido subverto que nunca mais vai aceitar que alguém o cale, o agrida e o oprima!

Panfleto contra a repressão para a assembleia do IFCH (19/03)



CONTRA REPRESSÃO, A REITORIA E SEUS PROJETOS!
POR OUTRO PROJETO DE UNIVERSIDADE!
Uma semana já bastou para termos a prova de que toda a Unicamp está atravessada por questões que dizem respeito à discussão de qual projeto de universidade queremos e precisamos. Tanto na discussão da consulta para reitor, passando pelos processos repressivos da USP e UFMT, como nos absurdos casos de homofobia que ocorreram na festa do babado. E, nesse sentido, como a repressão é o pilar para a manutenção do projeto da reitoria.
Temos dois candidatos a REItor: Saad é a expressão repressiva da política atual do CRUESP, que prendeu os 72 estudantes e trabalhadores da USP, profundamente atrelado ao PSDB no estado de São Paulo; e Tadeu, membro da FIESP, que quer aparecer como suposto "linha leve", mas que, quando reitor em 2007, orquestrou a derrota do movimento estudantil com falsas promessas e uma comissão punitiva contra 5 estudantes que participaram da greve, abrindo sindicâncias que só foram barradas graças à mobilização estudantil, além de estar a frente da Reitoria quando a Unicamp demitiu 600 trabalhadores FUNCAMP.. Ontem no debate organizado em apoio ao Tadeu no IFCH, Plininho e Ricardo Antunes fizeram falas de esquerda contra a privatização da universidade pública, a terceirização, com grande parte do debate centrado em tentar convencer os estudantes de que este REItor não reprime, que seria o REItor do dialogo. Contudo sabemos que tanto Saad como Tadeu, estão sob a mesma estrutura de poder antidemocrática e repressiva. Independente se a gestão será feita por "mãos de ferro" ou com concessões e cooptação das lutas, as duas formas são usadas para desarticular o movimento estudantil e dos trabalhadores e atender às necessidades do projeto de universidade que reprime, terceiriza e privatiza.
Por isso não podemos ter nenhuma ilusão de que, elegendo o REItor "menos pior", vamos ter algum avanço. O mundo não é feito só de duas opções por dentro do regime: a terceira via, dos estudantes, trabalhadores e professores auto-organizados, independentes, e em luta contra o projeto da REItoria, é a única forma de conseguirmos que a Universidade produza conhecimento para a população e não para empresas; de ir contra o PIMESP, projeto racista e precarizante; fazer com que a Universidade não se erga sob trabalho escravo terceirizado, mas sim que estes sejam incorporados ao quadro efetivo de funcionários com o mesmo salários e direitos; e contra a repressão que quer nos calar. Devemos mais é gritar, fora PM! Abaixo o conselho universitário e a estrutura de poder repressiva! Por uma assembleia estatutária que ponha fim ao regimento da ditadura e construa um governo tripartite (estudantes, funcionários e professores) eleito por sufrágio universal, onde faça valer a real composição e interesses da universidade. Por isso, chamamos voto nulo programático contra esta estrutura de poder.
Nossa luta contra a repressão deve ser a luta por outro projeto de universidade, em oposição ao atual, onde a REItoria se cala frente aos diversos casos de violência homofóbica que ocorreram na festa do babado. A luta pela defesa dos punidos é também a luta para que todos possam falar e lutar, onde os negros estejam dentro da universidade com o fim do vestibular. Num momento onde a repressão se intensifica nacionalmente, onde os estudantes são brutalmente reprimidos pela policia no Mato Grosso; onde dezesseis operários do PAC são presos no Amapá; no país que quer passar o AI-5 da copa que impede os trabalhadores de fazerem greve; que tem a polícia mais assassina do mundo que opera o genocídio da população negra: a luta contra a repressão e pela defesa dos 72 punidos é um combate de primeira ordem; não pode ser diluída em outras pautas, como faz a atual gestão do CACH, Lúddica (PSTU e independentes), mas sim ser levada com centralidade, combinada com a luta pela radical democratização da universidade. Façamos uma luta contra a repressão onde possamos ser a voz  dos trabalhadores, dos 95% da juventude precarizada que não tem acesso à educação, da população negra,  para junto a eles, conseguirmos uma universidade democrática no acesso e no regimento, sem vestibular, com permanência estudantil, contra o machismo, homofobia e racismo, voltada para os interesses da população e não das empresas.