quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um histórico ataque ao movimento estudantil e de trabalhadores! Não passarão! Nota da Juventude Às Ruas contra à repressão aos 72 lutadores da USP

  Nesta terça-feira, 5 de Fevereiro, a promotora reacionária Eliana Passarelli denunciou ao Ministério Público do Estado de São Paulo os 72 estudantes e trabalhadores da USP que foram presos na reintegração de posse da ocupação da reitoria da universidade no final do ano de 2011, onde reivindicavam a saída da PM do campus, o fim do convênio entre a USP e a polícia militar e o fim dos processos movidos contra estudantes e trabalhadores. Essa luta passava por questionar o próprio papel da polícia, não só na universidade, mas também fora dela, como nos morros, favelas e periferias, e também questionava a própria universidade, sua elitização e ligação direta com a ditadura.

  A denúncia acusa os 72 de formação de quadrilha, dano ao patrimônio público, pichação e descumprimento de ordem judicial, que indicaria algo como 8 anos de prisão. Retomando o resultado dos processos administrativos que se encerraram na semana passada, onde o reitor Rodas puniu apenas alguns dos processados, com penas que iam de advertências escritas à suspensões de 15 dias (as mais duras foram aplicadas principalmente aos trabalhadores),  se torna evidente que as aparentes "penas mais leves" estavam sendo articuladas junto com o governo do estado de São Paulo dirigido pelo PSDB para tentar punir exemplarmente estes mesmos lutadores.

  Essa denúncia vem junto com uma ofensiva da grande mídia que, aliada ao governo, tenta ganhar a opinião pública para desmoralizar a luta e isolar o movimento estudantil e de trabalhadores da USP. Essa ofensiva retoma as mentiras veiculadas desde o processo de ocupação em 2011, onde tentam convencer que aquela mobilização é como um movimento “para usar drogas livremente na universidade” entre outras coisas, e tentam associar a imagem dos lutadores à de criminosos. Esse ataque preparado em conjunto tem como objetivo usar esse exemplo para aprofundar o processo de criminalização e repressão aos movimentos sociais, que já vem acontecendo fortemente como vimos no caso de Pinheirinho, a ameaça recente de reintegração do assentamento Milton Santos, a onda, que segue atualmente, de assassinatos no campo de ativistas sem-terra e tantos processos de repressão aos trabalhadores pobres e sem-teto, movimentos sociais e sindicais. Devemos repudiar essa campanha midiática e também a denúncia da promotora que não só tentam mentir sobre uma luta com pautas legítimas como também atacam os próprios métodos democráticos dos movimentos sociais, de estudantes e também de trabalhadores! 

  Para levar adiante essa ofensiva, a promotora passa por cima de elementos fundamentais da democracia, como o direito de se expressar e a liberdade política, e isso se evidencia quando a mesma reconhece que não há individualização dos fatos, mas todos são culpados porque simplesmente "não impediram que acontecesse", o que é escandalosamente inconstitucional. A mesma justiça que tenta criminalizar estudantes e trabalhadores, ignora os verdadeiros bandidos estão no Congresso Nacional, no Senado e nos próprios governos, perpetuando repressão e opressão para o conjunto da população e ganhando muito dinheiro pra isso - livres e impunes.

  Todo o apoio democrático de centenas de entidades, professores, estudantes, intelectuais, jornalistas, artistas, juízes, trabalhadores, movimentos sindicais, de direitos humanos, devem se fazer sentir neste momento para rearticular uma enorme campanha democrática pelo imediato arquivamento desta denúncia absurda. Ao mesmo tempo, é preciso lutar pela revogação de todas as suspensões e punições contra esses estudantes e trabalhadores, pela reintegração de Brandão e dos 8 estudantes eliminados, como parte da luta contra a criminalização de todos os movimentos sociais e de trabalhadores e pelos direitos democráticos de se manifestar. Não devemos aceitar a repressão que busca coibir a organização e manifestação política! Basta da política "do medo" e de repressão herdeiras da ditadura!







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