quarta-feira, 28 de novembro de 2012

NOTA DE REPÚDIO DA UNE E UEE-SP ÀS SINDICÂNCIAS NA UNESP FRANCA


No dia 26/11/2012 foi anunciado pela Diretoria de Campus da UNESP Franca a abertura de sindicância frente a trinta e um alunos matriculados na FCHS - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais. A sindicância diz respeito à “implosão” de um evento ocorrido no segundo semestre no qual o convidado, o auto proclamado príncipe e herdeiro da família real brasileira, Bertrand, fora expulso aos gritos pelos estudantes e impedido de realizar a palestra pela qual havia sido convidado por um grupo de extensão local. 

Para além da discussão de mérito do evento que havia sido previsto e da legitimidade ou não da presença de um palestrante que apresenta publicamente discurso de ódio, a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UEE (União Estadual dos Estudantes - SP), entidades legítimas da organização dos estudantes posicionam-se contrariamente a qualquer tipo de retaliação legal/administrativa aos estudantes envolvidos no evento. E vários são os motivos.

Antes de tudo por não entender quais os critérios para a sindicância de um aluno ou outro, na medida em que o ocorrido caracterizou-se como sendo completamente espontâneo ainda que oriundo de um ato legítimo que fazia concorrência ao evento de Bertrand de forma pacífica. Sendo assim, não há qualquer critério e segurança, mesmo com a existência de vídeos e fotos, para que a direção da faculdade culpe uns sem deixar outros impunes e também culpe injustamente alguns que não participaram efetivamente da “implosão” tendo só acompanhado o ocorrido. 

Para além dessa discussão pontual, a pauta fundamental em jogo diz respeito à criminalização e punição rotineira do movimento estudantil. As Universidades brasileiras, ainda que após da redemocratização, têm utilizado diuturnamente dos mecanismos criados na ditadura militar para limitar o poder de atuação dos estudantes organizados deixando-os à deriva heterogestão por parte das direções. 

Nesse aspecto, a punição não é uma tentativa de corrigir os equívocos do movimento nem de melhorar as construções realizadas pelos estudantes, mas, sim uma empreitada para desmobilizar os discentes e jogá-los uns contra os outros. O equívocos do movimento estudantil, se é que houveram no caso (e isso deve ser julgado pelos próprios estudantes) devem ser corrigidos e lidados pelas próprias formas e métodos do movimento estudantil, com construção real, legitimidade e participação na base das discussões. Só cabe aos estudantes julgar falhas no processo o M.E. (movimento estudantil) pois a autonomia é que dá força à democracia e o que amadurece os coletivos. 

Portanto, a UNE e a UEE-SP se colocam a disposição dos alun@s sindicados e se solidarizam com as 
possíveis coerções por eles sofridas. Ainda mais, repudiamos a atitude tomada pela diretoria da UNESP Franca por entender que isso significa um trajeto na contramão do projeto da Universidade brasileira. Se um de nós for sindicado, todos lutaremos para reverter tal situação. Pela autonomia dos estudantes e contra as diversas formas de repressão ao Movimento Estudantil, colocamos nossos militantes e diretores à disposição da luta em Franca.

Vitor Quarenta – Diretor Executivo da UEE – SP e Aluno do Direito UNESP
Daniel Iliescu – Presidente da UNE
Alexandre Cherno – Presidente da UEE –SP

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