Em quem você vai
votar?
Até
o próximo dia 28, muitas pessoas terão a resposta para essa questão na ponta da
língua. Vários motivos podem justificar a escolha entre três opções: Haddad
(PT), Serra (PSDB) ou Nulo. Vejamos
qual a melhor.
A
escolha de um candidato é uma decisão complicada; a mídia insiste que devemos
pesquisar o passado dos candidatos para decidir; falam que, com a Lei da Ficha
Limpa valendo, ficou mais seguro escolher candidatos que não tenham um passado
sujo, corrupto. Mas isso é suficiente?
Quando
votamos em um candidato, na verdade, votamos nas ideias e no programa de seu partido;
afinal, esta é uma das funções de um partido: juntar pessoas que tenham ideais
e valores semelhantes. Assim, um partido não se faz só de uma pessoa, ele segue
uma política, uma lógica de atuação;
embora tenha figuras públicas e líderes, ele é construído coletivamente. Isso quer dizer que se alguém se filia a um partido,
ou vota em seus candidatos, concorda com as ideias defendidas por ele, e
pretende levá-las à frente. Em outras palavras: votar no Serra é votar no PSDB
e votar no Haddad é votar no PT.
Em defesa dos interesses da juventude e dos trabalhadores: nem Serra nem Haddad
No
Manifesto do PT de Haddad, Lula, Dilma e tantos outros, o partido se expressa
como de massas, para representar politicamente os trabalhadores e pobres contra
os ricos dominantes. Isso não acontece de fato. Basta lembrar que,
recentemente, Dilma mandou cortar o ponto dos funcionários públicos federais
que estavam em greve por reposição de salários; que mandou a polícia federal e
a força nacional reprimirem e prenderem funcionários terceirizados das obras do
PAC (que estavam em luta por causa de salários e das péssimas condições de vida
nos canteiros de obras); que ilude a milhões de brasileiros com seu discurso de
um crescimento gradual, enquanto jovens e trabalhadores pagam pela crise
capitalista. Esses são só alguns exemplos para demonstrar que, embora diga
defender os trabalhadores, o PT, na prática, não os representa, defendendo os
interesses de empresários e banqueiros enquanto ataca a nossa classe.
O
PSDB, por outro lado, partido que, historicamente, defende a social democracia,
pretendendo conciliar aos interesses dos ricos o dos pobres, interesses dos
trabalhadores com os dos patrões, não é uma alternativa. Tais interesses são
irreconciliáveis, pois para o
enriquecimento dos capitalistas só existe uma alternativa: a exploração, com
base em seguidos ataques, da juventude e dos trabalhadores. Fernando
Henrique, Serra, Alckmin, da presidência da República ao governo do Estado de
São Paulo, trouxeram consigo as privatizações, o sucateamento da educação e da
saúde, a precarização dos postos de trabalho, o empobrecimento dos muitos que
têm pouco e o enriquecimento dos pouquíssimos capitalistas que têm muito, a
perseguição, isolamento e enfraquecimento dos movimentos sociais etc.
Nesse
sentido, a Lei da Ficha Limpa com o
papel de tirar das eleições os candidatos que já foram julgados em algum tipo
de processo, mas não significa que os candidatos irão representar a maioria
(trabalhadores), bem como tem vários espaços para manipulação; por exemplo,
Paulo Maluf, procurado pela Interpol (um tipo de polícia internacional) por
diversas transações financeiras suspeitas, suspeito de inúmeras acusações de
corrupção, assumiu o cargo de deputado federal. Isso sem mencionar que é aliado
do PT, de Haddad.
Voto Nulo e crítico: nossos sonhos não cabem em urnas.
Por
não haver candidatos que representem os nossos interesses, os interesses da
classe trabalhadora, de mulheres e homens, jovens, trabalhadores, pobres,
negros, defendemos o voto Nulo.
Para
que fique claro: não vemos o voto nulo como uma forma de indignação, de
protesto passivo. É ele a única forma de agir nessa situação, mas que deve
estar ligada à organização coletiva para discutirmos e tomarmos atitudes que
realmente representem nossas necessidades.
Se
você já ouviu falar que, se mais da metade dos eleitores votarem nulo, a eleição
é cancelada, saiba que isso é um erro, uma má interpretação do Código Eleitoral.
Nosso
voto nulo significa que não acreditamos que aqueles candidatos representem
nossa classe e que, portanto, não temos opção entre os candidatos que
representam apenas à elite paulista.
Independência de Classe
Defendemos,
então, a independência de classe, ou seja, que nós que compomos a mesma classe
social (trabalhadores que ganham seu sustento vendendo sua força de trabalho)
nos organizemos para, a partir de discussões, mobilizações, troca de ideias e
ações, lutarmos juntos pelos nossos direitos e pelos nossos interesses.
Acreditamos
que por sermos a maior classe, a que produz tudo quanto consome nossa
sociedade, sejamos fortes o suficiente para decidir os rumos de nossas vidas,
sem achar que poderemos eleger alguém que faça isso por nós.
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