sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eleições em São Paulo: Por que Serra e Haddad não são opções?


Em quem você vai votar?
 

Até o próximo dia 28, muitas pessoas terão a resposta para essa questão na ponta da língua. Vários motivos podem justificar a escolha entre três opções: Haddad (PT), Serra (PSDB) ou Nulo. Vejamos qual a melhor.

A escolha de um candidato é uma decisão complicada; a mídia insiste que devemos pesquisar o passado dos candidatos para decidir; falam que, com a Lei da Ficha Limpa valendo, ficou mais seguro escolher candidatos que não tenham um passado sujo, corrupto. Mas isso é suficiente?

Quando votamos em um candidato, na verdade, votamos nas ideias e no programa de seu partido; afinal, esta é uma das funções de um partido: juntar pessoas que tenham ideais e valores semelhantes. Assim, um partido não se faz só de uma pessoa, ele segue uma política, uma lógica de atuação; embora tenha figuras públicas e líderes, ele é construído coletivamente. Isso quer dizer que se alguém se filia a um partido, ou vota em seus candidatos, concorda com as ideias defendidas por ele, e pretende levá-las à frente. Em outras palavras: votar no Serra é votar no PSDB e votar no Haddad é votar no PT.

 Em defesa dos interesses da juventude e dos trabalhadores: nem Serra nem Haddad


No Manifesto do PT de Haddad, Lula, Dilma e tantos outros, o partido se expressa como de massas, para representar politicamente os trabalhadores e pobres contra os ricos dominantes. Isso não acontece de fato. Basta lembrar que, recentemente, Dilma mandou cortar o ponto dos funcionários públicos federais que estavam em greve por reposição de salários; que mandou a polícia federal e a força nacional reprimirem e prenderem funcionários terceirizados das obras do PAC (que estavam em luta por causa de salários e das péssimas condições de vida nos canteiros de obras); que ilude a milhões de brasileiros com seu discurso de um crescimento gradual, enquanto jovens e trabalhadores pagam pela crise capitalista. Esses são só alguns exemplos para demonstrar que, embora diga defender os trabalhadores, o PT, na prática, não os representa, defendendo os interesses de empresários e banqueiros enquanto ataca a nossa classe.

O PSDB, por outro lado, partido que, historicamente, defende a social democracia, pretendendo conciliar aos interesses dos ricos o dos pobres, interesses dos trabalhadores com os dos patrões, não é uma alternativa. Tais interesses são irreconciliáveis, pois para o enriquecimento dos capitalistas só existe uma alternativa: a exploração, com base em seguidos ataques, da juventude e dos trabalhadores. Fernando Henrique, Serra, Alckmin, da presidência da República ao governo do Estado de São Paulo, trouxeram consigo as privatizações, o sucateamento da educação e da saúde, a precarização dos postos de trabalho, o empobrecimento dos muitos que têm pouco e o enriquecimento dos pouquíssimos capitalistas que têm muito, a perseguição, isolamento e enfraquecimento dos movimentos sociais etc.

Nesse sentido, a Lei da Ficha Limpa com o papel de tirar das eleições os candidatos que já foram julgados em algum tipo de processo, mas não significa que os candidatos irão representar a maioria (trabalhadores), bem como tem vários espaços para manipulação; por exemplo, Paulo Maluf, procurado pela Interpol (um tipo de polícia internacional) por diversas transações financeiras suspeitas, suspeito de inúmeras acusações de corrupção, assumiu o cargo de deputado federal. Isso sem mencionar que é aliado do PT, de Haddad.

 Voto Nulo e crítico: nossos sonhos não cabem em urnas.


Por não haver candidatos que representem os nossos interesses, os interesses da classe trabalhadora, de mulheres e homens, jovens, trabalhadores, pobres, negros, defendemos o voto Nulo.

Para que fique claro: não vemos o voto nulo como uma forma de indignação, de protesto passivo. É ele a única forma de agir nessa situação, mas que deve estar ligada à organização coletiva para discutirmos e tomarmos atitudes que realmente representem nossas necessidades.

Se você já ouviu falar que, se mais da metade dos eleitores votarem nulo, a eleição é cancelada, saiba que isso é um erro, uma má interpretação do Código Eleitoral.

Nosso voto nulo significa que não acreditamos que aqueles candidatos representem nossa classe e que, portanto, não temos opção entre os candidatos que representam apenas à elite paulista.

Independência de Classe


Defendemos, então, a independência de classe, ou seja, que nós que compomos a mesma classe social (trabalhadores que ganham seu sustento vendendo sua força de trabalho) nos organizemos para, a partir de discussões, mobilizações, troca de ideias e ações, lutarmos juntos pelos nossos direitos e pelos nossos interesses.

Acreditamos que por sermos a maior classe, a que produz tudo quanto consome nossa sociedade, sejamos fortes o suficiente para decidir os rumos de nossas vidas, sem achar que poderemos eleger alguém que faça isso por nós.

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