domingo, 7 de outubro de 2012

É preciso seguir na luta contra a repressão e o despejo da companheira Amanda!



A luta contra a repressão na USP é a tarefa número um do movimento de estudantes e trabalhadores hoje. Nós, da Juventude às Ruas, temos travado este debate com todas as entidades, correntes políticas e estudantes independentes em todos os fóruns do movimento. Temos nos colocado na linha de frente do combate à repressão e também à equivocada linha política que vem sendo adotada pelo DCE e por parte dos CAs, de criar uma dicotomia entre a luta por democracia na universidade e a luta contra os processos a estudantes e trabalhadores, privilegiando aquela em detrimento desta.
Um exemplo disto foi a luta política que encampamos no XI Congresso dos Estudantes, quando, junto a outros setores, travamos o debate de que para podermos lutar por uma universidade efetivamente democrática – o que significa universalizar seu acesso através do fim do vestibular e colocar abaixo a estrutura de poder pautada pelo CO e o REItor, colocando um governo tripartite com maioria estudantil e fazendo com que o conhecimento aqui produzido esteja a serviço das necessidades dos trabalhadores e do povo pobre – o primeiro e imprescindível passo é reverter a expulsão dos oito estudantes “eliminados”, reintegrar o diretor do Sintusp Claudionor Brandão, e revogar os mais de cem processos contra estudantes e trabalhadores. Não há possibilidade de democracia em uma universidade na qual somos perseguidos por nos manifestar politicamente.
A partir deste debate no XI Congresso colocamos de pé importantes iniciativas, como o debate na Faculdade de Direito, que reuniu o apoio democrático de figuras como Fábio Konder Comparato, Eduardo Suplicy, Carlos Gianazzi, Altino Prazeres, Jorge Luiz Souto Maior, centenas de estudantes, abrindo espaço também para que o Fórum dos Processados e Brandão se dirigissem aos estudantes. Outras medidas fundamentais votadas no Congresso ainda devem ser concretizadas, e achamos fundamental que todas as entidades, correntes políticas e estudantes independentes tomem parte na construção da Quinta i Breja e do Festival contra a repressão, para que esta luta tome cada vez mais corpo na universidade.
Hoje, às vésperas do encerramento dos processos contra os estudantes presos nas reintegrações de posse da Reitoria em 2011 e da Moradia Retomada neste ano, a luta contra a repressão ganha um caráter ainda mais urgente. E a primeira tarefa fundamental é que o movimento estudantil se coloque inteiramente em defesa da companheira Amanda Freire, estudante de filosofia que foi “eliminada” da USP por se colocar em defesa de moradia estudantil para todos e por melhores condições de trabalho para os funcionários da COSEAS, e que hoje está ameaçada a cada dia de ser expulsa com seu filho de apenas onze meses do apartamento do Crusp em que moram. Este é o retrato mais nefasto de uma universidade elitista, que recorre aos métodos da ditadura, com suas “assistentes sociais” ameaçando inclusive retirar o filho de Amanda através do Conselho Tutelar se ela não se retirar do apartamento “por bem”. Não podemos permitir que esta lutadora sofra este ataque, que é um ataque a todo o movimento!
Por isso, nos colocamos ativamente na construção do ato-vigília no apartamento de Amanda do dia 1 de outubro, quando a Oficial de Justiça avisou que viria para executar a reintegração de posse. Lutamos nos fóruns do movimento, como na plenária da FFLCH, para que o DCE e CAs se comprometessem a encampar esta luta, e estivemos na vigília em peso com nossa militância. O movimento conseguiu retardar a reintegração, mas seu perigo segue vigente, e essa medida não pode se manter indefinidamente. E nossa luta contra o despejo de Amanda deve continuar e se aprofundar!
Para isso, a chave é construir uma grande campanha democrática em toda a universidade em defesa da companheira Amanda. O DCE e os CAs devem se comprometer com essa campanha, fazendo com que a luta contra o despejo de uma jovem mãe, eliminado por lutar por moradia, e seu filho, seja tomada e apoiada por uma amplos setores de estudantes em todos os cursos. Chamamos todos os estudantes e setores combativos, comprometidos com a defesa de Amanda, a encampar conosco esta luta política nas entidades, por uma grande campanha política, que é a chave para impedir mais esse ataque, que não será barrado por medidas e ações que estejam desligadas dos cursos e distantes do cotidiano dos estudantes.
Contra o despejo de Amanda e seu filho!
Pela reintegração de todos os estudantes “eliminados” e de Brandão!
Pelo fim de todos os processos contra estudantes e trabalhadores!
Fim do decreto 52.906 e do regimento disciplinar da ditadura! Por uma estatuinte livre e soberana para democratizar de fato a universidade!

TODOS À REUNIÃO DO DCE NO CALC DIA 8/10, ÀS 17h!


Neste espírito, seguimos exigindo que o DCE se comprometa com esta luta. No dia 5/10 fomos à reunião de gestão para exigir que o DCE tomasse medidas para que essa questão saísse na imprensa, que fizesse um boletim divulgado amplamente, colocasse em destaque no seu site, e que indicasse aos cursos e CAs que fizessem debates, assembleias e demais medidas em torno desta questão, entre outras medidas. Entretanto, a reunião sequer aconteceu, segundo os diretores do DCE presentes, “por falta de pauta”! É um absurdo! Os diretores do DCE presentes se comprometeram a convocar uma reunião extraordinária do DCE para tratar dessa questão, bem como da construção da Quinta i Breja contra a repressão, marcada para o dia 11/10 – uma pauta que já havia sido indicada pelo CALC para essa reunião, já que a QiB está sendo ameaçada.

Juventude às Ruas
(LER-QI e Independentes)

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