terça-feira, 25 de setembro de 2012

Uma juventude em pé de guerra contra o capitalismo!

Há na juventude algo de distinto: ela expressa agudamente todas as contradições, energias e “tensões” que se apresentam numa sociedade dividida em classes. Não à toa é a juventude que, muitas vezes, se mobiliza primeiro e tem um papel muito importante nas lutas: é na juventude que se expressam as energias mais renovadas de gerações que não carregam as derrotas do passado e que se inquietam profundamente com o futuro, bem como é nela que se expressam algumas das piores consequências das misérias deste sistema. Pode-se dizer que a juventude é uma “caixa de ressonância” das tensões sociais de cada época, estando nela a chave para pensar, perceber e, aliada aos trabalhadores, mudar a realidade.

Pela aliança com os trabalhadores para que os capitalistas paguem pela crise!

As gerações que nos antecederam assistiram ao que muitos denominaram como o “fim da história”, “vitória do capitalismo”, o “fim da luta de classes”, ou seja, o que seria a vitória da evolução das sociedades humanas com a estrutura econômica determinada pelo sistema capitalista, e esta é uma das “verdades absolutas” que são vendidas em todas as revistas, salas de aula, jornais e “grandes meios intelectualizados” para desencorajar qualquer ideia de que é preciso e possível a luta por outro mundo. A crise capitalista que explodiu em 2008 revela, no entanto, a verdadeira face do capitalismo, escondida atrás dos discursos democráticos dos governos e da burguesia. Nos últimos meses a crise aprofundou diversas medidas de ataques aos povos do mundo inteiro; do Egito à Espanha, passando pela Grécia, Estados Unidos e América Latina, os limites geográficos entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos se reduziram com a chegada dos pacotes de austeridade, desemprego, crises da previdência, etc. As partes envolvidas nesse jogo da economia mundial ficaram mais evidentes: não se trata de limites físicos, mas de classes sociais. De um lado os capitalistas, que criaram a crise; de outro, a juventude e os trabalhadores, que têm sofrido com as tentativas de lhes impor a duras penas os custos desta crise.
Desde então, a juventude tem se levantado, tomado as ruas em ondas de protesto É essa juventude que reivindicamos como exemplo, aquela que não aceita o “possível” que lhe impõe todos os dias a mídia, o trabalho, a escola ou faculdade, os governantes, a Igreja, em suma, a ideologia dominante.
Não estamos dispostos a pagar os custos da crise para manter um sistema que se firma sobre as costas dos trabalhadores, sobre as opressões contra negros, mulheres, homossexuais e pobres e impõe a decadência, limitação e miséria à grande maioria do povo trabalhador em benefício de uma minoria.
Por defendermos a aliança entre estudantes e trabalhadores, por defendermos o acesso de todos ao ensino, com escolas e universidades públicas, sem vestibular ou provas de acesso (para o que, faz-se necessária estatização das corporações de ensino privadas), por defendermos a liberdade sexual, o fim da opressão às mulheres e o fim do racismo; por defendermos o fim da exploração aos trabalhadores, que oferecem sua força de trabalho em troca de salários miseráveis para que os capitalistas vivam na ostentação; por isso tudo é que não nos resta alternativa a não ser lutar, junto à classe trabalhadora, pelo fim desse sistema político-econômico que é baseado em opressão e exploração. 

Os tempos se aceleram no Brasil

Diante de um período conturbado em todo o mundo, o Brasil parecia estar seguro em sua bolha de crescimento garantido e passividade. Entretanto, a economia começa a se desacelerar, e no último período explodiram greves dos operários da construção civil, denunciando as ingerências das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento); luta contra as ameaças de demissões massivas como no caso dos trabalhadores da multinacional GM; paralizações, greves e ocupações de estudantes, professores e funcionários públicos nas Universidades Federais, expondo a superficial e precária criação de vagas em universidades públicas com fins eleitoreiros. De um lado um sindicalismo governista que não defende seus representados, as necessidades dos trabalhadores; de outro (ou do mesmo!), o Governo Federal, que reprime greves, faz corte de salário de grevistas, restringe o direito de greve, abandona estudantes à precarização, reprime estudantes e trabalhadores (inclusive utilizando o exército), ameaça sindicatos e associações que se colocam em luta, e demonstra sua disposição real de minar as demandas populares ao cortar o ponto dos trabalhadores em greve, impedindo-os, na prática, de manter a mobilização. Para um governo que se coloca como esquerda, fica claro a quem quiser ver que - nos termos do Manifesto Comunista: “O governo do Estado moderno não é senão um comitê para gerenciar os assuntos comuns de toda a burguesia”.
Neste momento, entram em greve os trabalhadores bancários, dos correios, e metalúrgicos, que mostram um caminho para a juventude, e se puderem se unificar, contra a linha da burocracia sindical, podem deixar clara a força social dos trabalhadores!

Do questionamento da universidade de classes ao questionamento da sociedade de classes

Como parte de uma ofensiva histórica dos governos, que buscam aprofundar a privatização da universidade em benefício dos grandes empresários, o reitor Rodas e seus mandantes no governo estabeleceram como objetivo número um destruir a resistência dos trabalhadores e estudantes que, de 2007 até hoje, têm se colocado em pé de guerra contra a elitização e a precarização e que, desde então, passaram por muitas lutas, mobilizações, ocupações, por um direito que é de todo o povo trabalhador.
Se apoiando num discurso hipócrita de que buscam garantir a “segurança e excelência”, os magníficos administradores e o REItor, firmaram convênios com a PM, restringiram a entrada do campus, aprofundaram parcerias obscuras com empresas, avançaram na terceirização e precarização do trabalho - criando um verdadeiro apartheid social aos negros trabalhadores na USP -, ameaçaram de demissão setores e ativistas trabalhadores e muitos outros exemplos de como esses senhores procuram “preparar” a USP para a crise e torná-la um exemplo de universidade para todo o Brasil. 

Por uma juventude à altura dos novos tempos!

Neste cenário de grandes tarefas colocadas, convidamos a todos os jovens dispostos a construir uma juventude revolucionária que esteja em pé de guerra contra a exploração, submissão e miséria que este sistema de opressão impõe aos trabalhadores e jovens. É com essa perspectiva que nas universidades estaduais paulistas buscamos nos ligar à luta dos setores mais explorados dos trabalhadores, como na exemplar greve da União, e que nos colocamos na linha de frente uma luta contra a PM na USP e também nas periferias, no ano passado; que lutamos pela autoorganização, com comandos de delegados, que buscamos nos ligar as greves que nacionalmente questionam o governo. Acreditamos que é fundamental não só “agir”, mas refletir profundamente, sendo um verdadeiro “centro de ideias” para a intervenção na realidade, nos colocando a tarefa de lutar por todas as medidas que possam questionar o caráter elitista e excludente da universidade e abri-la aos filhos da classe trabalhadora e, além de seus muros, lutar para contribuir com o avanço da consciência dos trabalhadores, e aprender com esta que éa única classe que, organizada e consciente, pode dar um fim profundo e definitivo a esta ordem de opressão capitalista. A história não acabou; ao contrário, ao lado dos trabalhadores, mostraremos como é possível FAZER HISTÓRIA!

Participe da Plenária da Juventude Às Ruas no dia 29 de setembro!

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