terça-feira, 25 de setembro de 2012

Participe da Plenária da Juventude Às Ruas!

Por Danilo Magrão, militante da Juventude Às Ruas

Todos aqueles que cotidianamente se revoltam contra os absurdos de nossa sociedade vêm assistindo entusiasmados belíssimas demonstrações de luta e revolta por todo o mundo. Em todos os continentes o anseio por transformações se fez sentir: foi assim na América, em especial nos Estados Unidos, Chile, México, Canadá; foi assim em toda a Europa, com protagonismo de Espanha, Grécia e França; foi assim na chamada Primavera Árabe e ainda em diversos outros países em que vimos mobilizações que deram um grito de basta contra todas as formas de opressão e exploração que o capitalismo nos impõe.

O cenário de fundo desses processos possui uma magnitude histórica, que impõe desafios audaciosos a todo jovem que busca se libertar das amarras do capitalismo. Estamos falando justamente da crise econômica mundial que vêm dando fortes chacoalhões por todo o mundo, arrancando a máscara de qualquer governo que se diga democrático e representante dos interesses de todos. Dívidas públicas cada vez maiores, queda dos lucros, demissões, retirada de diretos e aumento de medidas repressivas são a tônica dos tempos que vivemos.

Assistir tudo isso a distância sem sentirmos o calor da revolta que esquenta o mundo já está se transformando em passado. Um panorama atento da situação que vivemos atualmente no Brasil desvenda os olhos daquela velha e empoeirada história de que somos um país de todos, das oportunidades e do futuro. Espelhado no que ocorre pelo mundo podemos prever o que nos espera.

Podemos ver nesses últimos meses uma série de importantes greves, que dentre elas podemos destacar a maior greve dos servidores federais dos últimos anos - inclusive nas universidades federais em que o movimento estudantil voltou aparecer na arena nacional – e os trabalhadores da construção civil radicalizando em seus protestos queimando alojamentos e ônibus contra condições de trabalho semiescravo. Como os governantes e patrões vêm lidando com essas importantes mobilizações? Intransigência em conceder qualquer aumento de salário, demissões massivas como a recém anunciada aos trabalhadores da multinacional GM, corte de salário de grevistas, restrições ao direito de greve, repressão a estudantes e trabalhadores, inclusive se utilizando do exército para isso.

Sintomático também é observar como os estudantes de São Carlos vêm reagindo a isso. Encapando as principais bandeiras que se gestaram em São Paulo, mais de 300 estudantes se reuniram nas últimas semanas para questionar essa onda repressiva e a presença da PM no campus. Na Unesp de Franca também podemos ver uma importante ação do movimento estudantil quando expulsaram de sua universidade aquilo que representa o que existe de mais reacionário em nossa sociedade (veja o box ao lado), agora a diretoria ameaça punir esses estudantes, para que não se repita o exemplo dado pelo movimento estudantil, mais uma investida repressiva na esteira dos últimos acontecimentos que vivenciamos.

A defesa dos processados, expulsos, demitidos e presos se faz urgente em todo país e se soma à necessidade de lutar contra as mortes e violência provocada pela polícia nos bairros de periferias e favelas. Todas essas medidas repressivas são fundamentadas na herança da ditadura militar, não apresentam nenhuma diferença com os métodos inquisitórios daquele período: são os mesmo que acusam, julgam e punem.

Diante dos exemplos citados e combinado com a mobilização dos estudantes nas universidades federais podemos estar frente a um novo momento do movimento estudantil, inclusive nas universidades estaduais paulistas, o que nos coloca tarefas superiores. Como dito acima, as mobilizações e greves de trabalhadores não cessarão, trabalhadores bancários e dos correios já estão em processo de mobilização por salário, assim como lutas que começam em metalúrgicos por todo o país, e já sabemos a resposta que enfrentarão do governo e da patronal. Sabemos que para de fato golpearmos o governo, responsável pela atual situação da educação, e avançarmos em uma luta ferrenha contra as Reitorias será fundamental nos aliarmos àqueles que possuem o mesmo projeto de sociedade que nós, e que também vêm sofrendo com os ataques dos governos, os trabalhadores. Uma aliança operário-estudantil é exatamente o que a burguesia mais teme, pois é justamente a união daqueles que lutam pelo futuro com aqueles que são responsáveis pela criação de todas as riquezas do mundo. Centenas e milhares de jovens que cubram de solidariedade essas lutas que estão porvir, no atual cenário de uma crise econômica histórica, será determinante para avançarmos na construção e um projeto distinto de sociedade.

A juventude chilena, responsável por questionar o regime herdeiro de Pinochet, que sem medo enfrenta corajosamente a escalada repressiva da polícia e do governo através de massivos atos e ocupações de escolas, aprofunda o exemplo que ergueu no ano passado, demonstrando como uma luta por educação gratuita contra uma burguesia incapaz de conceder qualquer avanço, pôde avançar para o questionamento do conjunto do regime, desenvolvendo elementos de auto-organização, que agora precisam se aprofundar, e permitir um salto na luta através de uma aliança profunda com a classe trabalhadora. É fundamental levantar o apoio ativo a esse processo, e buscar extrair lições profundas dela, para poder encarar as lutas com uma perspectiva organicamente internacionalista.

Com esse espírito, convidamos cada jovem a participar, no próximo dia 29, com a presença de Zoniko, militante chileno da Agrupação Combativa Revolucionária, da próxima Plenária da Juventude às Ruas, que impulsionamos junto a dezenas de estudantes e jovens independentes, procurando discutir, a partir desses desafios a tarefa de construir uma juventude revolucionária para que a luta contra a repressão nas universidades possa avançar para uma enorme campanha nacional contra a repressão e para que cada luta dos trabalhadores possa não somente triunfar momentaneamente, mas avançar para o questionamento de toda a miséria capitalista!

LEIA MAIS SOBRE O ENCONTRO: http://juventudeasruas.blogspot.com.br/search/label/Plen%C3%A1ria

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