segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Moção de repúdio a ameaça de repressão aos lutadores UNESP/Franca

Por CEGE - USP


A Assembleia do curso de Geografia da Universidade São Paulo reunida no dia 30 de Agosto deliberou seu apoio ao ato-debate contra a criminalização dos movimentos sociais realizado em uma frente única do movimento estudantil de Franca no último dia 28. Este ato que contou com mais de 200 pessoas foi organizado em resposta a uma atividade na faculdade com a presença de Dom Bertrand Orleans e Bragança e o jornalista José Carlos Sepúlveda, membros notórios da Tradição, Família e Propriedade (TRP).

Estes senhores são representantes da burguesia agrária: defendem a maior concentração de terras do mundo, assassinando as populações quilombolas, negras, indígenas e camponeses de movimentos sem terra em prol de seus altos lucros. São cúmplices do regime militar brasileiro, que torturou e assassinou milhares de jovens e trabalhadores que questionaram o estado de exceção vivido nos anos de chumbo, e até hoje, tem seus criminosos impunes gozando de liberdade e possuindo altos cargos políticos e militares no estado brasileiro.

Entendemos que essa frente única contra a atividade que falaria sobre “o papel da monarquia no Brasil” se dá numa conjuntura internacional e nacional de repressão aos movimentos sociais, de terra e aos trabalhadores que reivindicam melhores condições de vida. Assim como aos estudantes que se colocam contra o projeto elitista e privatista das universidades, na perspectiva de democratizar o acesso para a população assim como colocar sua produção científica a serviços das demandas da sociedade e não do mercado.

A universidade pública é dirigida por senhores que como estes defendem a mesma política racista, machista e elitista. Só dizer que quem convidou o “príncipe” foi o Diretor do Instituto, o Fernando Fernandes. Ou dizer sobre o REItor da USP, João Grandino Rodas, que assinou um convenio com a Policia Militar e processa mais de 100 estudantes, professores e trabalhadores, além de já expulsar estudantes, dando continuidade ao projeto privatista da USP que em 2008 demitiu ilegalmente um dirigente sindical por defender trabalhadores terceirizados.

Nesse sentido, expressamos nosso inteiro apoio aos que se posicionam politicamente (a não ser que suas posições estejam a favor da exploração e opressão de setores da sociedade) e repudiamos qualquer ação repressiva por parte das autoridades públicas ou burocracia acadêmica contra os lutadores. Colocar o debate de democratização na universidade na ordem no dia é primeiramente defender nossos lutadores contra a punição por parte da camarilha acadêmica! Não há democracia sem liberdade política! Nenhuma punição aos estudantes e professores de Franca! Pela democratização das universidades públicas!

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