quinta-feira, 17 de maio de 2012

DERRUBAR O MURO PARA RETOMAR OS ESPAÇOS ESTUDANTIS!

DECLARAÇÃO DA JUVENTUDE ÀS RUAS SOBRE A REPRESSÃO DA REITORIA AO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA FSA.

Estamos em novos tempos, nossa geração vive atualmente um momento de crise histórica do capitalismo e novos processos revolucionários quebram os paradigmas do chamado “fim da história”. 

Do Norte da África ao Chile, passando pela Europa a juventude se levanta reivindicando educação, trabalho, queda de ditadores e junto com os trabalhadores e a população rechaçam as medidas de austeridade impostas pelos principais governos burgueses.
Se no Brasil a crise ainda não bateu tão forte, para nada isso significa dizer que a economia brasileira está “blindada” como diz Dilma, mas sim que cada vez mais o cenário internacional deve impor mudanças bruscas na realidade nacional. Pequenas mostras disso podemos ver na luta dos operários em Jirau e nas greves da construção civil, no Pinheirinho e na luta contra a PM na USP.

Frente a esse cenário, a classe dominante para se conservar no poder, só consegue responder com repressão. É assim no Estado Espanhol, onde jovens estão sendo presos e desaparecendo, foi assim no Chile, e também é em outra escala no Brasil onde em várias universidades é apenas o movimento estudantil dar um suspiro, que perseguições, punições e expulsões começam a acontecer legitimadas por regimes universitários herdeiros da ditadura militar.

QUAIS AS RESPOSTAS QUE A JUVENTUDE TEM DADO PARA COMBATER OS ATAQUES DA BURGUESIA NO CONTEXTO DA CRISE?

Os jovens são muito afetados pela falta de emprego e de perspectivas, sensivelmente percebem que não tem nada a perder e muitos aderem a movimentos anticapitalistas tais como o de Indignados, Occupy wall street, Anonimous, acampa sampa  etc. 

Trinta anos de ofensiva ideológica burguesa afeta esses movimentos que apesar de sua moral contestadora, são claramente autonomistas, rechaçando a centralidade da classe operária (os únicos que podem atacar o coração do capitalismo: a produção), a importância da teoria marxista para entender e transformar a realidade, e consequentemente também rechaçam qualquer organização partidária em um idealismo confuso, sem uma estratégia clara PARA VENCER.

Será que nada disso tem haver com a Fundação Santo André? As medidas repressivas que vem sendo adotadas por rei-torias em varias partes do mundo não tem nada a ver com a nossa situação na FSA? Será que as reitorias e governos não temem o mesmo e por isso respondem igualmente com repressão?

QUAL É A RESPOSTA QUE LEVARÁ OS ESTUDANTES A VITÓRIA?

A reitoria de Cacalano tem o objetivo de seguir com seu projeto de universidade privada e elitista, fazendo com que toda a comunidade universitária pague pela dívida de 20 milhões de reais da reitoria. Ou seja, pague pelo rombo que o antigo reitor Odair deixou e Cacalano ampliou. Não à toa, o aumento de 18% das mensalidades acompanhado de uma nova política de cobrança que ataca ainda mais os estudantes inadimplentes.

Para consolidar esse projeto Cacalano precisa perseguir e punir os principais ativistas do movimento estudantil da FSA, assim como tirar o espaço do D.A. dos estudantes, deixando-o na completa clandestinidade. A alternativa foi “edificar” um muro no espaço físico do D.A. e fazer demagogia de que o ambiente era utilizado “para festas e usar drogas”. Depois de uma semana a mesma reitoria suspendeu dez estudantes! Até quando iremos aguentar isso? Chegou a hora de dar um basta! Chega de repressão na fundação!

A gestão do D.A. está chegando ao final do seu mandato, e apesar de ter sido eleita como a “gestão do dialogo”, não dialogou nem consigo mesma.

Apenas uma assembleia durante esse um ano de gestão foi convocada, não teve nenhum fórum de discussão e deliberação permanente, e tudo isso para quem levantava a voz para pedir reuniões abertas antes de ser gestão. Pouco se discutiu sobre a intensa repressão na FSA, ao invés disso a única coisa impulsionada é uma campanha politica vazia de legalização do D.A pela via burocrática, essa campanha não repercute para o conjunto dos estudantes, não mobiliza, não prepara os estudantes para responder a altura aos ataques da reitoria, deixando assim um vazio politico na universidade e abrindo espaço para que a reitoria nos ataque como quiser. Não conseguem se convencer que qualquer legalização do D.A só será obtida através da combinação entre meios legais e mobilização contra o projeto de universidade da reitoria.

Por outro lado, dentro desse vazio político, não pode se desprender uma alternativa que ignore os fóruns de organização do movimento, onde “ações radicalizadas” estejam separadas de ações políticas de fundo, e que atitudes sejam tomadas sem legitimidade de nenhuma instancia de base estudantil. Isso, por outra via, também só servirá para a reitoria perseguir e incriminar mais estudantes, tendo maior respaldo acadêmico, e aproveitando-se politicamente para aprofundar mais seu projeto universitário.  Ao ignorar os fóruns de representação estudantil legítimos, esse novo setor que se levanta e procura responder aos ataques da reitoria, acaba ratificando a política de “jogar a toalha” do D.A que esvaziou estes mesmos espaços que esse setor não legitima.

Hoje temos um grande desafio na FSA, lutar contra essa intensa repressão e pela recuperação de nossos espaços de organização estudantil. Devemos derrubar sim esse muro que hoje impede nossa articulação política e confraternização social, porém não devemos transformar isso numa luta em si. Encaramos essa luta como um meio para levar a frente outro projeto de universidade, público, gratuito, de qualidade e a serviço dos trabalhadores, e não dos que exploram.

Chamamos todos os setores da FSA, em especial o colegiado de Ciências Sociais e demais departamentos da FAFIL, assim como mais uma vez a atual gestão do D.A. – e a entidade a qual essa gestão faz parte, ANEL, que votou uma ampla campanha nacional contra a repressão - a levantarem uma grande campanha política democrática contra a repressão na Universidade, organizando reuniões permanentes que discuta ações concretas e planos de luta para reverter essa ofensiva de Cacalano, e lutar pelas nossas bandeiras.

Sigamos os exemplos de luta da juventude em todo o mundo, mas um programa e uma estratégia para vencer!

Por uma ampla campanha democrática contra a repressão e pela retomada dos espaços estudantis! Abaixo o muro!

Contra o projeto elitista de universidade! Não pagaremos pela divida de Odair e Cacalano! FSA gratuita e pública a serviço dos que trabalham e não dos que exploram.



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