segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Manifesto dos estudantes do IFCH em GREVE em apoio à greve dos trabalhadores da Unicamp


Nós, estudantes do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, em Assembléia de 1/11, decidimos pela entrada em greve, em solidariedade à luta dos funcionários técnico-administrativos da Universidade por isonomia salarial. Através da quebra da isonomia salarial - que significa os mesmos direitos trabalhistas para os mesmos serviços prestados, considerando-se um mesmo empregador, no caso, a Unicamp - para além de manter os salários dos funcionários técnicos defasados em relação ao aumento concedido aos docentes, as reitorias dela se beneficiam politicamente, pois é funcional para dividir o conjunto dos trabalhadores dentro da universidade, mas também entre aqueles das estaduais paulistas. 

A terceirização do trabalho é a maneira com que o projeto da burguesia paulista de universidade mostra a sua "excelência”: divide os trabalhadores efetivos dos subcontratados, impede sua organização conjunta e sua comum representação sindical, convertendo funcionários da universidade em “elementos alheios” a ela, impondo salários de fome e condições de trabalho sub-humanas à grande parte daqueles que constroem diariamente a universidade. Além de precarizar o trabalho, essa forma flexibilizada de contratação favorece a abertura de licitações fraudulentas que deterioram a estrutura física existente (prédios, bibliotecas, etc). Não bastasse as condições expostas acima, Fernando Costa ainda pretende reprimir aqueles que se levantam contra essa situação absurda. Em 2010 isso se mostrou ao indiciar administrativamente nove trabalhadores que compunham o comando de greve, inclusive hoje diretores do STU. Reprimiu com a tropa de choque no início desse ano os estudantes que lutavam por permanência estudantil na moradia. Na atual greve a reitoria, através das chefias, ameaça demitir os grevistas através de um mecanismo de perseguição política institucionalizado, a GR-34, por meio da qual os trabalhadores durante os três primeiros anos de serviço podem ser demitidos a qualquer momento. 

A luta contra a repressão, assim, se soma a luta pela retirada da PM da USP e contra a burocracia acadêmica, cuja ofensiva militarizante é um movimento coordenado para implementação de um projeto de universidade no qual os funcionários e estudantes, suas mobilizações, organização e o próprio direito de greve são vetados, mantendo um projeto elitista de Universidade. 

Os estudantes do IFCH tomamos posição. Não nos silenciaremos: entramos em greve em solidariedade ativa aos trabalhadores pela sua demanda central, a isonomia salarial, e avançando no questionando da repressão e as punições nas estaduais paulistas, UNESP, USP e Unicamp, da divisão entre trabalhadores que a reitoria implementa em seu projeto a partir da terceirização (aumentando a exploração do trabalho). Pela abertura de negociação imediata entre os trabalhadores com a reitoria! A reitoria não poderá se manter intransigente frente as demandas legítimas dos trabalhadores. 

Chamamos o conjunto dos estudantes da Unicamp e das estaduais paulistas a se somar a essa luta para que a vitória dos trabalhadores da Unicamp seja a vitória conjunta com movimento estudantil, contra o projeto de universidade das reitorias, de exploração, terceirizações, repressões e elitismo. Vamos por uma universidade a serviço de toda a população. Estaremos com os trabalhadores até a vitória de suas demandas! Também manifestamos nosso apoio incondicional a ocupação da Reitoria da USP, que ocorreu na madrugada de quarta-feira, contra a PM na USP, pela revogação do convenio entre a USP e a PM, que permite presença constante da PM no campus, e pela retirada dos processos administrativos dos trabalhadores e estudantes. 

Assembléia dos estudantes do IFCH, Campinas, 03/11

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