quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Construir um CEEUF para rearmar o ME da UNESP e defender os 73 presos políticos de Alckmin e Rodas!

Muitos estudantes da Unesp já começam a debater e se levantar em solidariedade aos 73 estudantes que foram tornados presos políticos na USP a partir da absurda repressão policial ocorrida no último dia 8, comandada pelo governador do estado Geraldo Alckmin e pelo reitor da USP, João Grandino Rodas. Na Unesp de Marília e de Rio Claro foram realizadas paralisações em repúdio à repressão policial e outros campi, como Assis, já indicam fortalecer essa mobilização.
Nós, da Juventude Às Ruas! (LER-QI + independentes), que temos nos colocado junto à linha de frente desse combate à repressão policial, entendemos que com a prisão dos 73 lutadores na USP se abre um desafio de princípio para todas as correntes da esquerda e todos os setores democráticos e combativos do Movimento Estudantil: é preciso barrar os inquéritos policiais! Nenhum lutador pode ser punido!

“Prenderam 73... agora são milhares, lutando de uma vez!”

Num contexto nacional marcado pelas ocupações policiais nos morros e favelas cariocas com as UPP’s, caracterizando uma onda de choque de repressão ao povo negro e pobre, com invasões das casas, mortes e prisões sem controle, essa invasão da PM à USP não é, nem de longe, o fato de maior violência policial atualmente. Contudo, a prisão desses 73 lutadores abre um precedente importante para que qualquer ocupação do MST seja ainda mais duramente reprimida, para que qualquer manifestação popular resulte em mais mortes etc., legitimando um endurecimento contra os movimentos sociais por parte da polícia que já é das mais assassinas do mundo.
Se o governo do estado e a PM reprimem com esta magnitude o movimento estudantil na USP, imagine o que se fará com o MST, MTST, com a juventude pobre e trabalhadora do país. Além disso, a presença da PM nas universidades significa antes de tudo a opressão e o cerceamento dos poucos negros que integram essas instituições. O mesmo podemos dizer dos homossexuais, que durante as prisões não só eram reprimidos como os demais lutadores, mas também sofriam forte opressão por sua orientação sexual.
Além dessas marcas já conhecidas da ação policial, a situação ocorrida na USP tem o agravante de ter sido orquestrada diretamente pelo governo do estado que tinha interesses específicos, pois, como relatam os presos, o próprio delegado já havia indicado que somente seria feito um BO quando recebeu ordens superiores para que todos fossem enquadrados na maior parte de crimes o possível – daí coisas como poluição ambiental, formação de quadrilha etc. O interesse de Alckmin e seu secretário de segurança pública (Antonio Ferreira Pinto) em punir exemplarmente os estudantes da USP vai além do interesse comum com Rodas que é o aprofundamento da implementação do seu projeto elitista e racista de universidade, com essa desproporcional ação militar pretendiam também amedrontar e silenciar os estudantes que se levantavam sendo a voz dos setores mais reprimidos da sociedade, tal como fizeram nas lutas junto às terceirizadas da limpeza e como deixavam claro com suas reivindicações de “FORA PM DAS UNIVERSIDADES, FAVELAS E PERIFERIAS!”.

A repressão aos estudantes que se levantavam na USP como porta vozes dos que não podem entrar nas universidades brasileiras saiu pela culatra: os 400 homens armados e treinados para matar que atacaram mães e crianças que estavam no CRUSP naquela manhã somente conseguiram fazer com que milhares se levantassem numa histórica assembleia de mais de 2000 e votassem a greve geral pela retirada da PM, fim do convênio e retirada dos inquéritos policiais. Já são dezenas de intelectuais e artistas altamente reconhecidos os que se colocam categoricamente contra esse ataque.
Nós, estudantes da Unesp que também já acumulamos nossas batalhas contra o batalhão de choque e seus comparsas na burocracia acadêmica (Gomide, não esquecemos as prisões de 2007 em Araraquara!), além de também termos vários estudantes reprimidos, como Adriano, de Franca, devemos colocar todos as nossas forças numa campanha unificada pela imediata retirada desses inquéritos aos 73 presos políticos na USP! Para organizar essa campanha, com medidas concretas de apoio ativo, entendemos que as entidades militantes deve chamar um CEEUF de emergência o mais rápido possível! Devemos discutir ações imediatas de solidariedade ativa, mas também preparar uma forte recepção unificada que já incorpore os ingressantes de 2012 nessajjbatalha! Esse CEEUF deve chamar um encontro estadual dos lutadores das universidades! Que possamos convidar companheiros de outros estados que também estão se levantando como Rondônia, Paraná, etc. Além de chamar a ANEL-SP à construção desse encontro! Precisamos de um CEEUF urgente para os dias 26 e 27/11, que seja sediado na usp para deixarmos claro nosso apoio àqueles estudantes!

Chamamos todas as entidades estudantis a se pronunciarem e colocamos todas as nossas forças à disposição da construção deste CEEUF! É importantíssimo que todas as correntes da esquerda, setores democráticos e combativos da Unesp também se somem nessa tarefa, vamos construir um dia de paralisação unificado em toda a Unesp pela imediata retirada dos inquéritos policiais aos 73 presos de Alckmin e Rodas!

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