sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Transformar a indignação em um verdadeiro combate à burguesia e seus governos! É preciso se levantar!

A juventude tem um papel histórico a cumprir. Vigiada e punida, privada de educação de qualidade, cultura, arte, relegada aos piores empregos, sem poder exercer livremente sua sexualidade, a juventude, lutando contra tudo isso, pode ser a linha de frente da subversão da moral e da ordem imposta pela burguesia e seus governos.

Mundo afora, a juventude toma as ruas, se enfrentando com a polícia, para arrancar seu direito ao futuro, cada vez mais ameaçado pela crise. É preciso aprender com esses exemplos. O 15-O nasceu por iniciativa do movimento 15-M espanhol, cuja estratégia foi ocupar praças indefinidamente e resistir pacificamente à repressão policial. Os limites disso já começam a ficar claros.
Nesse momento, em que a crise mal chega ao Brasil e já não se vê a mesma estabilidade econômica, política e social dos anos anteriores, e o país é atravessado por greves operárias e um novo ativismo, a juventude precisa reconhecer claramente seus inimigos e seus aliados na luta pelo futuro. Somente em aliança com a classe trabalhadora, produtora de tudo, de modo independente de qualquer setor da burguesia ou de seu Estado, será possível derrubar essa ordem de miséria. Por isso nossa primeira tarefa é ligar nossas bandeiras e demandas às dos trabalhadores em luta, retomando seus métodos de greves e piquetes, fundir nossa mobilização com as greves em curso, como dos trabalhadores dos bancos e dos correios, cuja greve, duramente atacada pelo governo Dilma, acaba de ser encerrada por uma articulação entre o TST e a burocracia sindical do PT/PCdoB, polícia dos patrões no movimento operário.

Por uma educação a serviço da classe trabalhadora!

Um dos centros do 15-O é a reivindicação 10% do PIB para a educação. A educação está em situação de calamidade, e precisa de mais verbas. Mas não à toa os empresários do ensino também reivindicam 10% do PIB parta a educação; sabem que com o modelo atual esse dinheiro vai direto para seus cofres, através de programas com que o governo faz demagogia, como o PROUNI. Por isso, a luta por 10% do PIB para a educação precisa estar ligada à luta pelo livre acesso/fim do vestibular e pela estatização do ensino privado, pelo fim da repressão política e policial que as reitorias impõem a estudantes, trabalhadores e seus sindicatos, por uma educação sem trabalho terceirizados, que os trabalhadores terceirizados sejam incorporados sem concurso público ao quadro de efetivos, pela democratização radical das escolas e do controle sobre a produção de conhecimento nas universidades. Ou seja, ao questionamento de seu conteúdo de classe para que a educação possa ser colocada a serviço dos trabalhadores e da população.

É possível acabar com a corrupção e conquistar uma democracia real nesse sistema?
O governo Dilma se afoga nos escândalos de corrupção e desvios de dinheiro público. Ao mesmo tempo, quem mais capitaliza a luta contra a corrupção hoje é a oposição burguesa do PSDB/DEM. Isso é consequência do fato de que não é possível “limpar” as instituições dessa “democracia” degradada, pois elas próprias são podres, estão a serviço de manter os lucros da burguesia e a miséria da população. Os maiores roubos são legalizados, com a transferência de quase metade do PIB para 10 ou 15 mil grandes investidores que recebem os juros da dívida pública, enquanto as migalhas do governo para milhões de famílias pobres que sustentam essa riqueza com seu sangue não representam um vigésimo desse valor, e são propagandeadas como o “fim da miséria”. Não existe democracia real sob a ditadura do capital!

Brasil: ilusão de prosperidade enquanto continua a super-exploração, a miséria e repressão
Ainda que não tenha estourado grandes lutas de classe como vemos internacionalmente, já surgem algumas rachaduras sob as bases de sustentação do governo Lula/Dilma fundamentado no trabalho precário e que anuncia aos quatro ventos seu plano de cortes bilionários no orçamento dos gastos públicos e avanço das privatizações, como os aeroportos e correios. Para isto o governo Dilma foi duro e atacou os trabalhadores dos correios, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal cortando o ponto dos grevistas e ameaçando demissões.

Outra parte desta mesma realidade é a crescente repressão que enfrentam os trabalhadores, sobretudo a juventude. Em nome de um combate ao tráfico – para nós todas as drogas deveriam ser legalizadas – está se militarizando todo o Rio de Janeiro. As UPPs não são um ganho de cidadania. São as botas e armas da polícia cotidianamente reprimindo as festas, as reuniões, impedindo o povo de se organizar ou mesmo de se divertir. É preciso dar uma basta! Por isso a discussão que está colocada é: quais tarefas e qual deve ser a estratégia da juventude nesse novo momento histórico? Neste último mês vários setores saíram em greve, metalúrgicos, bancários, professores, correios tendo que se enfrentar tanto com a política de privatização e precarização do trabalho, como contra as burocracias sindicais, que são verdadeiros policiais dentro da classe operária, cumprindo o único papel de derrotar as greves e passar as políticas dos patrões e governo, sendo esses mesmos ataques que estão na vida da juventude sem emprego, sem uma educação de qualidade, “sem futuro”. Nesse marco, a luta da juventude deve ser em aliança com os trabalhadores, com independência da burocracia, patrões e governo, para de fato construir uma luta unificada contra um projeto de pais que só aprofunda a precariedade da vida!

Por uma juventude revolucionária!
Para impedir que se descarregue sobre nossas costas a crise dos capitalistas, que começa a bater as portas de um Brasil sustentado pela concentração de terras, pelo trabalho precário e terceirizado e pelo capital estrangeiro, é preciso forjar uma juventude que se alie à classe trabalhadora e aos setores mais oprimidos da população, enfrente o aparato repressivo do estado, se organizando com independência de classe, pois só assim arrancaremos nosso direito ao futuro!

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