segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Neste 11 de setembro, aniversário de 38 anos do Golpe de Pinochet no Chile, a Juventude Às Ruas impulsiona atos em apoio a luta dos estudantes e trabalhadores chilenos!

Por Juventude-ÀS RUAS


Apesar de, neste 11 de setembro, todos os holofotes midiáticos estarem voltados aos acontecimentos ligados aos ataques ao WTC em 2001, nos EUA, nesta data se lembra o aniversário de 38 anos do golpe militar de Pinochet, o qual, de longe, se configurou como a mais sanguinária ditadura da américa Latina com cerca de 60.000 mortos e desaparecidos.

Em sintonia com os processos de mobilização da juventude estudantil que no Chile tem tomado várias cidades por uma educação pública e gratuita, se realizaram manifestações em repúdio ao Golpe Militar e em apoio a luta pela educação, tendo havido repressão policial - elemento sempre presente nos 3 meses de mobilização- em Santiago e Valparaíso.

No sentido de demonstrar um verdadeiro sentimento internacionalista e fazer ecoar aos companheiros de luta chilenos nosso apoio e inspiração, a Juventude Às Ruas impulsionou, ao lado de companheiros independentes ligados aos processos de luta e ocupações e de várias correntes, partidos e sindicatos, como a LER-QI, SINTUSP, juventude do PSTU, LSR/Psol, UJR, UJC, atos em solidariedade aos lutadores no chile e em homenagem aos nossos mortos pelas ditaduras na América Latina.

Em São Paulo, a Juventude-Às Ruas gritou: Manuel Gutierrez? PRESENTE!

Desde o início do processo de luta dos estudantes no chile, os quais se colocaram frontalmente contra os interesses dos gananciosos milionários do ensino ligados aos bancos que lucram exorbitantes quantias devido ao endividamento de milhões de jovens, um elemento que marcou foi a Brutal repressão da qual se utilizou Piñera, o presidente chileno, para tentar fazer retroceder as manifestações.

Durante as principais marchas de milhares de pessoas, Piñera, se utilizou de decretos da Ditadura Militar que garantiam aos “carabineros”, uma espécie de “tropa de choque” chilena, impedir os adolescentes e jovens estudantes de circular pela cidade, de se reunirem em grupos e, usando de todos os meios possíveis, dispersarem os “focos de resistência” espalhados por todas as principais cidades e universidades.

Manuel Gutierrez, um jovem de 16 anos, foi baleado por um desses
“carabineros” enquanto resistia detrás de uma barricada pelo direito a uma educação Gratuita para todos. O companheiro se soma aos mais de 60 mil assassinados pelo regime de Pinochet que, ainda hoje, perdura nas políticas, medidas e na polícia assassina do “democrático” Piñera.

Desde São Paulo, impulsionamos um importante ato com cerca de 100 companheiros e gritamos a plenos pulmões que ali, nas lutas, seja qual for a distância ou país, Manuel Gutierrez estará presente e nos inspirando a levar nossa luta por uma educação gratuita e pública, pela via da estatização das universidades privadas e o fim do vestibular, com o mesmo espírito combativo da juventude chilena, até a vitória.

Ao lado dos companheiros do SINTUSP, levantamos a necessidade da aliança operário-estudantil como a via de unificação e fortalecimento de nossas fileiras que, nos marcos da crise econômica e dos anúncios e cortes de Dilma, vão ter de se enfrentar com todos os planos de ataque aos direitos mais básicos dos jovens e trabalhadores.

No mesmo sentido, reiteramos nosso repúdio às Polícias, do chile, da argentina, do brasil e do mundo, como sendo as principais instituições que, ainda hoje, transmitem diretamente, à juventude negra, trabalhadora e desprovida dos mínimos direitos, toda a repressão, assassinatos e desaparecimentos que as ditaduras militares impuseram ao povo trabalhador.
“E lá no chile, são as barricadas, contra a educação elitista e privada.”

No Rio de Janeiro, a Juventude-Às Ruas lembrou: “Nossa inspiração é a juventude em luta do Chile e não os acordos entre Camila Vallejo, UNE, o governo Dilma e os milionários do Ensino”

Ao lado de companheiros de outras correntes, cantamos, em alto e bom som, nosso desejo de vitória aos companheiros chilenos e a queda da educação privatista de Pinochet, lembrando que nossa inspiração precisa ser a juventude estudantil que está nas barricadas contra os gananciosos capitalistas.

Lembramos, também, a necessidade de que as lutas que se desenvolvem amplamente nas Federais, devem se inspirar na radicalização e têmpera dos Manuel Gutierrez chilenos e fazer com que todas as lutas e ocupações de reitoria, como as da UEM, UFF, UFRN, UNIFESP,
UFRGS, UFPEL e outras, possam se ligar aos trabalhadores e professores e colocar de pé um amplo movimento estudantil, combativo, pró-operário e ligado ao povo trabalhador, que faça frente aos ataques e a precarização que o Governo e os magnatas do ensino nos impõe para garantir uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos.

A demagogia de Camila Valejo, presidente da CONFECH - espécie de UNE chilena-, em buscar discutir com o Governo brasileiro e com a UNE uma “aliança” para as negociações no chile só demonstram de um lado o completo atrelamento da UNE ao governo, como via de cooptação do movimento estudantil e, de outro, a intenção da traidora CONFECH em fazer retroceder o movimento estudantil chileno e garantir a estabilidade do regime herdeiro de Pinochet que perdura sob o governo de Piñera, bem como os lucros dos capitalistas do ensino.

Desde o Rio repudiamos este organismo traidor e falso formado por Camila Valejo e UNE e chamamos organizações de esquerda, sindicatos, entidades e movimentos a se somarem e formarem uma ampla ação de solidariedade, que fortaleça a moral dos companheiros no chile e prepare nossas forças para as lutas que temos de travar desde o Brasil, como a via real de solidariedade, oposta a traição de Une e Confech que estão a serviço dos governos capachos dos magnatas.
y va caer, y va caer la educación de Pinochet!”

Em Campinas, a Juventude - Às Ruas não se esquece: “Abaixo a herança da ditadura no Chile e na América Latina! Não passarão!!!”

Desde campinas 
organizamos na Casa de Cultura e Política Hermínio Sacchetta com cerca de 30 estudantes e professores, a exibição do filme La Batalha de Chile, seguido de um ato-debate em solidariedade a juventude chilena que hoje está nas ruas se enfrentando contra a Polícia na luta por seu futuro. Um dos temas centrais tocados no debate foi a importância de resgatar a memória do golpe militar no Chile do dia 11 de setembro, golpe dos capitalistas, ligada aos grandes magnatas do capitalismo internacional, contra os embriões do poder operário, que resultou em uma das ditaduras mais sangrentas e o primeiro governo assumidamente neo-liberal da America Latina.
Hoje a juventude chilena se enfrenta com os pilares herdados do regime ditatorial de Pinochet que foram salvos pela própria transição pactuada com os torturadores e por esta “democracia” burguesa em que vivemos. No chile, até 1998 era proibido ser homossexual e até 2003 o divórcio ainda se mantinha ilegal, o que demonstra o quão decrépita foi esta transição.

Desde a atividade discutimos como a violência Policial, assim como a política de privatização, criminalização dos povos originários - maputes- e toda a política repressora nas periferias, enfrentados pelos jovens chilenos, são diretamente uma prova de que a ditadura sobrevive no Regime chileno e que, como no Brasil e nos demais países da América latina, lutar por nossos direitos passa por lutar contra a Polícia e o regime dos torturadores.

Lutar pela abertura dos arquivos das ditaduras e pela Punição dos civis e militares ligados a elas em toda a américa latina, é o caminho a seguirmos em nossa luta, dos trabalhadores e estudantes, contra a precarização de nossas vidas e por um futuro possível e necessário, para além da miséria e castração do capitalismo.


“Não esquecemos, as ditaduras, assassinatos e torturas!”.

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